No dia do vestibular, bem cedo, Beto e cleto já aguardavam na porta da sala do Professor Ventura, com todo o equipamento pronto para entrar em funcionamento. Não demorou muito para que o professor chegasse, abrisse a sala antes das 8 horas, dando tempo para que tudo fosse ligado e todos ocupassem seus postos.

- Viram alguma coisa estranha nas imediações da escola?- A pergunta tinha sua razão de ser.

Um caminhão, carro ou outro veículo com alguma antena ou estacionado em uma posição suspeita poderia indicar a presença de um transmissor, talvez com o tal Teodósio já prontinho para entrar em ação. Afinal, ele não havia sido visto nas vizinhanças.

- Não, pelo menos não com antenas.

Muitos candidatos começaram a chegar à pé, enquanto que outros, sozinhos ou em grupos, estacionavam seus carros nas proximidades da escola, Aparentemente nada de anormal havia nos carros que chegavam, segundo constataram os atentos rapazes. O equipamento eletrônico foi ligado pouco antes das 8 horas e a varredura começou.

Neste mesmo instante, uma perua de serviço de som, com duas enormes cornetas na parte superior e com o Teodósio no volante estacionou no pátio. Um amigo de Beto e Cleto, que estava informado do que poderia haver, correu e avisou a ambos.

- Não é possível que ele vá irradiar pelos alto-falantes as respostas do questionário, ele não seria burro! Não há dúvida que nesta perua tem coisa, provavelmente o transmissor, se é que ele existe. Vamos ficar vigiando!

Beto até saiu um pouco da sala de rastreamento e, como quem não quer nada, rodeou a perua, procurando algum sinal de antena ou qualquer outra coisa suspeita – mas nada!

- Aí tem maracutaia! – não havia dúvida de que aquele estranho carro de som poderia esconder um transmissor, mas isso só se revelaria quando ele começasse a transmitir! Não havia sinal visível de antena ou outro meio de irradiar sinais.

Os exames começaram pontualmente às 8 horas. O professor e seus dois alunos já estavam à postos nos receptores. Varrendo todo o espectro de RF, os mostradores dos rádios iam e vinham, mas nenhum sinal anormal era detectado. De vez em quando, havia uma parada em alguma estação local, num chamado de uma viatura de polícia e até mesmo num avião chamando a torre do aeroporto local, mas de estranho, nada e o tempo passava, preocupando cada vez mais os rastreadores.