Este artigo faz parte de um antigo livro que escrevi sobre transmissores (*). Ele contém perguntas e respostas básicas sobre transmissores, sendo de utilidade para os que estudam pretendem ser radioamadores ou montar transmissores experimentais. Atualizações foram feitas.

TEL101S

(*) O livro Transmissores I é de 1986 e se encontra no site para baixar gratuitamente - Livro Transmissores - Entenda e Monte - volume 1 (download gratuito).

A base de um transmissor, normalmente, é um oscilador de radiofrequência que pode ter por componente básico um transistor, ou válvula, conforme mostra a figura 1.

 

Figura 1 – Oscilador de rádio frequência
Figura 1 – Oscilador de rádio frequência

 

Neste circuito observamos a realimentação de sinal necessária a manutenção das oscilações e o circuito sintonizado.

O circuito sintonizado formado por uma bobina e um capacitor que determinam a frequência de sua operação.

Quanto maior for o número de voltas da bobina mais baixa será a frequência de operação. O ajuste da frequência pode ser feito tanto pela movimentação do núcleo da bobina, quando ele existir, quanto através de um capacitor variável ou trimmer.

Para a faixa de ondas médias enrolamos tipicamente de 90 a 100 voltas de fio 26 ou 28 em torno de um bastão de ferrite de 1 cm de diâmetro c de 10 a 20 cm de comprimento. Para a faixa de FM enrolamos de 3 a 4 voltas de fio 22 ou 20 sem fôrma com diâmetro dc 1 cm. Para a faixa de VHF a bobina será igual a anterior com 1 ou 2 voltas a menos.

Para as potências mais elevadas. o sinal tirado desta etapa osciladora é levado a um amplificador. Diversas são as formas, segundo as quais o sinal pode passar de uma etapa para outra.

Na figura 2 temos duas formas que se distinguem pela eficiência.

 

Figura 2 – Acoplamentos
Figura 2 – Acoplamentos

 

No primeiro caso, temos um acoplamento capacitivo em que o sinal passa para a etapa seguinte através de um capacitor.

O casamento de impedância neste circuito não é o ideal, mas o circuito funciona, com rendimento razoável. O capacitor deve ter uma reatância baixa na frequência de Operação. Para AM temos valores entre 100 pF e 470 pF. Para FM entre 2 pF e 20 pF.

O transmissor é ligado a uma antena que, para pequenos alcances pode ser uma simples vareta ou pedaço de fio.

Quando o transmissor está perfeitamente "casado" com a antena, além de maior transferência de energia são evitados alguns inconvenientes como, por exemplo, a instabilidade pela aproximação de algum objeto ou mão, ou a movimentação do aparelho.

Assim, é comum melhorar a ligação da antena como recursos que são mostrados na figura 3.

 

Figura 3 – Acoplamento da antena
Figura 3 – Acoplamento da antena

 

O número de espiras ou a posição da derivação é obtida experimentalmente para os casos mais simples.

A escolha dos transistores para um transmissor também é importante num projeto: para pequenas potências em VHF e FM usamos o BF494 ou BF495, que são relativamente baratos e oscilam bem.

Para potências maiores, tanto em AM como VHF, podemos usar o 2N2218.

Para à faixa de AM, até mesmo transistores de áudio, podem ser experimentados. Assim, para pequenas potências temos 0 BC237, BC547, BC548 etc. Para potências maiores experimentem o BD136, BD135, TlP31 etc.

No caso das válvulas, pentodos de saída de áudio podem fornecer em AM (ondas médias e curtas) potências que vão de1 a 10 Watts com facilidade, resultando assim em potentes transmissores, quando comparados com transistores que fornecem apenas de 0,01 a 0,2 Watts de potência!