Escrito por: Newton C. Braga

O leitor já teve a desagradável surpresa de tentar dar a partida no seu carro pela manhã e constatar que a bateria está completamente descarregada? Se isso ocorreu e o leitor na ocasião não dispunha de um carregador de emergência deve saber então as dimensões do problema que arranjou! Neste artigo descrevemos um carregador simples que pode ajudá-lo muito nestas situações.

Se as baterias de carros não forem carregadas com certa freqüência o que ocorre no movimento normal do veículo, elas podem perder a carga, mesmo sem alimentar dispositivos de maior potência. Este problema é mais graves se a bateria tiver algum tipo de fuga entre os seus elementos o que ocorre quando ela está no fim de sua vida ou tem algum defeito.

Assim, não é fato incomum que uma bateria, mesmo aparentemente boa repentinamente perca sua carga de um dia para o outro, ou quando o carro é deixado sem funcionar dois ou três dias, caso em que será impossível dar a partida.

É claro que se isso ocorrer, o leitor deve procurar logo um eletricista que verifique o estado de sua bateria, mas antes disso como proceder?

Uma bateria que demore algum tempo para perder sua carga, pode retê-la o suficiente para se dar a partida e aí o alternador do próprio carro a completa até que uma verificação possa ser feita.

Se o problema for de muitos dias parado, uma carga pequena pode permitir que a partida seja dada e aí o alternador faz o resto do serviço, completando a carga em pouco tempo.

O aparelho que descrevemos permite que uma carga suficiente para a partida seja dada numa “bateria que apresente os problemas indicados.

Com 1 a 2 horas de carga pode-se dar a partida e o restante é feito pelo alternador.

Simples de montar e de usar um aparelho como este já tirou o autor do artigo de situações problemáticas quando encontrou seu carro sem partida depois de alguns dias de ausência.

 

CARACTERÍSTICAS

Tensão de alimentação: 110/220 V c.a.

Corrente de carga: 1 a 2 A

Tipos de bateria: 6 ou 12 V (carro ou maiores)

Tempo de carga para partida: 1 hora (min)

 

 

COMO FUNCIONA

Um carregador de baterias nada mais é do que uma fonte de corrente contínua.

O que se faz então é forçar a circulação de uma corrente pela bateria descarregada em sentido contrário àquele que corresponde ao fornecimento de energia desta bateria.

Um resistor limitador de corrente deve existir para evitar que estando completamente descarregada, a bateria funcione como um curto-circuito drenando corrente excessiva.

No nosso caso, D1 retifica a corrente do secundário do transformador, algo em torno de 24 V, obtendo-se então uma tensão de pico de pouco mais que 34 V o que é importante para garantir a circulação de corrente no sentido inverso mesmo quando a bateria já manifeste alguma tensão.

A limitação de corrente é feita por R1 e o LED em paralelo com este resistor indica que está havendo circulação de corrente pela bateria e, portanto, a carga.C1 filtra a corrente mas apenas em grau suficiente para termos uma boa tensão de carga, já que não vamos alimentar nenhum circuito eletrônico que exigiria um nível mais baixo de ripple.

 

MONTAGEM

Na figura 1 temos o diagrama completo do nosso carregador de baterias.

 

Figura 1 – Diagrama do carregador
Figura 1 – Diagrama do carregador | Clique na imagem para ampliar |

 

Na figura 2 temos o aspecto da montagem que, por usar poucos componentes não necessita de placa de circuito impresso.

 

Figura 2 – Montagem em ponte de terminais
Figura 2 – Montagem em ponte de terminais | Clique na imagem para ampliar |

 

O transformador deve ter enrolamento primário de acordo com a rede_ local e secundário de l2+12 V com corrente entre 1,5 e 3 A.

O diodo D1 é para 50 V, 2 ou 3 A e o capacitor C1 pode ter valores entre 47 e 220 uF com uma tensão de trabalho de 50 V ou mais.

O resistor R1 pé de fio com 15 ou 18 ohms e dissipação de 20 W ou mais.

Quatro resistores de 68 ou 82 ohms x 5 W podem ser ligados em paralelo na falta do tipo original.

R2 é de 1/8 ou 14 W e o LED é vermelho comum.

Para conexão na bateria em carga devem ser usadas garras identificadas pelo uso de fio vermelho (+) e preto (-).

O conjunto pode ser alojado numa pequena caixa de plástico, tomando-se o cuidado para que internamente o resistor R1 que opera quente não encoste nesta caixa.

 

PROVA E USO

Para provar basta ligar o circuito na alimentação. Com um voltímetro devemos encontrar uma tensão da ordem de 34 V entre as garras.

Para usar o aparelho desligue um dos pólos da bateria da conexão elétrica do carro (tire o conector). Pode ser o pólo positivo, por exemplo.

Faça então a ligação das garras do carregador: vermelha no positivo e preta no negativo.

Ligue-o à rede de alimentação. O LED deve acender.

Para uma bateria ainda em condições razoáveis de retenção de carga ou que simplesmente tenha ficado muitos dias sem uso, depois de pouco mais de uma hora já teremos carga suficiente para dar a partida.

Com uma carga mais longa, de 4 a'10 horas, por exemplo, a bateria já terá condições muito melhores de funcionamento.

Se a bateria não reter carga alguma com este aparelho, então o problema desta bateria é bem mais grave devendo ser providenciado um exame e eventual troca.

Para baterias de moto ou ainda de aparelhos fotográficos o aparelho também pode ser usado, mas o resistor R1 deve ser trocado por outro de 22 ou 27 ohms x 20 W.

O procedimento de carga é o mesmo

Se o LED não acender na carga algum ponto do circuito está aberto ou com mau contato.

Verifique as garras de conexão à bateria que podem estar mal presas.

 

D1 - 50 V x 2 A - diodo de silício

T1 - transformador com primário de acordo com a rede local e secundário de 12+12 V de 1,5 a 3 A

F1 -fusível de 2 A

LED - LED vermelho comum

C1 - 100 uF x 50 V - capacitor eletrolítico

R1 - 15 ohms x 20 W - resistor de fio

R2 - 2,2 k ohms - 1/4 W - resistor

G1 e G2 - garras jacaré ou de bateria preta e vermelha

Caixa para montagem, suporte para fusível, cabo longo de alimentação, fios, solda, etc.