Um dos problemas dos "grampos" telefônicos comuns é que eles retiram a energia da própria linha e com isso causam uma alteração da impedância e da tensão, o que possibilita sua detecção. O circuito apresentado não é de  um transmissor, mas sim de um amplificador telefônico que pode ser conectado a uma linha, mas que não a carrega, tornando-se assim praticamente indetectável.

A pequena variação da tensão que ocorre quando um circuito de escuta é ligado a uma linha telefônica é o elemento básico para a detecção da maioria dos equipamentos usados para esta finalidade.

Assim, um meio de evitar a detecção de um equipamento de escuta é impedir que ele cause alterações no sinal ou na impedância da linha. Isso pode ser conseguido com um circuito como o apresentado, que tem uma resistência praticamente nula e portanto não afeta a tensão da linha.

Ligado em série com a linha telefônica, este circuito deriva apenas alguns microvolts de sinal para um amplificador, o que é uma tensão muito pequena para ser detectada.

O sinal é então aplicado a um pequeno alto-falante ou fone de escuta. Existe também a possibilidade de acoplar este circuito a um transmissor ou gravador.

Evidentemente, como o circuito não retira a tensão de alimentação da linha telefônica, ele precisa de bateria própria.

Dependendo da aplicação, o usuário deverá prever uma bateria de longa duração, se bem que na maioria dos casos, 4 pilhas médias sejam mais do que suficientes para garantir uma escuta de muitas horas.

O circuito também pode ficar longe da linha, o que significa maior segurança para o agente, conforme observamos na figura 1.

 

 

COMO FUNCIONA

O sinal para o amplificador é retirado da linha telefônica por um pequeno transformador, em que o enrolamento primário tem uma impedância muito baixa para não carregar a linha quando ligado em série.

No secundário, temos um par de diodos ceifadores com a finalidade de evitar a saturação do circuito com o sinal do toque da campainha, que é de tensão mais elevada.

A seguir, temos o controle de volume que consiste num potenciômetro comum.

O amplificador escolhido foi o LM386 de baixo custo, fácil obtenção e excelente desempenho neste tipo de aplicação em que se exige bom ganho e alimentação por pilhas.

O alto-falante pode ser pequeno ou então fazer uso de um fone de baixa impedância.

 

 

MONTAGEM

Na figura 2 temos o diagrama completo do aparelho.

 

A placa de circuito impresso para esta montagem é mostrada na figura 3.

 

O transformador é enrolado num pequeno bastão de ferrite e tem as seguintes características:

L1 - 10 espiras de fio AWG 28

L2 - 100 a 200 espiras de fio AWG 32

 

Os demais componentes não são críticos. Os eletrolíticos podem ter tensões de trabalho a partir de 6 V e os diodos admitem equivalentes.

O conjunto cabe facilmente numa pequena caixa plástica, cujas dimensões são basicamente determinadas pelo suporte de pilhas e pelo alto-falante usado.

Um par de garras jacaré pode ser previsto na entrada para conexão à linha telefônica.

 

 

PROVA E USO

Para provar, basta intercalar o circuito a uma linha telefônica, verifique a figura 4.

 

Ajuste P1 para obter o melhor volume. Se o volume do aparelho for baixo demais, altere a bobina L1, aumentando algumas espiras.

Se houver distorção com volume elevado na conversa, reduza a bobina L2.

Para conexão a um amplificador externo pode ser usado um jaque, veja figura 5.

 

Neste caso, o gravador e o amplificador passam a ter funcionamento paralelo, com escuta simultânea.

Além da espionagem (que é uma aplicação ilegal pela qual não podemos nos responsabilizar), a aplicação mais importante para a qual recomendamos o aparelho é a de escuta paralela.

Colocado ao lado do telefone, ele permite que todas as pessoas de uma sala acompanhem uma conversa, como, por exemplo, a que se tem com um parente ou amigo distante e que todos desejam ouvir.

 


LISTA DE MATERIAL


Semicondutores:

CI1 - LM386 - circuito integrado, amplificador de áudio

D1, D2 - 1N4148 - diodos de silício de uso geral

 

Resistores: (1/8 W, 5%)

R1 - 1 ohms

P1 - 10 k ohms - potenciômetro

 

Capacitores:

C1 - 470 nF - cerâmico ou poliéster

C2 - 10 µF - eletrolítico

C3 - 47 nF - cerâmico ou poliéster

C4 - 100 µF - eletrolítico

C5 - 220 µF - eletrolítico

 

Diversos:

L1, L2 - Transformador - ver texto

S1 - Interruptor simples

B1 - 6 V - 4 pilhas médias ou grandes

FTE - 4 ou 8 ohms x 5 a 10 cm  - alto-falante

Placa de circuito impresso, suporte de pilhas, caixa para montagem, bastão de ferrite de 5 cm x 1 cm de diâmetro, fios esmaltados, fios, garras jacaré, solda, etc.