Escrito por: Newton C. Braga

Existem aplicações em que dois ou mais aparelho não devem ser energizados ao mesmo tempo, mas um após outro em intervalos de alguns segundos. Neste caso, deve-se utilizar um sistema automático que possa fazer isso eficientemente, na ordem de certa garantindo-se os intervalos desejados. É justamente isso que descrevemos nesse artigo.

Um exemplo de aplicação em que dois equipamentos não podem ser ligados ao mesmo tempo é o de aparelhos de som de alta potência. Em alguns desses sistemas, o alto-falante só deve ser conectado ao circuito depois do amplificador alimentado para se evitar o "bump" da fonte que pode danificar o componente.

De fato, um pulso de corrente intenso no alto-falante pode causar danos a esse delicado componente, principalmente nos amplificadores muito potentes.

Existem até equipamentos profissionais que já prevêem a partida suave da fonte para que esse problema seja evitado.

No entanto, também em outras aplicações pode ser necessário ter um certo retardo no acionamento de dois ou mais equipamentos e isso pode ser conseguido com o sistema automático cujo diagrama é mostrado na figura 1.

 

Diagrama elétrico do sistema de partida escalonada.
Diagrama elétrico do sistema de partida escalonada.

 

Nesse sistema temos três relés que são energizados com retardos que dependem dos capacitores e dos resistores ligados às bases dos transistores.

Para os valores indicados, esses retardos são da ordem de alguns segundos, mas nada impede que o leitor altere esses componente, até um valor máximo de uns 2 200 µF para o capacitor de modo a obter retardos maiores ou intervalos maiores entre os acionamentos.

Os relés devem ter contactos de acordo com as cargas que devem ser acionadas e o transformador tem secundário de 6 V x 300 mA para o caso de serem utilizados relés de 6 V.

Na figura 2 damos uma sugestão de placa de circuito impresso para a montagem desse projeto.

 

Placa de circuito impresso para o sistema
Placa de circuito impresso para o sistema

 

Os relés previstos para essa placa são do tipo DIL (Metaltex da série MCH ou equivalentes), mas seu desenho pode ser alterado para se utilizar relés diferentes, com contactos de maiores correntes.

Os transistores admitem equivalentes e os capacitores eletrolíticos devem ter tensões de trabalho a partir de 10 V.

Os aparelhos controlados são ligados aos contactos dos relés, podendo ser previsto um sistema de tomadas, se forem todos conectados à rede de energia, conforme mostra a figura 3.

 

Tomadas para conexão dos aparelhos controlados à rede de energia.
Tomadas para conexão dos aparelhos controlados à rede de energia.

 

Evite contatos diretos na placa de circuito impresso para as cargas, caso elas sejam de correntes muito intensas. Nesse caso, será melhor utilizar fios diretos.

 

Q1 a Q3 - BC548 ou equivalente - transistores NPN de uso geral

D1 a D4 - 1N4002 - diodos de silício

K1 a K3 - Relés de 6 V com bobina de 50 a 100 mA - contactos conforme a carga

R1, R3, R5 - 47 k? x 1/8 W - resistores

R2, R4, R6 - 10 k? x 1/8 W - resistores

C1 - 4,7 µF - capacitor eletrolítico

C2 - 47 µF - capacitor eletrolítico

C3 - 220 µF - capacitor eletrolítico

C4 - 470 µF - capacitor eletrolítico

T1 - Transformador com primário de acordo com a rede local e secundário de 6 V x 300 mA

 

Diversos:

Placa de circuito impresso, cabo de força, fios tomadas, interruptor geral de acionamento, sola, etc.