Na sua casa, teve de ser acalmado por dona Pafúncia, sua dedicada esposa, que só conseguiu fazer com que ele parasse de andar para lá e para cá depois que lhe explicou:

- Calma, querido! Você nem sabe quem é‚ e já  está  pensando que ele está querendo seu lugar! Por que não descobre antes de quem se trata, e que intenções tem?

Epaminondas, finalmente mais calmo, concordou:

- É verdade! Vou descobrir quem é!

No dia seguinte o músico seguiu para a barbearia, mais calmo, ainda carregando sua tuba, mas desta vez com um plano: espionar a "casa da tuba", como ele passou a chamá-la intimamente.

Novamente, ao chegar no local, reduziu a velocidade. Beto, Cleto e o Professor Ventura, que conheciam os hábitos de Epaminondas estavam de plantão no terreno baldio:

- A janela! Está aberta! Tem gente!...

Espiou com indisfarçável curiosidade, até ficou nas pontas dos pés, pois afinal era baixinho e não havia ninguém por perto, mas não viu nada!... Resolveu seguir em frente, mas bem devagar, e foi aí que o Professor Ventura, com Beto e Cleto, no terreno baldio, acionou o controle remoto:

- Pá ! Póó! Puum! Pá ! Póo!...

Epaminondas quase teve um colapso! Arrepiou-se todo, e quando conseguiu se dominar o som tinha parado. Mas, mesmo assim voltou!

-"Calma Epaminondas! Você vai descobrir quem é o desgraçado!" - pensou o músico, procurando se controlar.

Diante da casa, tentou abrir o portão. Estava trancado! Não teve dúvidas: como era baixo, pulou com agilidade, mesmo carregando a incômoda tuba.

O professor, Beto e Cleto observavam tudo.

Epaminondas, cuidadosamente foi até a janela da frente e espiou: nada! Depois, vagarosamente foi pelo lado da casa e bateu palmas.

Nesse ponto, Beto e Cleto, usando o segundo canal do controle remoto, colocaram em ação um dispositivo que tinham instalado para desestimular a entrada do músico na casa: uma gravação muito real do latido de um enorme cão de guarda!

- Au! Au! Grrrr!...

Ao ouvir aquilo, Epaminondas que tinha um medo "danado" de cachorros correu! E como correu!

- Uaaaiii! Tem cachorro! Segura o "bicho"!

Mas, havia um obstáculo para sua saída rápida: o portão, que pareceu baixo na ida, para um cara apavorado carregando uma tuba, e sem tempo para pensar nos movimentos que deveriam ser usados na ultrapassagem, era um problemão! O músico desajeitado em alta velocidade, colocou uma das mãos sobre o portão e saltou, mas como o impulso foi demais ele subiu além do que devia e "voou", com tuba e tudo, caindo do outro lado!

Não se machucou, mas ficou frustrado!

Levantou-se. Verificou se não havia danificado a sua preciosa tuba e esperou um pouco, mas ninguém saiu para atendê-lo e não havia cachorro! O músico estranhou:

- Aí tem coisa! Por que não atendem?

Bateu palmas novamente no portão, mas ninguém atendeu.

Agora, muito desconfiado, ele resolveu se retirar. Voltaria noutra ocasião, ou procuraria saber diretamente do Pedro Vieira, dono da casa, quem era o "desgraçado" do tubista, que, além de tudo, era "covarde" e "soltava" um cachorro atrás dele!

"- Sim! Isso mesmo. É um covarde, pois acho que viu minha tuba ou me conhece e ficou com medo de me enfrentar!" - pensou Epaminondas. Ainda gritou para dentro da casa:

- Covarde!

O Professor Ventura, Beto e Cleto, não se contiveram, rindo baixinho.

- Vamos acionar novamente a "tuba"? - perguntou Cleto, quando Epaminondas já se afastava.

- Sim!

E foi o que fizeram:

- Pá ! Póó! Puum! Póo!...

Um novo susto para Epaminondas, mas desta vez ele parou de um modo diferente das outras vezes:

- Ôpa! Aí tem coisa! Essa "tuba" está soando de um modo um tanto quanto estranho!