Escrito por: Newton C. Braga

Aplicativos que geram sinais de áudio em frequências fixas possibilitam o uso do celular como um útil injetor de sinais para prova de equipamentos de áudio. O diagnóstico de defeitos com a aplicação de sinais é uma técnica eficiente e muito utilizada.

Descobrir defeitos em circuitos de áudio injetando um sinal etapa por etapa é uma técnica extremamente útil, utilizada pela maioria dos técnicos.

Você pode aprender mais sobre isso nos nossos artigos INS351, INS350, INS562, INS341 e também no nosso livro Conserte Tudo.

Mas, para os que desejam uma visão resumida deste instrumento, podemos dizer que o injetor de sinais nada mais é do que um oscilador de prova que gera um sinal retangular, normalmente de 1 kHz ou próximo disso, rico em harmônicas.

Dessa forma, este sinal pode ser injetado tanto em circuitos amplificadores ou processadores de áudio ou RF para fazer seu diagnóstico, teste ou calibração.

A configuração mais comum de um injetor de sinais é a mostrada na figura 1, consistindo num multivibrador astável com dois transistores.

 


 

 

 

O sinal desse circuito é aplicado nas entradas das etapas, verificando se ocorre sua passagem para as etapas seguintes ou a reprodução num alto-falante, se for um circuito de áudio.

No ponto em que o sinal é injetado e não aparece na saída temos a etapa com defeito.

Observe a existência de uma garra jacaré que deve ser ligada ao ponto de terra do circuito que está sendo testado.

A ponta de prova é aplicada aos pontos em que o sinal deve ser injetado.

No nosso caso, em lugar de um oscilador transistorizado, vamos usar um aplicativo que gera um sinal de frequência fixa (o leitor pode escolher) e que o disponibiliza em suas saídas de áudio.

 

Como Funciona

A saída dos dois canais de áudio de um celular é para fones de baixa impedância (32 Ω). Assim, ao usar os sinais destas saídas devemos ter o máximo de cuidado em não colocá-las em curto acidentalmente, oferecer para o sinal uma baixa impedância e isolá-las da componente contínua do circuito.

Isso é feito com a utilização de um pequeno circuito adicional formado por apenas dois componentes que podemos montar numa matriz de contato ou mesmo numa ponte de terminais (se o leitor encontrar uma).

O circuito é formado por um resistor de 100 Ω que serve de carga para a saída de fone do canal usado e um capacitor de 100 nF que acopla o sinal ao circuito em prova.

 

Montagem

Na figura 2 temos então o circuito completo que tem, além dos dois componentes indicados um plugue estéreo, para a saída de fone, usando um dos canais, uma ponta de prova e uma garra.

 

Figura 2 – O circuito
Figura 2 – O circuito

 

Na figura 3 temos os detalhes da montagem, observando-se como o plugue P2 estéreo é ligado para se retirar o sinal para o circuito.

 

Figura 3 – A montagem real
Figura 3 – A montagem real

 

Se o leitor tiver habilidade para soldar os fios diretamente nos canais correspondentes do plugue P3 pode eliminar o adaptador.

Veja o artigo CL003 para identificar os terminais.

A ponta de prova e a garra são usadas para acessar o circuito que está sendo provado.

A garra é ligada em qualquer ponto de terra.

Neste circuito a intensidade do sinal é ajustada no próprio controle de volume do celular.

 

O Aplicativo

No Google Play existem diversos aplicativos disponíveis que podem ser utilizados para que se gere um sinal de áudio de frequência fixa.

Escolhemos o High frequency Sound cuja tela é mostrada na figura 4.

 

Figura 4 – O aplicativo
Figura 4 – O aplicativo

 

 

A frequência escolhida na tela de exemplo é de 5 kHz, mas para um injetor em provas de áudio, a frequência ideal é 1 kHz.

Basta escolher e clicar em start para que o sinal seja produzido. Se retirar o plugue do jaque de fone, você ouvirá o sinal no alto-falante.

Para usar o injetor veja em um de nossos artigos como fazer.