Com a possibilidade de termos fontes de emissão de luz seletivas, o que não ocorre com lâmpadas incandescentes comuns e mesmo fluorescentes, aplicações inéditas para determinadas faixas de emissão estão aparecendo e algumas muito promissoras. Neste artigo focalizamos algumas delas.

As lâmpadas incandescentes comuns emitem uma ampla faixa do espectro de luz que podemos ver (luz visível) e até mesmo fora dela, mas com muito baixo rendimento como podemos ver pela figura 1.

 

Figura 1 – espectro visível e de uma lâmpada incandescente
Figura 1 – espectro visível e de uma lâmpada incandescente

 

 

No entanto, com a possibilidade de termos fontes emissoras de luz capazes de emitir radiação numa faixa muito estreita do espectro, caso dos LEDs, descobertas interessantes tem sido feitas as quais levam a novas aplicações da tecnologia da iluminação.

Na figura 2 temos o espectro estreito de LEDs comuns.

 

Figura 2 – Espectro de alguns LEDs comuns
Figura 2 – Espectro de alguns LEDs comuns

 

 

Uma delas é na horticultura, que já abordamos no ART4039, onde os LEDs podem ser usados para produzir a cor da luz mais conveniente para o crescimento das plantas, com um aproveitamento muito melhor da energia.

Mas, uma área que está se mostrando muito interessante é a que faz uso dos LEDs que emitem luz na cor azul. Por que a cor azul? Que diferença tem em relação às demais?

O azul corresponde ao extremo superior da faixa visível e, portanto, a radiação visível que tem menor comprimento de onda.(figura 3)

 

Figura 3 – Posição da radiação azul no espectro visível
Figura 3 – Posição da radiação azul no espectro visível

 

Ora, menor comprimento de onda significa que a radiação azul é mais penetrante, ou seja, tem maior quantidade de energia por quantum (partícula elementar de luz).

Assim, podemos dizer que uma fonte de luz azul tem mais chance de ter efeitos que alterem, por exemplo, um tecido vivo do que uma luz de maior comprimento de onda ou menor frequência.

A luz azul pode catalisar uma reação química o que não ocorre com uma radiação vermelha ou laranja, por exemplo.

É claro que a luz violeta teria efeitos ainda maiores, por ter comprimento de onda menor que o azul, mas a radiação azul pode ser obtida com maior facilidade e além disso os efeitos de uma eventual ressonância ainda são desconhecidas.

 

Aplicações terapêuticas

O fato é que esse conteúdo maior de energia que pode levar a uma ação maior sobre tecidos vivos tem levado os pesquisadores a analisar a possibilidade do uso terapêutico da luz azul.

Algumas descobertas interessantes têm sido feitas, como já relatamos em outros artigos do site (digite “luz azul” na busca). A luz azul poderia ter uma ação efetiva nas células do cérebro, como se descobriu implantando chips emissores em ratos. O Alzheimer, por exemplo, poderia ser controlado com essa radiação, segundo se pesquisa.

Outros problemas que já relatamos, relacionados com essa radiação, como a produção do hormônio do sono também são analisados (veja os artigos MA102, MA101, MA090 e outros).

Muita coisa interessante ainda pode ser descoberta e aplicadores de luz azul podem estar em breve sendo usados em muitas aplicações ainda em estudos em nossos dias.

Até mesmo no meio ambiente, a utilização de holofotes e outras fontes poderosas podem ser usadas no futuro em aplicações que mal podemos imaginar hoje.