Imaginem, um circuito eletrônico tão pequeno quanto a cabeça de um alfinete feito de um material fantástico, chamado metamaterial, capaz de deflexionar os raios de luz “ao contrário” e permitir que a corrente elétrica se propague em velocidades fantásticas. Com essa nova tecnologia, os chips comuns vão ser substituídos por outros, feitos desses materiais, possibilitando a construção de computadores milhões de vezes mais rápidos que os atuais e muito mais. Como isso é possível? Num chip comum, como os usados nos computadores de hoje, as velocidades de operação são muito intensas, isso porque as correntes elétricas no interior do material de que são feitos, o silício, têm de percorrer distâncias muito pequenas. Na realidade, as correntes nos chips são lentas, da ordem de poucos centímetros por segundo, mas mesmo assim, é possível realizar milhões ou mesmo bilhões de operações por segundos. Essa baixa velocidade das correntes nos chips é hoje a principal limitação para a criação de computadores mais rápidos. No entanto, cientistas descobriram que é possível criar ondas de elétrons que em lugar de percorrer os circuitos dos chips por dentro do material, o fazem pela sua superfície, como as ondas na superfície de um lago. Não tendo os mesmos obstáculos internos que as correntes internas encontram, as ondas são milhões de vezes mais rápidas, pois se propagam na velocidade da luz. Os cientistas denominaram essas ondas de “plasmons” e uma nova ciência surge com possibilidade de substituir a velha eletrônica: a plasmônica. Para que novas aplicações sejam possíveis usando essas ondas, entretanto novos materiais têm de ser criados e novamente os cientistas entraram em ação com os denominados “metamateriais”. Esses materiais possuem propriedades fantásticas como a de deflexionar um raio de luz “ao contrário”, pois apresentam o que até então na física era considerado impossível: têm um índice de refração negativo.