Escrito por: Newton C. Braga

Se bem que os efeitos de um tratamento por estímulos elétricos não seja ainda totalmente comprovados no caso da celulite, existem algumas empresas que adotam essa técnica. Se o leitor que tentar esse tipo de tratamento, ou mesmo industrializar o equipamento, sempre procurando informações técnicas na área médica em que se apoiar, damos neste artigo a montagem de um estimulador bastante simples.


Se bem que os estudos sobre os efeitos de estímulos elétricos na pele no tratamento de celulites ainda não tenham chegado à conclusões definitivas, podemos encontrar em anúncios diversos equipamentos para essa finalidade, alguns bastante simples e de uso pessoal.Não recomendamos o uso de tais equipamentos sem uma consulta médica prévia, mas se o seu médico liberar, podemos lhe ensinar a montagem um simples estimulador. O circuito apresentado gera pulsos de alta tensão que estimulam a pele no local da celulite forçando o organismo a reagir e dessa forma, segundo se afirma, fazendo com que ocorra uma modificação fisiológica favorável ao tratamento do problema.

Evidentemente, o circuito deve ser usado com bastante moderação e nunca sem a orientação especializada. Se o leitor pretende industrializar o circuito, também é importante notar que não existem conclusões médicas que garantam sua total eficiência.

Obs: segundo documentação médica que obtivemos de diversas fontes, a estimulação elétrica parece ter efeitos sobre os músculos, atua sobre a circulação sanguínea e tem diversos efeitos adicionais que no entanto não são definitivamente comprovados pela medicina, não existindo portanto uma evidência clínica de que o processo seja efetivo.

 


Como Funciona
A idéia básica do circuito é gerar uma alta tensão de média freqüência que possa ser aplicada a eletrodos de estímulos. Essa tensão pode ser ajustada entre 0 e 150  V aproximadamente de modo a se poder encontrar o ponto ideal que seja perceptível mas que não seja desagradável. Na figura 1 damos uma idéia de como esses eletrodos podem ser montados.

 


Figura 1 – Nesta montagem portátil, os eletrodos consistem em chapas de metal.

Para garantir maior segurança na aplicação, o aparelho é alimentado por pilhas comuns que terão uma boa durabilidade na aplicação. Temos então um oscilador de baixa freqüência, algo em torno de 500 Hz, elaborado em torno de um 555. O sinal retangular desse oscilador é aplicado a uma etapa com dois transistores que tem um controle de intensidade. O controle dosa o sinal aplicado a um transformador elevador de tensão.No enrolamento de alta tensão do transformador temos então o sinal eu será aplicado aos eletrodos.

 


Montagem
Na figura 2 temos o diagrama completo do estimulador para tratamento de celulite.

 


Figura 2 – Diagrama completo do estimulador. C1 pode ser alterado para que o circuito gere outras frequências.

A montagem pode ser realizada numa placa de circuito impresso com padrão de matriz de contactos, conforme mostra a figura 3.

 


Figura 3 – Montagem numa matriz de contatos ou placa de circuito impresso com o mesmo padrão.

O transformador pode ser de qualquer tipo que tenha um enrolamento primário de 110 V ou 220 V e secundário de 6 V com correntes entre 250 mA e 500 mA. Com um transformador pequeno, o aparelho cabe numa caixinha da Patola, como a mostrada na figura 4.

 


Figura 4 – Montagem terminada. Os eletrodos são montados numa plaquinha plástica com uma alça para facilitar a aplicação.

O transistor de potência deve ser dotado de um pequeno radiador de calor que consiste numa pequena chapinha de metal. Os demais componentes não são críticos e para o potenciômetro deve ser usada uma escala que permita ajustar melhor a intensidade dos estímulos.

 


Teste e Uso
Para testar, basta encostar os eletrodos na pele e ligar o aparelho, inicialmente com o potenciômetro na posição de mínima intensidade.
Depois, vá girando o potenciômetro até obter um leve formigamento.
A aplicação deve ser feita com essa intensidade em seções de 10 a 20 minutos por dia. Uma idéia de aperfeiçoamento do projeto consiste em trocar R1 por um resistor de 10 k ohms e ligar em série com ele um potenciômetro de 1 Mohms para controlar a frequência.

Importante: Nunca alimente este circuito com fonte sem transformador.



Lista de Material
CI-1 – 555 – circuito integrado CMOS
Q1 – BC558 ou equivalente – transistor PNP de uso geral
Q2 – BD136 ou equivalente – transistor PNP de média potência
R1 - 100 k? x 1/8 W – resistor – marrom, preto, amarelo
R2 – 10 k? x 1/8 W – resistor – marrom, preto, laranja
R3 – 2,2 k? x 1/8 W – resistor – vermelho, vermelho, vermelho
R4 – 1 k? x 1/8 W – resistor – marrom, preto, vermelho
C1 – 100 nF – capacitor cerâmico ou poliéster
C2 – 100 ?F x 12 V – capacitor eletrolítico
S1 – Interruptor simples
B1 – 6 V – 4 pilhas pequenas
P1 – 4,7 k? – potenciômetro linear
T1 – Transformador com primário de 110 V ou 220 V e secundário de 6 V com 250 a 500 mA
X1, X2 – eletrodos – ver texto

Diversos:
Placa de circuito impresso universal, suporte de pilhas, caixa para montagem, botão para o potenciômetro, radiador de calor para Q2, fios, solda, etc.