As três temporizações deste alarme o tornam muito eficiente e com desempenho comparável ao de muitos tipos comerciais. Sua instalação é simples, sendo acionado pelos interruptores das lâmpadas nas portas ou ainda por sensores e interruptores no capô, porta-malas e onde quer que possa ocorrer uma violação.

Sua operação pode ser analisada de maneira simples:

a) Pressionando S’ temos aproximadamente 20 segundos para sair do carro.

b) Uma vez ativado de modo automático, se o veículo for invadido há um tempo de 10 segundos, aproximadamente, antes do disparo da buzina e inibição do sistema de ignição.

Estes 10 segundos servem para que o proprietário, entrando no veículo, desligue a alimentação do circuito através do interruptor S1.

c) Uma vez disparado o alarme, a ignição é inibida e a buzina é acionada de modo intermitente por um tempo de 3 minutos a 6 minutos, conforme a escolha do montador.

d) Após o tempo indicado o alarme pára e, se a chave violada for novamente fechada e aberta, ocorre novo disparo.

 

Funcionamento

Na figura 1 temos o diagrama completo do alarme.

 

   Figura 1 – Diagrama completo do alarme
Figura 1 – Diagrama completo do alarme | Clique na imagem para ampliar |

 

Obs. Este artigo é de 1993 quando ainda predominavam os carros com platinados.

São usados 4 circuitos integrados 555 nas configurações de monoestável e astável, além de 3 relés ativados no nível alto das saídas dos integrados 555 correspondentes, via transistores.

O primeiro 555 (Cl1) opera como monoestável, desligando a alimentação do alarme por um tempo determinado por R2 e C1 quando S1 leva sua entrada momentaneamente ao nível baixo.

No final da temporização a alimentação do alarme é estabelecida.

O usuário, pelo dimensionamento de C1 e R2, tem aproximadamente 20 segundos para sair e fechar o carro.

Quando a alimentação é estabelecida, o alarme fica pronto para operação.

O circuito formado por R5 e C3 impede a aplicação brusca de tensão nos 555 seguintes, o que poderia causar seu disparo imediato.

O alarme é ativado quando qualquer uma das chaves ligadas ao ponto B levar o pino 2 do integrado Cl2, via C4, por um momento ao nível baixo.

A saída deste integrado irá então ao nível alto por um tempo que depende de Ra e C5. Este tempo é o pré-disparo, ou espera, e dura aproximadamente 10 segundos. Alterando R5 podemos ter tempos maiores.

Quando a saída de CIa vai ao nível alto, nada acontece com o próximo monoestável (Cla), pois neste tipo de circuito o disparo ocorre quando a entrada (pino 2) vai ao nível baixo.

Assim, no final da temporização de 0.2 s quando sua saída volta ao nível baixo, é que temos o disparo de C1a.

Com o disparo, sua saída (pino 3) vai ao nível alto por um tempo determinado por R10 e C7 entre 3 e 6 minutos, aproximadamente. Neste intervalo o relé K2 fecha seus contatos, desligando a ignição do carro.

Ao mesmo tempo é habilitado Cl4, que está na configuração de astável, com frequência determinada por R14, R13 e C8.

O relé ligado via Q3 à saída de Cl4, passará então a abrir e fechar seus contatos, acionando a buzina de modo intermitente pelo tempo determinado por R10 e C7.

No final deste intervalo, de 3 a 6 minutos, o sistema desliga e fica pronto para novo acionamento. Este desligamento evita o desgaste da bateria em caso de um acionamento errático, quando o dono do veículo não pode intervir imediatamente.

 

Montagem

Na figura 2 temos a disposição dos componentes numa placa de circuito impresso.

 

Figura 2 – Placa para a montagem
Figura 2 – Placa para a montagem

 

Todo o conjunto deve ser encerrado numa caixa blindada para se evitar que umidade ou pó venham causar problemas de funcionamento.

Os circuitos integrados, assim como os relés, podem ser instalados em soquetes. Os relés admitem equivalentes, mas lembramos que tanto K2 como K3 devem ter contatos de pelo menos 8 A.

Os transistores também admitem equivalentes, assim como os diodos.

Para conexão aos diversos pontos do carro usamos terminais com parafusos, indicados com as letras de A até G.

Será interessante posicionar o circuito de modo que os pontos C e D fiquem mais próximos possíveis do cabo que alimenta a bobina de ignição, já que ele deve ser interrompido.

Este ponto é importante e deve ser protegido, pois em caso de falha do alarme que provoque o fechamento de K2, sem retorno, basta curto-circuitar C com D para que o veículo volte a funcionar novamente.

Desligando E a buzina será desativada, em caso de emergência.

 

Instalação e Uso

Na figura 3 temos o modo de se fazer a instalação do alarme no carro.

 

Figura 3 - Instalação
Figura 3 - Instalação

 

Observe que alguns fios, que conduzem correntes mais intensas, devem ser mais grossos.

O número de interruptores ligados ao ponto B não tem limite, dependendo apenas de quantos locais devem ser protegidos.

Sensores do tipo NA (normalmente abertos) como reed-Switches, sensores de vibração etc. podem ser usados.

Uma vez instalado, verifique seu funcionamento.

Para usar lembre-se que:

Ao sair do veículo aperte o botão S1. Feche o veículo antes de 10 segundos.

Ao voltar, entre e feche as portas rapidamente, apertando em seguida S1 antes do disparo (o alarme continuará ativado nestas condições). Se quiser, desligue-o totalmente em S2.

Em caso de disparo, aperte S1 ou desligue S2.

 

 

Projeto 1

Semicondutores:

CI1 a Cl4, - 555 - circuitos integrados

Q1, Q2, Q3 - BC548 ou equivalente - transistores NPN de uso geral.

D1 a D5 - 1N4148 ou equivalentes - diodos de silício

 

Resistores (1/8 W, 5%):

R1, R7, R9, R13, R14 - 47 k ohms

R2 - 220 k ohms

R3, R,5 - 2,2 k ohms

R4, R5 - 4,7 ohms

R6 - 12 k ohms

R8 - 100 k ohms

R10 - 1 M ohms

R11 - 10 k ohms:

R12 - 4,7 k ohms

 

Capacitores:

C1 - 47 uF a 100 uF - eletrolítico de 16 V

C2, C3, C9 - 1 000 uF - eletrolíticos de 16 V

C4, C5 - 100 nF - poliéster ou cerâmicos

C5 - 47 uF a 100 uF - eletrolítico de 16 V

C7 - 100 uF a 220 uF - eletrolítico de 16 V

C3 – 10 uF - eletrolítico de 16 V

 

Diversos:

K1 - Relé de 12 V X 2 À ou equivalente

K2, K3 - Relé de 12 V x 10 A

F1 - Fusível de 500 mA

S1 - interruptor de pressão NA

S2 - Interruptor simples

Placa de circuito impresso, caixa para montagem, soquetes para os circuitos integrados e relés, ponte de terminais com parafusos, fios, solda etc.