Escrito por: Newton C. Braga

Mais uma vez volto ao passado em busca de coisas interessantes da eletrônica. Conforme os leitores podem ver pelo artigo ART4389, costumo visitar no passado, Seu Antenor, um técnico dos anos 40, que me mostra muita coisa que eu não imaginava ter existido. Novamente, o problema maior está no entendimento dos termos técnicos usados. Levando meu celular com a seção de almanaque do site, consigo tirar muitas dúvidas. E você, saberia dizer o que significam os termos usados. Veja nessa minha última visita alguns deles.

Quando cheguei à oficina do Antenor, ele estava com um estranho aparelho em sua bancada. Começamos a conversar.

 


 

 

- Puxa uma fonte de alimentação valvulada!

- Não! – respondeu o Antenor. – Um carregador de bateria tungar(1)

- E, o que houve? – perguntei.

- Aparentemente a válvula queimou. Não tenho outra no momento. Talvez possa usar um ignitron(2), mas tenho dúvidas.

- Mas, o ignitron não é para tensões elevadas?

- Sim, essa é minha dívida – respondeu o Antenor - Talvez um “excitron(3).

(Mais uma vez tive de consultar meu almanaque para saber o que era. Sorte que tinha, na realidade se não fosse esse almanaque... Você sabe o que é um excitron?)

- É desperdício. Usar um componente de potência muito alta neste caso. Vocês não usam dispositivos de estado sólido?

(O Antenor sabia que eu vinha do futuro e que no meu tempo não se usavam mais as válvulas nesse tipo de aplicação).

- Sim, temos, mas a maioria é de baixa potência. Poderia usar um “binistor(4)”, por exemplo.

- ?

(Tinha passado batido. Você sabe o que é um binistor?)

- Certamente não suportaria a carga. Mesmo porque ele opera no modo biestável. – Completei, mostrando conhecimento.

O Antenor não se abalou:

- Poderia usar um diodo de selênio, mas não tenho nenhum aqui. Talvez tenha mesmo que encontrar uma solução com o que tenho. Acho que vou usar um “Barretter(5)”.

(Corri ao meu almanaque e encontrei. Você sabe é que um barretter?)

De fato, o Antenor não precisava de muita corrente naquele momento e funcionou.

- Sim, mantem a corrente constante. É o que preciso para uma carga de bateria.

Mas, ainda era preciso testar. O Antenor pediu então uma pequena ajuda.

- Pegue no armário o meu “Ameter(6). Vamos ver se funciona.

Funcionou. Me despedi e voltei para o futuro, prometendo uma nova visita.

 

 

Respostas:

(1) – Tungar – ALM1410

Válvula retificadora a gás usada em fontes de alimentação antigas. Trata-se de uma válvula cheia do gás argônio destinada a retificação de altas correntes sob baixa tensão. Muito comum em carregadores antigos de baterias, tendo sido criada em 1916.

 


 

 

(2) Ignitron – ALM1764

Retificador de mercúrio usado na retificação em fontes de tensões muito altas.

 

(3) Excitron – ALM1214

Válvula retificadora de mercúrio para alta potência. Formada por um anodo e um catodo num bulbo de vidro.

 

(4) Binistor – ALM1140

Dispositivo retificador semicondutor controlado por 4 terminais, funcionando no modo biestável. Na figura abaixo o símbolo usado para representar o transistor binistor.

 


 

 

(5) Barretter – ALM1131

Tipo de retificador que tem por finalidade manter a corrente constante num circuito. O dispositivo é feito como uma válvula comum, mas tem um filamento de ferro e é cheio de gás hidrogênio. O filamento do dispositivo é ligado em série com o circuito no qual se deseja manter constante a corrente. No circuito abaixo, o Barretter mantém constante a corrente dos filamentos das válvulas num receptor de rádio antigo.

 


 

 

(6) Ameter – ALM1101

Termo inglês que significa medidor de ampères ou amperímetro. O mesmo que amperímetro (ALM278). Também grafado como A-meter.