Em diversos artigos temos relatado as influência da luz azul sobre os seres vivos, por exemplo, no caso do ritmo circadiano que determina nosso ciclo do dia e da noite. No entanto, as pesquisas estão revelando que os efeitos da luz azul podem ir muito além da simples determinação de nossos períodos de sono. Neste artigo exploramos este tema como algumas ideias que inclusive podem levar a trabalhos de pesquisa.

Em nosso artigo MA090 em que tratamos da poluição visual e sua influência sobre o ritmo circadiano pela presença da radiação azul, mostramos que nosso ciclo do dia e da noite pode ser influenciado pela iluminação ambiente, principalmente agora que os LEDs têm um rendimento muito maior nesta parte do espectro.

Entretanto, parece que o uso de muitos acessórios e mesmo equipamentos eletrônicos está mudando o modo como nos expomos à luz azul e isso pode ter consequências para nossa saúde.

Por exemplo, em outro artigo (MA091 e mesmo no MA090) tratamos do perigo de uma exposição prolongada à radiação de celulares e computadores e isso já está preocupando autoridades.

De fato, já existem filtros que podem ser usados nos celulares para reduzir a componente azul da luminosidade da tela e mesmo recursos que permitem reduzir essa componente no próprio celular.

O fato é que a luz azul, por ter uma frequência menor, tem um poder de penetração maior e mais energia, podendo ter efeitos que as radiações de maior comprimento de onda não têm.

As pesquisas estão revelando muito sobre os efeitos desta radiação nos organismos vivos, o que até então não nos preocupava pois sua presença estava limitada à luz do dia.

Fontes artificiais como o fogo, velas e as lâmpadas incandescentes têm uma taxa de emissão de luz azul muito baixa.

É por esse motivo que recomendamos em alguns de nossos artigos que a iluminação artificial de nossas casas em determinados locais seja feita com LEDs de iluminação com baixa temperatura, com luz levemente amarelada, para ter uma componente azul reduzida.

Uma descoberta interessante que pode levar a novos rumos para a pesquisa sobre a utilização da luz azul foi feita recentemente pesquisadores de Massachusetts descobriram que a luz azul na forma de flashes podiam ter um efeito terapêutico forte em ratos com Alzheimer levando-os a “recuperar a memória” em testes de labirinto.

Os experimentos deverão ser realizados com humanos, parecendo que este tipo de luz provoca algum tipo de estímulo nos neurônios, como no caso do ritmo circadiano, que leva à recuperação da memória.

O importante é que percebemos que, com a possibilidade que temos de construir fontes de luz azul potentes facilmente, graças ao uso de LEDs, portas para experimentos interessantes e importantes estão abertas.

Outro assunto polêmico referente à iluminação ambiente e que inclui a luz azul devendo ser analisado com cautela refere-se justamente aos acessórios que usamos e que podem mudar o modo como percebemos a luz, principalmente a azul.

Os óculos escuros que antes eram acessórios terapêuticos, pois eram recomendados como elementos para ajudar em deficiências visuais ou ainda para suavizar a luz em condições especiais, passaram a ser objetos de uso estético.

Usa-se óculos escuros pela beleza e pelo efeito que faz na aparência das pessoas.

O fato é que nossos olhos possuem uma curva de resposta à intensidades luminosas que é determinada pela natureza pelos milhões de anos em que vivemos neste planeta com graus de luminosidade que vão do sol do meio dia à note total sem lua.

Assim, nossa retina possui um mecanismo de abertura e fechamento que dosa a sensibilidade do olho ao grau de iluminação ambiente. O tempo de abertura e fechamento é o tempo que leva para que ela modifique sua abertura quando passamos de um ambiente mais claro para um mais escuro e você versa.

Com o uso do óculos escuro esta curva se modifica, pois a retina não precisa mais fechar totalmente em condições de máxima luminosidade e ela se torna “preguiçosa” por falta de uso. É como qualquer músculo: não usado, atrofia.

Com o tempo, as pessoas que usam constantemente os óculos escuros perdem completamente a capacidade de se adaptar à claridade. Essas pessoas não mais conseguem ficar sem óculos.

Você já perdeu sua capacidade de adaptação à claridade e não pode ficar sem óculos escuros durante o dia? Cuidado! Aquilo que é bonito pode ser prejudicial.

Seria interessante que um estudo fosse feito para verificar até que ponto a nova curva de resposta às cores que um óculos escuros impõe aos nossos olhos não traz algum tipo de prejuízo!

Lembramos que foi somente muito depois que os televisores foram lançados que se descobriu que a presença de raios X nos primeiros aparelhos podia ser altamente prejudicial à saída. Coisas da tecnologia que só descobrimos com o tempo (e às vezes tarde demais).

Tudo isso nos leva a um bom campo de pesquisa. Por que não estudar os efeitos dessa luz em seres vivos, como plantas, insetos, peixes, etc.?

Seria um tipo de estudo que pode levar a trabalhos inéditos para TCCs, feiras de ciências e contestes como a FEBRACE e mesmo trabalhos sérios que podem levar a descobertas importantes.

Fica nossa sugestão, para os que procuram uma ideia inédita para pesquisa ou trabalho de conclusão de curso.

No nosso site podem ser encontradas diversas fontes de corrente constante e circuitos de alimentação para LEDs que poderiam ser utilizados em um laboratório para alimentar LEDs azuis.

 

Março 2017