Como conter uma porção de anti-matéria num recipiente se a anti-matéria em contacto com a matéria se provoca um fenômeno de aniquilação mútua com uma grande explosão (conversão total em energia)? Uma forma interessante de se conter anti-matéria entretanto foi proposta por cientistas, sendo analisada nesse artigo. (2007) Sabe-se que existem partículas sub-atômicas que têm suas cargas elétricas e propriedades “invertidas”  em relação às partículas que conhecemos e que fazem parte de nosso mundo (e pelo menos de uma boa parte do universo conhecido).

Dentre essas partículas podemos citar os elétrons com cargas positivas, denominados pósitrons, os prótons com cargas negativas denominados anti-prótons e os anti-nêutrons.

Átomos formados por essas partículas formariam corpos semelhantes ao que conhecemos, mas com propriedades “ invertidas”  em relação à matéria convencional. Esse corpos seriam de anti-matéria.

Não sabemos se existem corpos pequenos, planetas ou outros tipos de astros no universo formados de anti-matéria, pois eles teriam as mesmas propriedades físicas dos corpos comuns de matéria. E, na terra, não é possível, pelo menos até agora, criar um corpo, mesmo que formado por alguns átomos, de anti-matéria e estudá-lo por um simples motivo: matéria e anti-matéria quando em contacto aniquilam-se com a conversão total de sua massa em energia.

Isso significa que não é possível ter um recipiente que contenha anti-matéria, pois em contacto com suas paredes ocorreria um fenômeno de aniquilação mutua.

Já se consegue produzir em laboratórios de física anti-partículas e mesmo alguns átomos de anti-matéria, mas somente se tem um curtíssimo intervalo de tempo para se fazer sua identificação e estudo enquanto eles, após a produção se deslocar na câmara de estudos até encontrar um átomo de matéria e então se aniquilarem mutuamente.

As partículas de anti-matéria criadas artificialmente nos reatores atômicos duram apenas um trilionésimo de segundo!

Como manter os átomos de anti-matéria suspensos sem encostar na parede de um recipiente de modo que suas propriedades possam ser estudadas apropriadamente? Os cientistas encontraram uma solução interessante usando Rádio Freqüências.

 

Utilizando RF

O cientista japonês Dr.Masaki Hori propõs uma forma interessante de se armazenar partículas de anti-matéria, dando assim um tempo maior para que seu estudo possa ser feito. Com isso muitas propriedades que até hoje consistem em suposições, poderão ser comprovadas.

A idéia é criar um dispositivo capaz de armazenar anti-matéria de uma forma mais eficiente de modo a se poder verificar se elas possuem características  que se denomina CPT (Charge Parity and Time reversal) ou seja, se para essas partículas existe a paridade, a carga e a reversão do tempo da forma como conhecemos no mundo das nossas partículas de matéria.

Até então conseguia-se manter as partículas por um tempo maior sem contacto com anti-partículas, aplicando-se campos magnéticos. Esses campos deflexionavam a trajetória das partículas de modo que, realizando um movimento espiral elas poderiam percorrer uma distancia maior antes de desaparecer por aniquilamento.

A idéia atual do Dr. Hori consiste em se utilizar campos de RF (Rádio Freqüência) para armazenar anti-prótons. A vantagem em relação aos equipamentos magnéticos é que a Superconducting Radiofrequency Quadruple Trap do Dr. Hori pode ser feita em tamanho pequeno, do tamanho de um cesto de lixo, como ele diz, o que facilita bastante seu uso e também se trata de um dispositivo de menor custo.