Radiação do espectro eletromagnético acima dos raios X (mais penetrante) com um poder ionizante bastante alto. Veja as explicações a seguir.

Acima da radiação ultravioleta, quando chegamos à faixa dos raios X que as radiações se tornam muito perigosas.

Os comprimentos de onda se tornam tão pequenos que a radiação consegue passar pelos espaços entre os átomos de uma molécula, ou seja, a radiação é mais penetrante e, além disso, possui energia suficiente para romper as ligações atômicas com grande facilidade, liberando elétrons.

Uma radiação deste tipo que penetre num tubo de gás rarefeito, por exemplo, consegue arrancar elétrons desse gás ionizando-o e tornando-o condutor.

Este fato é justamente aproveitado pelos detectores eletrônicos de radiação do tipo Geiger. (veja no almanaque)

 

Figura 1 – A válvula Geiger-Müller
Figura 1 – A válvula Geiger-Müller

 

A faixa de frequências dos raios X é dividida em três setores, conforme mostra a figura 2, sendo os "duros" os de maior energia e, portanto, de maior penetração.

 

Figura 2 – O espectro dos raios X
Figura 2 – O espectro dos raios X

 

Quando se descobriu que bombardeando um eletrodo com um feixe de elétrons de alta energia havia a emissão de uma estranha radiação capaz de atravessar objetos, pensou-se na sua aplicação médica para se "ver" dentro do organismo.

De fato, os raios X passaram a ser uma importante forma de se observar o organismo "por dentro" pois sua radiação podia facilmente atravessar os "tecidos moles" impressionando as chapas, mas deixando uma sombra nos locais dos ossos, por onde sua passagem ocorria com dificuldade.

 

Figura 3 – A radiografia
Figura 3 – A radiografia

 

No entanto, o que não se percebeu na época é que a passagem da radiação pelo corpo também significava a destruição de muitas de suas células e hoje sabemos que isso ocorre de uma forma que não deve ser desprezada.

Apesar das chapas serem cada dia tiradas com menor energia, graças ao uso de filmes mais sensíveis, ainda assim, não se recomenda a utilização dos raios X em uma quantidade maior que 1 ou 2 por ano!

Mas, além dos raios X e muito mais perigosos que eles, estão os raios gama e cósmicos que podem ter energias milhões ou bilhões de vezes maiores e que são produzidos por processos que envolvem a destruição dos átomos, ou seja, a desintegração atômica.

Tais raios possuem energias gigantescas e por isso um poder ionizante enorme.

O espaço cósmico é a fonte natural desta radiação que chega numa quantidade razoável em nosso planeta.

Na verdade, o nosso corpo está sendo constantemente atravessado por estas partículas cujo comprimento de onda é tão pequeno, que elas podem passar pelos espaços entre os átomos e por isso, só raramente atingem seus núcleos produzindo sua destruição.

Assim, para muitos milhares dessas partículas que atravessam nosso corpo durante um ano, somente uma ou outro causa algum tipo de estrago numa célula ou outra.

Os cientistas acreditam que é este banho constante de radiação à que estamos submetidos e que lentamente age sobre nosso organismo é a causa de nosso envelhecimento.

Outros vão além, atribuindo a tal "banho" cósmico a causa de muitos cânceres que ocorrem quando "por azar" uma dessas partículas atinge justamente um ponto crítico do DNA de uma célula que, alterado a leva a uma reprodução descontrolada.