Escrito por: Newton C. Braga

Durante milhares de anos, a presença do homem neste planeta não perturbou de maneira tão intensa o equilíbrio das forças naturais como ocorre de uns séculos para cá. Depois que os europeus esgotaram suas minas de carvão e queimaram todas suas florestas, para obter energia para sua revolução industrial e o resto do mundo começou a fazer de outras fontes de energia, a preocupação com o equilíbrio das forças naturais aumentou e por motivos óbvios.

 

Esquecendo que antes de nos cobrar pela manutenção da Amazônia, os europeus e outros povos deveriam cuidar de repor as florestas que destruíram, temos outros pontos a considerar. A partir do momento em que lançamos na atmosfera em poucos anos o gás carbônico que a natureza demorou milhões de anos para retirar, e armazenar em jazidas como o petróleo e o carvão, os desequilíbrios que ocorrem na natureza começam a se fazer notar e de uma forma extremamente perigosa. O clima da terra oscila em intervalos regulares de 40 000 anos, quando então se manifestam eras de frio (glaciais) e de calor. No entanto, estas oscilações são naturais, em grande parte determinada pelos ciclos internos do próprio sol. Mas, se o homem influi no clima de seu planeta de forma que possa haver uma modificação destes ciclos, com um aumento dos picos de um deles, como no caso dos picos de calor, existem limites que não podem ser ultrapassados, sem o perigo de não haver volta. Em outras palavras, o clima da terra oscila de maneira natural, mas se houver uma ação externa que afete esta oscilação, ele entrará num processo irreversível que tanto pode levar a um novo estado de clima sem volta, ou seja, um aquecimento tal que seja capaz de destruir a vida no nosso planeta.

Podemos dizer que nosso planeta vive num estado de equilíbrio instável. É claro que o homem tem consciência disso, no entanto, deve agir no sentido de melhor usar as fontes de energia, partindo para soluções alternativas e a própria reposição do carbono que ele está lançando na atmosfera. Um fato interessante que merece um comentário é a tempestade solar, de que falamos em outro artigo desta seção. Uma pesquisa mostra que às grandes tempestades solares estão associados invernos rigorosos na terra e verões secos.

Se realmente isso é válido, em lugar de um inverno regido pelo aquecimento global, talvez tenhamos justamente o contrário, um inverno rigoroso, regido pelas tempestades solares, o que talvez surpreenda a muitos, mas que revelará que ainda existem forças da natureza que podem contrapor à ação destruidora do homem. Enfim, ainda precisamos aprender muito sobre a natureza e sobretudo respeitá-la para que não seja tarde demais para se reverter um processo que nos prejudique para sempre.