Muitas vezes fazer previsões sobre a evolução de um determinado componente, achando que no futuro o componente será o mesmo, mudando apenas seu formato, desempenho e eventual tecnologia de construção é muito perigoso. Já se fez isso com as válvulas sem se prever que um novo componente, o transistor, viria substituí-la. É o que está acontecendo com o transistor em nossos tempos, com novas tecnologias sendo criadas no sentido de aperfeiçoar cada vez mais este componente. O que pode vir é o que analisamos neste artigo.

Todos os dias recebemos notícias anunciando novas tecnologias e novos materiais para a construção dos transistores do futuro.

São os transistores feitos com nanotubos de carbono que prometem ser menores e mais rápidos do que tudo que já surgiu, levando a uma computação em escala quântica extremamente rápida.

São os transistores orgânicos que fazem uso de moléculas orgânicas e que podem ser tão pequenos a ponto de controlar a passagem de um elétron de cada vez.

Agora é a vez dos transistores que não precisam de energia, anunciados por pesquisadores da Universidade de Cambridge.

O que estes pesquisadores estão desenvolvendo são transistores que precisam de tanta energia que ela pode ser “capturada” do próprio meio ambiente, eliminando assim a necessidade de baterias para alimentar seus circuitos.

A ideia dos pesquisadores é aproveitar a fuga de corrente que ocorre num transistor quando ele se aproxima do estado de não condução. Segundo os pesquisadores é algo semelhante ao que ocorre quando colocamos um circuito no modo sleep.

Essa técnica foi testada com êxito e os transistores podem funcionar com energia extraída do próprio meio ambiente. Ainda segundo os pesquisadores, a barreira Schottky que muitos tentam evitar na verdade pode ser útil para a criação de novos transistores com um consumo tão baixo que uma pilha AA alimentaria seu circuito por bilhões de anos!

Indo além os transistores poderiam ser feitos de materiais como o vidro, poliéster, plástico e até papel.

Isso significa que os vestíveis (wearables) do futuro funcionariam com o próprio calor do corpo (sem transdutores, pois os transistores captariam essa energia) e seriam fabricados junto com a própria roupa.