Levar um intruso a pensar que existe alguém numa casa é um bom meio de desestimular roubos quando estamos fora. O aparelho que descrevemos faz justamente isso: gera pulsos de luz em uma fluorescente, que lembram um aparelho de TV ligado e que portanto, indicam a presença de alguém. A vantagem deste aparelho está no baixo consumo, que é bem menor do que se deixarmos um televisor realmente ligado.

O circuito descrito consiste num pulsador que gera padrões de luz que lembram as variações rápidas de luminosidade de um televisor. Trata-se de um oscilador que alimenta uma lâmpada fluorescente, que pode ser até velha demais para funcionar na rede de energia, com uma baixa potência.

Podemos deixar este aparelho ligado em local próximo a uma janela de modo que um intruso consiga observar sua claridade, que lembra a de um televisor ligado.

É claro que uma lâmpada fluorescente de baixa potência também tem outras aplicações possíveis, como, por exemplo, a indicação de saídas de emergência, a iluminação de corredores ou varandas durante à noite com uma intensidade que seja bem pequena e até mesmo, a iluminação de pequenos painéis de propaganda ou avisos.

O circuito pode operar com lâmpadas fluorescentes enfraquecidas de 10 a 40 W e tem um consumo inferior a 10 W, o que é importante para um dispositivo que deve ficar ligado por longos intervalos de tempo.

 

COMO FUNCIONA

Funcionalmente podemos analisar o aparelho da seguinte maneira: um SCR atua como um oscilador de relaxação onde a frequência é determinada pelo ajuste de P, e pelo capacitor C1.

O capacitor C, também determina a intensidade dos pulsos de luz, podendo ficar entre 470 nF e 10 pF.

Evidentemente, quanto maior for o capacitor, maior será a intensidade da luz produzida, mas menor será a frequência, o que transforma o aparelho num pisca-pisca.

Neste oscilador, o capacitor se carrega via Rl, até ser atingida a tensão de disparo da lâmpada neon.

Com o disparo da lâmpada neon temos o disparo do SCR. As lâmpadas neon comuns possuem uma tensão de disparo da ordem de 80 V (tensão que o capacitor usado deverá suportar).

Os pulsos produzidos na comutação do SCR são aplicados ao enrolamento de baixa tensão de um transformador, aparecendo na forma de alta tensão no outro enrolamento.

Estes pulsos, que podem chegar a centenas de volts, são mais do que suficientes para excitar uma lâmpada fluorescente, mesmo que ela esteja gasta demais para funcionar na rede normal de energia.

 

MONTAGEM

Na figura 1 temos o diagrama completo do aparelho que pode funcionar na rede de 110 V ou 220 V.

 

Figura 1 – Diagrama completo do simulador de presença
Figura 1 – Diagrama completo do simulador de presença

 

 

Os valores de componentes entre parênteses são para a rede de 220 V.

A montagem com base numa placa de circuito impresso é mostrada na figura 2.

 

 

  Figura 2 – Placa de circuito impresso para a montagem
Figura 2 – Placa de circuito impresso para a montagem

 

 

Não será necessário usar radiador de calor para o SCR, pois ele opera com baixa potência, produzindo pulsos de curta duração.

O transformador T1 pode ser de qualquer tipo que tenha enrolamento primário de 110 V e 220 V com qualquer secundário de 6 V a 12 V e corrente na faixa de 200 mA a 500 mA, pois o enrolamento secundário não é usado, permanecendo desligado.

O transformador T2 deve ter enrolamento primário de 110/220 V ou só 220 V e secundário de 12 V com corrente de 200 a 500 mA.

O SCR pode ser o MCR106-4 ou TIC106-B se a rede de energia for de 110 V e o MCR106-6 ou TIC106-D, se a rede de energia for de 220 V.

Os resistores são de 1/8 W ou maiores, menos FL, que é de fio de 5 W.

O capacitor C1 pode ser de poliéster com uma tensão mínima de trabalho de 200 V, se a rede for de 110 V e 400 V, se a rede for de 220 V, ou eletrolítico se orem usados valores maiores.

Recomendamos que, em função das tolerâncias dos demais componentes usados, sejam feitas experiências com capacitores de 470 nF a 2,2 uF.

Como o aparelho funciona ligado diretamente na rede de energia, recomendamos o máximo cuidado com o isolamento dos fios e, além disso, que todas as partes expostas fiquem numa caixa de material isolante.

A placa de circuito impresso pode ficar numa caixa de madeira ou plástico de dimensões apropriadas.

O fio de conexão à lâmpada fluorescente deve ser bem isolado, pois os pulsos de tensão que aparecem nele são suficientemente fortes para causar um choque bastante desagradável.

 

Prova e Uso

Para testar o aparelho, basta ligá-lo à rede de energia e ajustar P1 para que a lâmpada fluorescente acenda.

Utilizando um potenciômetro, o brilho pode ser ajustado numa faixa algo ampla.

Coloque este ajuste num ponto em que a luminosidade e a cintilação produzidas lembrem a da tela de um televisor comum ligado.

Para usar, posicione o aparelho de modo que sua luminosidade possa ser observada de fora de uma casa mas ele não seja visto diretamente.

O leve aquecimento do resistor R no funcionamento é normal.

 

 

Semicondutores:

SCR- TIC106 ou MCR106 – SCR conforme a rede de energia - ver texto

D1-1N4004 se a rede for de 110 V e 1N4007 se a rede for de 220 V – diodo de silício

 

Resistores: (1/8 W, 5%)

R1 -680 ohms x 5 W se a rede for de 110 V ou 1,2 k ohms x 5 W se a rede for de 220 V - fio

R2 - 33 k ohms - laranja, laranja, laranja

R3 - 100 k ohms - marrom, preto, amarelo

P1 - 4,7 M ohms - potenciômetro

 

Capacitor:

C1 - 470 nF - poliéster para 200 V ou 400 V - ver texto

 

Diversos:

T1 - Transformador com primário conforme a rede de energia

T2 - Transformador com primário de 110/220 V ou só 220 V e secundário de 12 V e corrente de 200 a 500 mA.

NE-1 - Lâmpada neon NE-2H

X1 - Lâmpada fluorescente de 10 a 40 W

Placa de circuito impresso, cabo de força, caixa para montagem, soquetes para lâmpada fluorescente, botão para o potenciômetro, fios, solda etc.