Tipo de antena que usa um refletor parabólico para concentrar os sinais num elemento receptor. Os pratos ou parábolas das antenas parabólicas não são a antena, como já explicamos muitas vezes. Sua finalidade é funcionar como um espelho que reflete os sinais que vêm do satélite para uma pequena abertura que existe no alimentador onde está a antena propriamente dita, conforme mostra a figura 1.

 

Figura 1
Figura 1

 

Uma antena para a faixa de microondas, como a de um receptor de satélite é muito pequena para colher a energia que chega muito fraca. Para se concentrar mais energia nesta pequena antena é preciso usar recursos adicionais, como uma lente que concentra a luz do sol de modo a poder inflamar um fósforo, conforme mostra a figura 2.

 

Figura 2
Figura 2

 

O formato parabólico é escolhido, pois corresponde a uma forma geométrica que tem propriedades importantes: sinais que incidam paralelamente ao seu eixo refletem-se e passam por um único ponto, onde se concentram. Conforme mostra a figura 3, este ponto é o foco da antena.

 

Figura 3
Figura 3

 

Uma superfície diferente da parabólica, por exemplo, uma superfície que seja uma meia esfera, não tem as mesmas propriedades e os sinais não se concentram no ponto desejado, conforme mostra a figura 4.

 

Figura 4
Figura 4

 

Fica claro, portanto, que a forma do prato é importante e que sua perfeição igualmente importante. A precisão com que um fornecedor pode fazer um prato parabólico influi muito na quantidade de sinais que podem ser concentrados no ponto em que vai ser colocado um alimentador.

Um fabricante "de fundo de quintal" que não tenha meios de aferir a precisão da curvatura de suas antenas não pode garantir qualidade, pois ele não pode garantir que os sinais captados serão devidamente concentrados no foco em que se encontra o alimentador.

Mas além deste fator, o próprio tamanho da antena é importante e este artigo pretende justamente mostrar isso de uma forma mais destacada.

A quantidade de energia que a antena pode captar depende de quanta energia o refletor parabólico pode interceptar e refletir para a antena situada no alimentador.

Isso significa que, quanto maior for a superfície efetiva da antena, ou seja, a área da secção reta do cilindro que ela forma com os sinais, maior será a quantidade de energia que pode ser colhida e portanto maior será a intensidade dos sinais na entrada dos circuitos.

Ora, a área da seção do cilindro que corresponde ao prato da antena depende de seu raio, ou do próprio diâmetro da antena.

Ocorre, entretanto, que a superfície efetiva que obtemos para a captação dos sinais não é simplesmente proporcional ao raio ou ao diâmetro da antena, mas sim ao seu quadrado.

Isso pode ser facilmente calculado por meio de fórmulas simples, que vamos exemplificar.

A superfície efetiva de uma antena de 3 metros de diâmetro ou 1,5 metros de raio é dada por:

 

S1 = 3,14 x R x R

S1 = 3,14 x 1,5 x 1,5 (R = 1,5)

S1 = 3,14 x 2,25

S1 = 7,065 metros quadrados

 

A superfície efetiva de uma antena de 2 metros de diâmetro ou 1 metro de raio é dada por:

 

S2 = 3,14 x R x R (R = 1)

S2 = 3,14 x 1 x 1

S2 = 3,14 metros quadrados

 

(3,14 é o famoso PI que entra nas fórmulas que envolvem círculos e esferas)

 

Os leitores poderiam pensar que uma antena de 2 metros captaria apenas 1/3 a menos de energia pois ela é apenas 1/3 menor em raio, no entanto os cálculos mostram que ela capta apenas metade (quase) da energia!

Veja então que uma diminuição do diâmetro de uma antena tem consequências muito mais graves do que os leitores poderiam pensar, na intensidade do sinal.

Este fato é importante quando escolhemos uma antena para nossa casa ou para um cliente.

Existe um limite mínimo para o diâmetro da antena, abaixo do qual o sinal já pode ser comprometido, principalmente se levarmos em conta os fatores adicionais que vimos no início do artigo como os ruídos, comprimento de cabo, circuitos do receptor, etc.

Podemos dizer que este limite está em torno de 2 metros para a maioria dos casos. Dizemos maioria, pois podem perfeitamente ocorrer condições em que se obtém um bom funcionamento com antenas menores, por exemplo, com cabos curtos, em locais pouco ruidosos, etc.

De qualquer forma, é muito importante estar atento a estes fatos e não recomendar a menor antena ao seu cliente, mas sim a melhor. Uma boa tolerância na quantidade de energia que pode ser captada do satélite é bom tanto para o cliente que pode contar com uma boa recepção a qualquer instante, como para o técnico instalador que pode ter certeza que obstáculos na instalação podem ser vencidos com mais facilidade quando se tem um sinal mais forte.