Este artigo faz parte de nossa série de livros Como Testar Componentes em 4 volumes. O teste de acopladores ópticos ou optoacopladores se encontra no volume 3. No site, na seção de instrumentação o leitor encontrará o teste de muitos outros componentes.

 

 

O que são

 

Existem diversos tipos de acopladores ópticos, o que nos leva a necessidade de descrever procedimentos de teste diferentes, conforme as características elétricas de cada um. Assim, faremos a divisão desses componentes de forma apropriada, sugerindo procedimentos de testes compatíveis.

 

Lembramos entretanto que, basicamente um acoplador óptico consiste numa fonte emissora, geralmente um LED infravermelho e um foto-receptor que pode ser um foto-diodo, um foto-transistor, um foto-darlington, um foto diac ou mesmo um foto-SCR.

 

A figura 1 mostra os principais tipos de acopladores ópticos, com os componentes indicados.

 


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(a) Foto-diodo

(b) Foto-transistor

(c) Foto-transistor Darlington

(d) Foto SCR

(e) Foto-diac

(f) Foto-disparador integrado (detector de passagem por zero)

 

 

 

O que testar

 

 

O teste básico consiste em se medir a continuidade ou resistência dos componentes internos ao acoplador, levando em conta a categoria a que eles pertencem. Por exemplo, num opto-acoplador com LED e FotoTransistor, testando separadamente o LED e o foto-transistor. No entanto, o melhor teste é o que se faz com a colocação em funcionamento do acoplador, ou seja, com um circuito de teste tendo como detector um multímetro ou ainda um osciloscópio.

 

No caso dos dispositivos com foto-diacs e foto disparadores será preciso contar com circuito especiais de prova.

 

 

Instrumentos Usados

 

 

• Multímetro ou provador de continuidade

• Circuito de teste

• Fonte de sinais ou gerador de funções e osciloscópio

 

 

 

Os Testes

 

a. Prova com o Multímetro ou Provador de Continuidade

Conforme explicamos é a prova mais simples, consistindo em se verificar as junções dos componentes internos ao acoplador.

 

 

Procedimento

 

a) Coloque o multímetro numa escala intermediária de resistências (ohms x 10 ou x100 para os analógicos e ohms 2000 ou 20 000 para os digitais). Zere o instrumento se for digital. Para o provador de continuidade basta colocá-lo em condições de uso.

 

b) Identifique os terminais do acoplador óptico a ser testado. Ele deve estar fora do circuito.

 

c) Meça a resistência de forma combinada nos terminais que correspondem aos elementos ativos do componente. Na figura 94 mostramos como exemplo um acoplador óptico com LED e transistor.

 

d) Anote os resultados das medidas para comparação com os indicados na interpretação das provas.

 

A figura 2 mostra como essa prova deve ser feita.

 


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Interpretação dos Provas.

 

Os resultados coincidem com os esperados para os componentes internos ao acoplador. Neste caso podemos ter certeza de que não existem curtos, mas nada podemos saber sobre o funcionamento real. Foram encontradas baixas resistências onde deveriam ser lidas altas resistências. Neste caso, o componente se encontra em curto. Se as resistências forem altas no lugar em que se espera que sejam baixas, o componente se encontra aberto.

 

b. Circuito de Teste

Muito melhor para a verificação dinâmica do funcionamento do componente é a montagem de um circuito de prova. Na figura 3 temos os circuitos para os principais tipos de acopladores.

 


 

 

 

 

Procedimento

 

a) Alimente o circuito excitador conforme a corrente exigida pelo LED. Para tensões de 5 V, normalmente são usados resistores de 330 ohms, já que a maioria dos acopladores prevê a operação com lógica TTL. Para 6 V use use um resistor de 470 ohms.

b) Conecte o instrumento usado na prova do receptor (multímetro ou osciloscópio) de acordo com o tipo.

c) Observe o comportamento do receptor quando a fonte de excitação é ligada e desligada.

 

A figura 4 dá um exemplo de como isso pode ser feito.

 


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Obs: cuidado com os circuitos alimentados pela rede de energia, pois o setor de potência não está isolado da rede, podendo causar choques perigosos.

 

c. Osciloscópio

Excitando o emissor com um sinal modulado, podemos verificar de que modo o sensor de um acoplador óptico se comporta, usando para essa finalidade o circuito mostrado na figura 5.

 


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O teste proposto é exatamente o mesmo que indicamos para foto-diodos e foto-transistores. Sua simulação no Multisim é mostrada na figura 5. Na prática, dependendo do sensor do acoplador pode ser necessário usar um circuito diferente.

A frequência de modulação depende do sensor e da aplicação, mas sinais retangulares a partir de 1 kHz com 50% de ciclo ativo são os mais recomendados para esta prova.

 

Veja que como se trata do mesmo teste realizado com um foto-transistor ou um foto-diodo para se verificar a sua sensibilidade, o leitor pode ter mais detalhes sobre esse procedimento no item de prova de foto-diodos e foto-transistores. Para acopladores ópticos que possuam elementos disparadores como opto-diacs ou ainda opto-SCRs, devemos usar um circuito de teste diferente, o qual é mostrado na figura 6.

 


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Alimentando o dispositivo com um sinal alternado, podemos verificar o ângulo de disparo no próprio osciloscópio, relevando assim características de seu funcionamento.

 

 

Observação

 

Os mesmos procedimentos descritos para a prova dos acopladores ópticos também servem para as chaves ópticas, como as mostradas na figura 7, com a vantagem de que podemos inserir um objeto para interromper a luz e verificar o que ocorre com o dispositivo sensor.

 


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