Em outro artigo deste site mostramos como o velho (transistor unijunção) e o novo (Power-MosFet) poderiam ser associados em novas combinações gerando alguns circuitos muito interessantes para projetos. Naquela ocasião apresentamos circuitos de efeitos de luz que, no entanto, não representavam tudo que poderíamos fazer com estes componentes. O que trazemos neste novo artigo são mais algumas configurações importantes usando estes componentes, mas agora gerando som e também alguns outros efeitos de luz adicionais.

 

Nos circuitos básicos que veremos o transistor unijunção é utilizado como oscilador de relaxação na configuração tradicional ilustrada na figura 1, e o transistor de efeito de campo de potência como amplificador excitando uma lâmpada incandescente ou um alto-falante, na maioria das aplicações.

 

Oscilado de relaxação com transistor unijunção.
Oscilado de relaxação com transistor unijunção.

 

Na configuração de oscilador de relaxação, o transistor unijunção pode gerar sinais de até algumas dezenas de quilohertz, enquanto que o Power-FET pode fornecer potências de vários watts devendo ser montado em um radiador de calor compatível.

 

1. OSCILADOR DE ÁUDIO

Nosso primeiro circuito, exemplificado na figura 2, produz um tom de áudio de boa potência, cuja frequência é ajustada pelo potenciômetro de 470 k Ω.

 

Oscilador de áudio.
Oscilador de áudio.

 

O alto-falante deve ser de pelo menos 5 W e uma das aplicações possíveis para este circuito é em sistemas de alarme.

O resistor de 10 Ω pode eventualmente ser alterado em função da potência desejada.

 

2. METRÔNOMO

Pulsos de curta duração ou "cliques" podem ser gerados com o circuito visto na figura 3.

 

Metrônomo
Metrônomo

 

A frequência é ajustada no trimpot ou potenciômetro e a faixa é determinada pelo capacitor.

 

3. PISTOLA ESPECIAL

Este é um circuito especial de efeitos muito interessantes, que pode ser agregado a jogos eletrônicos, sistemas de aviso, alarmes e outras aplicações.

Na figura 4 temos um oscilador com frequência variável disparado por um gatilho que, no caso, é um interruptor de pressão do tipo Normalmente Aberto.

 

Pistola espacial.
Pistola espacial.

 

Quando pressionamos S1, o capacitor C1 se carrega e alimenta o oscilador de relaxação via potenciômetro de ajuste de frequência.

O tom produzido por este oscilador tem então sua frequência máxima, que excita a etapa de potência com o Power-MOSFET.

Quando o interruptor é solto, o capacitor C1 descarrega-se pelo oscilador de relaxação e, à medida em que isso ocorre, a frequência diminui até que ele pára.

Temos então a produção de um tom com frequência descrescente até parar.

O tempo de duração do tom é dado pelo valor do capacitor C1, e a faixa de frequências do som gerado é determinada pelo ajuste do trimpot e pelo capacitor C2.

O leitor pode modificar os valores destes componentes numa ampla faixa para se obter o efeito por ele desejado.

O gatilho pode ser substituído pelos contatos de um relé, ou ainda, por algum tipo de acionamento automático como, por exemplo, um transistor comum.

 

4. SIRENE MANUAL

No circuito apresentado na figura 5 quando pressionamos S1, o capacitor C1 carrega-se lentamente, e com isso aciona o oscilador de relaxação de modo que sua frequência aumenta suavemente até atingir um ponto de máximo determinado pelo ajuste de P1 e pelo valor de C2.

 

Pistola ou efeito espacial.
Pistola ou efeito espacial.

 

Quando soltamos S1 o capacitor C1 descarrega-se pelo oscilador de relaxação, e com isso a frequência do sinal produzido decai até que ele pára completamente.

O sinal produzido é aplicado ao FET de potência que excita um alto-falante com boa potência.

 

5. SIRENE MODULADA

O circuito de sirene modulada automática ilustrado na figura 6 produz realmente um efeito sonoro interessante, que pode ser ajustado em três pontos diferentes.

 

Sirene Modulada - Q3 precisa de um radiador para dissipar o calor.
Sirene Modulada - Q3 precisa de um radiador para dissipar o calor.

 

Neste circuito, o primeiro transistor unijunção (Q1) produz o sinal de modulação ajustado em P1. Este sinal é do tipo "dente-de-serra" e sua frequência também depende do capacitor C1.

O segundo transistor unijunção (Q2) produz o tom de áudio, mas sua frequência é controlada também pelo primeiro oscilador, sendo basicamente ajustada em P2.

A profundidade do efeito é ajustada em P3.

Combinando os três ajustes podemos obter sons bastante interessantes para este circuito.

O sinal de áudio modulado é aplicado ao transistor de potência que excita o alto-falante.

Este circuito pode ser usado como sirene automotiva de excelente desempenho. O resistor de 10 Ω na fonte do transistor de potência pode ser alterado em função da potência sonora desejada.

 

6. PULSOS ALEATÓRIOS

O circuito mostrado na figura 7 é projetado basicamente para excitar uma lâmpada, mas outros tipos de cargas podem ser empregadas como, por exemplo, um relé ou um solenóide.

 

Pulsos aleatórios.
Pulsos aleatórios.

 

O que este circuito faz é gerar pulsos de curta duração em intervalos aleatórios, determinados pela combinação das frequências dos dois osciladores com transistores unijunção.

A faixa de frequências de cada oscilador é ajustada de modo independente, varia conforme os e capacitores associados.

 

CONCLUSÃO

Pelo que os leitores puderam perceber, nos dois artigos em que associamos transistores unijunção com transistores FET de potência as possibilidades de projetos são muitas.

Evidentemente, as limitações de frequência dos dois componentes levam basicamente a projetos de frequências muito baixas e de áudio.