Escrito por: Newton C. Braga

O que temos visto nos últimos tempos é uma volta ao toca-discos de vinil, com uma série de inovações para a velha técnica como chegamos a abordar em alguns artigos neste site. No entanto, se o vinil deve voltar também devemos pensar em que a tecnologia da época deva ser recuperada em alguns casos. Comentamos isso neste artigo.

Anúncios na Internet e mesmo em jornais de grande circulação têm mostrados toca-discos para discos de vinil com formas que lembram os velhos tempos, mas em muitos casos com tecnologias modernas como a que inclui recursos para passagem da música para CDs ou pen-drivers, e até mesmo usando amplificadores classe D com circuitos integrados de grande rendimento e potência, mais do que as versões originais podiam dar.

 

Figura 1 – Toca-discos vendido atualmente
Figura 1 – Toca-discos vendido atualmente

 

Nada mais justo que os colecionadores de discos antigos possam tocar seus discos da forma como originalmente sempre se fez e até com algumas vantagens em relação à qualidade de reprodução.

No entanto, para os verdadeiros colecionadores e saudosistas é justo que não apenas existam recursos para tocar os discos, mas também circuitos que o façam da maneira antiga.

Se bem que algumas empresas vendam amplificadores valvulados, além de caros sendo inacessíveis a muitos, eles também podem incluir recursos modernos para a velha tecnologia da válvula.

Assim, é interessante notar que existe um público que deseja montar também seus circuitos valvulados para toca-discos usando tecnologia da época mesmo que isso implique em uma boa dificuldade para conseguir componentes.

Partindo então do chassi que deve ser dobrado e cortado (se bem que existam empresas que os vendam prontos), deve-se pensar em mandar enrolar transformadores (podem também ser encontrados prontos com maior dificuldade) e o principal, obter as válvulas.

Estas existem disponíveis também em algumas empresas de venda pela internet, mas os tipos são limitados. Desta forma, ao se pensar em montar um circuito valvulado, também se deve ter o cuidado de saber se as válvulas usadas estão disponíveis.

Além de amplificadores, que muitos pensam ser o único recursos que se necessita para ouvir velhos discos de vinil, também podemos ter algo mais sofisticado como filtros que eliminam ruídos (scratch e rumble) e ainda oscilações de velocidade (wow e flutter).

Se o leitor não está familiarizado com estes termos, pode consultar artigos sobre o assunto em nosso site, mas damos uma breve explicação sobre seu significado:

 

Scratch

Som desagradável reproduzido nos alto-falantes de um sistema que opera com toca-discos para discos de vinil, quando a agulha do fonocaptor encontra partículas de sujeira ou ainda riscos nos discos. Também conhecido pelo termo inglês “ruído de superfície”.

 

Rumble

Ruído de baixa frequência, abaixo dos 60 Hz ou 50 Hz, reproduzido num alto falante. O mesmo que “hum”.

 

Wow

Distorção de baixa frequência do som obtido de um toca-discos de vinil quando a velocidade do motor varia. É uma espécie de modulação do som que altera levemente sua frequência, conforme a velocidade do motor varia.

 

Flutter

Fltuação do som de um amplificador devido a variações da velocidade de forma aleatória..

Muitos adeptos do “som de válvula” dizem que ele mais puro que os sons obtidos de outros tipos de amplificadores. Pode ser que haja um certo grau de verdade como já discutimos em artigos, mas é preciso saber trabalhar com essa tecnologia e se o leitor pretende fazer montagens práticas temos excelentes circuitos.

Veja sobre o som de válvula em: ART016 – Som de válvula ou transistor.