Em certas ocasiões precisamos transferir um sinal de um local para outro e depois o seu retorno à entrada original deve ser feito de forma automática. As aplicações para o interessante aparelho que descrevemos neste artigo ficarão claras no próprio texto dado a seguir.

Se usarmos nosso transferidor de sinais com a rede de alimentação, com um simples toque no sensor, fazemos com que uma luz mais forte acenda por alguns segundos para depois termos a volta a uma iluminação mais suave.

Isso permite seu uso num quarto de crianças, se precisarmos entrar por um momento para pegar alguma coisa, ou mesmo num estúdio.

Se usarmos o aparelho com sinais de áudio podemos passar os sinais de um amplificador, de uma caixa para outra, por alguns instantes, voltando a reprodução ao normal de modo automático.

Numa bancada de testes podemos, pelo simples toque no sensor, fazer com que o sinal por um momento seja aplicado num aparelho bom para uma comparação com outro aparelho, para onde o sinal volta automaticamente.

A entrada do aparelho permite o uso de diversos dispositivos de disparo, inclusive de toque, e na saída podemos controlar cargas de até 2 A.

 

CARACTERÍSTICAS

Tensão de alimentação: 110/220 V c.a.

Corrente de consumo: 10 mA (repouso) - 100 mA (relé acionado)

Temporização de retorno: 2 segundos a 15 minutos

Carga máxima controlada: 2 A

 

 

COMO FUNCIONA

O aparelho consiste basicamente num comutador controlado por um timer

555.

Quando um sinal de comando do sensor ou interruptor ligado aos pontos A e B do circuito é aplicado ao 555 monoestável, ele dispara, indo sua saída ao nível alto.

O tempo em que esta saída se mantém no nível alto é determinado pelo ajuste de P1 e pelo valor de C1, que pode ficar entre 10 e 1000 uF.

Para intervalos de fração de segundo a 1 ou 2 minutos use o valor menor.

Para intervalos até mais de 15 minutos use o valor maior.

Com a saída do 555 no nível alto, o transistor Q1 é levado a saturação, energizando a bobina do relé que aciona os contatos reversíveis.

Usando o par de contatos reversíveis podemos então fazer a comutação dos sinais de uma carga externa.

A alimentação do circuito vem de uma fonte simples, sem estabilização, já que seu funcionamento não é critico.

 

MONTAGEM

Na figura 1 temos o diagrama completo do aparelho

Figura 1 – Diagrama do aparelho
Figura 1 – Diagrama do aparelho

 

 

Sua montagem pode ser feita numa pequena placa de circuito impresso conforme mostra a figura 2.

 

 

Figura 2 – Placa para a montagem
Figura 2 – Placa para a montagem

 

 

O conjunto pode ser instalado numa caixa plástica com terminais de parafuso ou mesmo tomadas para a comutação das cargas, conforme o tipo de utilização pretendida.

Na figura 3 damos uma sugestão de caixa, com os controles, as saídas de controle e o sensor.

 

 

Figura 3 – Sugestão de caixa para a montagem
Figura 3 – Sugestão de caixa para a montagem

 

 

O sensor admite diversas possibilidades, como por exemplo um simples interruptor de pressão, um reed-switch ou ainda um sensor de toque.

Para o sensor de toque temos que trocar R1 por um resistor de 2,2 a 4,7 M ohms, de acordo com a sensibilidade desejada.

Para controlar cargas de maior potência o relé pode ser substituído por um de maior corrente de contato.

A fonte de alimentação também pode ser substituída por 4 pilhas médias ou grandes, caso em que devemos trocar o relé por uma unidade de 6 V.

 

PROVA E USO

Para provar o aparelho coloque o potenciômetro P1 na posição de menor

tempo (menor resistência) e ligue momentaneamente os pontos A e B.

Quando isso ocorre (um toque momentâneo apenas), o relé deve fechar seus contatos para depois abrir.

Abrindo P1, o tempo em que o relé permanece ativado após o toque aumenta.

Com a ajuda de um relógio ou cronômetro podemos elaborar uma escala para P1.

 

a) Troca de cargas alimentadas pela rede

Isso é feito com as conexões mostradas na figura 4.

 

 

   Figura 4 – Comutação de cargas ligadas à rede de energia
Figura 4 – Comutação de cargas ligadas à rede de energia

 

 

Com um toque no sensor a carga B passa a ser alimentada por um tempo determinado pelo ajuste de P1 Depois deste tempo a carga A volta a receber a alimentação normal.

 

b) Troca de pontos de aplicação de sinais.

Na figura 5 temos a indicação de como fazer a ligação de dois alto-falantes de modo que o sinal de um amplificador passe de um para outro pelo comando do sensor e depois volte de modo automático.

 

 

Figura 5 – Troca de alto-falantes
Figura 5 – Troca de alto-falantes

 

 

Para fazer o mesmo numa versão estereofônica temos as ligações mostradas na figura 6.

 

 

Figura 6 – Comutação num sistema estéreo
Figura 6 – Comutação num sistema estéreo

 

 

Com o relé indicado podemos fazer a comutação de alto-falantes em sistemas de som até 30 W por canal. Para potências maiores é preciso usar um relé de maior capacidade de corrente.

 

c) Inversão de polaridade.

Com um simples toque ou botão de comando a polaridade da alimentação de um circuito é invertida, ou mesmo a fase da alimentação da rede, com as ligações mostradas na figura 7.

 

 

Figura 7 – Inversão de polaridade
Figura 7 – Inversão de polaridade

 

 

Esta disposição pode ser interessante para verificação da entrada de ruídos da rede em aparelhos que estejam em teste.

 

Semicondutores:

CI1 - 555 - circuito integrado

Q1 - BC548 ou equivalente –transistor NPN de uso geral

D1 - 1N4148 - diodo de silício de uso geral

D2. D3 - 1N4002 - diodos retificadores de silício

 

Resistores: (1/8 W, 5%)

R1 - 47 k ohms

R2 - 10 k ohms

R3 - 1 k ohms

P1 - 1 M ohms - potenciômetro

 

Capacitores: (eletrolíticos para 16 V ou mais)

C1 - 10 a 1 000 uF - ver texto

C2 – 1 000 uF

 

Diversos:

T1 - transformador com primário de acordo com a rede e secundário de 9 + 9 V x 500 mA

F1 - fusível de 1 A

K1 - Relé de 12 V com contatos de 2 A

S1 - interruptor simples

Placa de circuito impresso, caixa para montagem, botão plástico para P1, soquetes para o integrado e o relé, suporte para fusível, cabo de alimentação, ponte de terminais de parafusos, fios, solda etc.