Qualquer receptor de rádio transistorizado ou a válvulas, se convenientemente recuperado, pode se tornar um instrumento de grande utilidade para a bancada de trabalhos de reparação. Aproveitando as etapas de áudio de um rádio fora de uso, podemos convertê-las facilmente em um eficiente seguidor de sinais ou amplificador de provas.

A ideia básica é simples: todos os rádios possuem etapas amplificadoras de áudio que, se estiverem funcionando ou forem recuperadas, podem ser usadas na função de amplificador de prova ou seguidor de sinais.

Podemos fazer isso tanto com velhos receptores de válvulas como receptores transistorizados. Mesmo que as etapas de RF não esteiam funcionando, ainda assim o aproveitamento é possível.

Analisemos os casos possíveis:

 

a) Rádio antigo de válvulas

A saída de áudio típica tem a configuração mostrada na figura 1.

 

Figura 1 – Etapa de áudio valvulada
Figura 1 – Etapa de áudio valvulada

 

Podemos acrescentar então um jaque de entrada para sinais externos no controle de volume, normalmente um potenciômetro de 470 k.

Dada a. alta impedância de entrada desta etapa, o capacitor pode ter valores na faixa de 100 nF a 220 nF, tipo cerâmico ou de poliéster.

O jaque de entrada será fixado na parte posterior da caixa do rádio e Iigado ao circuito por meio de fio blindado.

No uso normal, o rádio é colocado fora de estação, mas pode-se evitar o chiado que ocorre nestas condições, com a utilização de uma chave comutadora, conforme mostra a figura 2.

 

Figura 2 – Ligação da chave comutadora
Figura 2 – Ligação da chave comutadora

 

Veja que, se o rádio for do tipo “rabo quente", ou seja, que não usa transformador de força, não existe isolamento da rede, o que torna o uso mais cauteloso.

Pode-se evitar o problema de choques ou ainda de curtos com a utilização de um capacitor adicional também no negativo da entrada.

 

b) Rádio transistorizado

Neste caso, a etapa típica é a mostrada na figura 3.

 

Figura 3 – Etapa transistorizada
Figura 3 – Etapa transistorizada

 

Ligamos então o jaque de entrada no potenciômetro de volume tipicamente de 10 k. A impedância de entrada é bem mais baixa neste caso, o que exige o emprego de capacitores maiores.

Valores entre 1 e 10 µF são recomendados. O jaque pode ser o de saída de fone que é retirado desta função.

Também neste caso, podemos utilizar uma chave comutadora para se evitar o chiado de “fora de estação" no uso do amplificador.

 

Pontas de prova

Na figura 4 temos dois tipos de pontas de prova que poderão ser usadas nos trabalhos de bancada.

 

Figura 4 – Pontas de prova
Figura 4 – Pontas de prova

 

A primeira é uma ponta de áudio que consiste num plugue do tipo P2, de acordo com a entrada utilizada e um cabo blindado de pelo menos 50 cm de comprimento.

Na ponta blindada ligamos uma garra jacaré por meio de um pedaço de fio de uns 10 cm e no condutor central uma ponta de prova.

Na junção dos fios, passamos uma fita isolante para tornar o sistema mais rígido.

Com esta ponta podemos fazer testes de amplificadores, pré-amplificadores, outros rádios, intercomunicadores e ainda verificar transdutores, tais como microfones de cristal e de alta impedância, ou cápsulas de alta impedância de toca-discos.

A segunda é uma ponta de RF que leva um diodo detector 1N34 ou equivalente.

A construção é semelhante à anterior, exceto pelo diodo que é ligado em série com o plugue. A polaridade do diodo deve ser observada.

Com esta ponta podemos verificar etapas de RF de rádios de tons os tipos e pequenos transmissores.