O circuito apresentado pode-se acionar urna ou mais lâmpadas automaticamente, sem a necessidade de partes mecânicas e elétricas convencionais (interruptores e reles). Trata-se de um circuito extremamente simples, barato e fácil de montar, pois não requer ajustes complicados nem componentes especiais.

 

Nota: artigo da revista Eletrônica Total 34 de 1991.

 


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O controlador de iluminação automática proporciona algumas vantagens práticas de uso:

• Evita o esquecimento de deixar luzes acesas durante o dia;

• Evita que a sua residência fique às escuras pelo fato de ter de passar dias fora de casa;

• Evita o gasto desnecessário de energia elétrica, proporcionando considerável economia.

Como se pode notar pelo esquema elétrico, o controlador tem seu funcionamento baseado em dois componentes distintos, são eles: O LDR e o Triac. O LDR funciona como sensor de luminosidade e o Triac como relé eletrônico, sem bobina (s) e contatos metálicos.

O circuito do controlador pode ser ligado à rede 110 VCA ou 220 VCA, indistintamente. Porém, deve-se levar em consideração que o circuito quando ligado à rede de 110 VCA suporta apenas a metade da potência de carga em relação à de 220 VCA, isto é, se para 220 VCA o circuito suporta uma carga com potência até 1 000 watts então em 110 VCA ele só suportará carga de potência até 500 watts, especificamente.

 

COMO FUNCIONA

O "Bichinho" (controle de iluminação automática), como alguns já chamaram, funciona da seguinte maneira:

Já sabemos que o sensor é o LDR; o Triac é o que chamamos de "Relé". Observe que em série com o LDR há um resistor em um trimpot, formando assim um divisor de tensão. Quando ainda é dia, o LDR apresenta uma pequena resistência entre seus terminais devido à luz ambiente (claridade diurna). Porém, ao anoitecer, a resistência oferecida pelo LDR aumenta consideravelmente, fazendo surgir um determinado valor de tensão sobre seus terminais, suficiente para que, através do componente de disparo (aqui no caso o Diac) apareça uma tensão abrupta a qual polariza a comporta (gate) do triac, fazendo-o passar do estado de não condução ao de condução, ocorrendo assim o acendimento da lâmpada. Observa-se então, que a sensibilidade do circuito dependerá do ajuste feito no trimpot e da menor ou maior incidência de luz sobre o LDR.

Os capacitores C1, C2 e C3 tem urna finalidade específica no circuito. Eles proporcionam uma certa estabilidade além de oferecer, sem nenhum circuito especial, a não interferência em outros aparelhos. C3, por exemplo, em paralelo com o Triac e em série com a carga (lâmpada), funciona como um filtro, para evitar interferência via rede; o mesmo acontece com C1. No caso de interferências eletromagnéticas é conveniente blindar e aterrar o circuito.

Também se pensou no acionamento da carga manualmente, portanto, foi acoplado ao circuito uma chave através da qual torna-se viável selecionar o modo manual ou modo automático. O fusível encontrado é a proteção contra sobrecargas. Seu valor pode variar entre 2 A e 5 A, dependendo da carga.

 

MONTAGEM

A respeito da montagem nota-se imediatamente que esta não requer maiores conhecimentos. Pode ser feita em placa de circuito impresso ou em ponte de terminais. Deve-se considerar apenas o melhor isolamento, pois o circuito não é isolado da rede, o que, em casos de curtos-circuitos poderiam acarretar danos irreparáveis. Na figura 1 o diagrama completo do aparelho.

 


 

 

 

Os capacitores devem possuir isolamento de tensão para no mínimo 400 volts e, o resistor R1 deve ter seus terminais isolados, com capa de fio, na parte em que fica entre o componente e a soldagem. O mesmo cuidado é válido para os terminais do LDR, Diac, Triac.

Na figura 2, temos a montagem do aparelho em placa de circuito impresso. Vê-se em detalhes o lado dos componentes e o lado de cobre (fiação impressa). Nesse tipo de montagem é conveniente encher as trilhas com solda, devido a urna considerável corrente que circulará por ali. Todos os componentes são montados sobre a placa de circuito impresso, exceto o LDR, a chave (aut/man), o cabo de alimentação e a (s) lâmpada (s) (carga).

O Triac deve ser montado em um pequeno dissipador de calor, aumentando-se assim a área de dissipação térmica do componente, considerando, é óbvio, que o dissipador deve ficar isolado eletricamente do triac.

Necessário se faz observar a polarização desse componente: TIC 226 (triac). Os demais componentes não requerem maiores atenções. Todo o circuito poderá ser instalado em uma pequena caixa metálica, plástica ou de madeira. A caixa deverá ficar em local onde a luz incida sobre o LDR durante todo o dia, porém, não é necessariamente obrigado a ficar exposto diretamente a luz solar.

 


 

 

 

TESTE DE FUNCIONAMENTO

Após a montagem será prudente testar o funcionamento do "Bicho", para podermos ter certeza de que está tudo "certinho".

Tudo montado nos seus devidos lugares, então liga-se à rede elétrica e através do trimpot ajusta-se a sensibilidade. (Esse teste deverá ser feito em local onde haja claridade)

Pondo a mão sobre o LDR a lâmpada deverá ficar acesa e ao retirá-la automaticamente apaga-se a lâmpada. Entretanto o ajuste definitivo só deverá ser feito quando se definir o local de instalação do nosso dispositivo.

 

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O nosso pequeno projeto é algo muito simples, como já foi salientado e visto nesse artigo. Entretanto, a partir de "Pequenino", mas útil poderemos usá-lo como base de outros inúmeros projetos baseados nos princípios vistos aqui.

As revistas Eletrônica Total e Saber Eletrônica, por exemplo, sempre publicam artigos e projetos que envolvam SCR's, Triac's, LDR's, etc. As possibilidades de utilização destes componentes são infinitas.