Muitas pessoas que assistem a minhas palestras ou participam de meus eventos, diante dos assuntos abordados, principalmente nas ocasiões em que falo da física quântica, me perguntam se um dia seria possível a viagem no tempo. Neste artigo darei minha opinião de forma rápida, já que existem artigos mais detalhados no site, indicados para os que possuem um conhecimento técnico maior.

Vivemos num universo de 3 dimensões física e uma temporal. As dimensões físicas são relativamente simples de entender nesse nosso universo. Todas as coisas têm três dimensões: comprimento, largura e altura. O tempo, a quarta dimensão, se bem que saibamos muito pouco do que realmente seja, está inerente em tudo que fazemos e não nos preocupamos (as vezes sim) com sua presença.

No entanto, o verdadeiro universo tem mais dimensões, outras que ficaram “embutidas” nas pequenas dimensões das partículas que formam a matéria e que não se expandiram quando ele se formou no “Big Bang”.

Não conseguimos imaginar muito bem o que seriam essas dimensões, mas as pesquisas realizadas nos reatores nucleares com as partículas subatômicas e os estudos teóricos feitos pelos físicos nos indicam que lá ocorrem coisas muito estranhas.

A física que usamos para descrever os fenômenos em nosso mundo expandido, ou o universo das coisas grandes não vale para descrever o que acontece lá.

Assim, temos a “física quântica” como uma física que se aplica a esse mundo e que estamos compreendendo aos poucos e começando a usar em algumas de nossas tecnologias.

Já existem sensores usados na indústria que se baseiam na física quântica, computação quântica e até mesmo a criptografia quântica.

O nosso conhecimento dos fenômenos que ocorrem neste mundo das coisas pequenas aumentam e muitos se perguntam se eles seriam a chave para uma eventual viagem no tempo.

O que ocorre é que no mundo quântico, o que entendemos por tempo parece não seguir as leis que temos no nosso mundo real em que os acontecimentos sucedem uns aos outros e que não temos como alterar isso.

Fenômenos em escalas muito pequenas em que as outras dimensões “embutidas” nas pequenas partículas parecem ter um tempo próprio que flui de maneira diferente.

Coisas estranhas como o efeito vindo antes da causa, já visualizado em partículas sendo destruídas num reator são um exemplo disso.

A compreensão do que seria o tempo talvez seja o ponto de partida para podermos saber se ele pode ser “dominado” e tecnologias nos permitam ter o efeito antes da causa, ou seja, invertendo as coisas e com isso viajando ao passo ou quem sabe ao futuro.

Na verdade, sequer sabemos se o passado é uma espécie de “registro” em que tudo que aconteceu pode ser acessado e o futuro uma espécie de “programa” que tem determinado o que vai acontecer.

Estamos muito longe de prever alguma coisa. Precisamos antes saber muito mais sobre a verdadeira natureza do tempo para ter uma ideia sobre as possibilidade de usá-lo em alguma forma de tecnologia, criando talvez uma máquina do tempo ou uma viatura que, como no filme “De Volta Para o Futuro” nos transporte através de algum tipo de portal para o passado ou futuro distante.