Medindo apenas 2 x 2 cm este transmissor pode ser escondido em qualquer lugar, até mesmo dentro de um envelope! Trata-se de um emissor de curto alcance ideal para a localização de objetos dentro de um ambiente de médias dimensões.

Obs. Este artigo fez parte de livro de espionagem nosso.

 

A alimentação com pilha do tipo “botão” permite uma autonomia de algumas horas para este transmissor.

A disponibilidade em alguns locais de componentes SMD (para montagem em superfície) possibilita a realização de montagens com um grau de miniaturização nunca antes visto.

E claro que o tamanho de um transmissor também está ligado à sua potência, e com um grau de miniaturização elevado não temos condições de incluir uma fonte de energia suficientemente potente para obter grande alcance.

São as limitações que os projetos de transmissores apresentam na prática e que não são levadas muito em conta nos livros e filmes de espionagem.

Assim, o alcance deste transmissor está limitado a algo em torno de 10 metros, mas isso é suficiente para a finalidade determinada.

A ideia básica deste projeto é dispor de um transmissor suficientemente compacto para ser escondido em pequenos objetos que estejam sujeitos a roubo.

Tais objetos podem depois ser localizados pelo sinal que o transmissor escondido emite. Podemos citar o caso de um pequeno porta-joias ou ainda de uma caixa de documentos, pequeno cofre ou protótipo de algum aparelho num laboratório.

O rastreamento do sinal pode ser feito com base na intensidade do sinal e para isso até mesmo um rádio comum de FM pode ser empregado, se for esta a faixa escolhida.

O aparelho pode operar na faixa de 50 MHz a 200 MHz, dependendo da bobina e dos componentes usados no ajuste de frequência.

 

FUNCIONAMENTO

O transmissor, para se obter a simplicidade necessária a uma montagem muito compacta, consiste num simples oscilador de alta frequência com um único transistor.

Temos na figura 1 o diagrama completo do transmissor.

 

Figura 1 – Diagrama do transmissor
Figura 1 – Diagrama do transmissor

 

Neste circuito, L1 e C2 determinam a frequência de operação. Para maior simplicidade o ajuste da frequência é feito apertando-se e soltando-se as espiras da bobina até se conseguir o ponto exato de funcionamento, numa frequência livre da faixa escolhida.

O sinal não é modulado, de modo que devemos avaliar a intensidade pela maneira como ele “tampa” o ruído de fundo. No entanto, para uma aplicação mais sofisticada, pode ser usado um receptor com medidor de intensidade de campo.

E o mesmo princípio de funcionamento usado no nosso projeto 1, que consiste num circuito semelhante, mas usando componentes comuns e sem limitação da fonte de energia, podendo-se obter maior alcance.

Evidentemente, como não se prevê espaço disponível, não é usada antena, mas existe a possibilidade de se incluir um fio fino de até 10 cm saindo do coletor de Q1.

 

MONTAGEM

Evidentemente, este projeto é muito mais uma curiosidade, pois não será fácil em determinados locais obter os componentes SMD. Existem kits de reposição desses componentes à venda e eventualmente o seu fornecedor pode conseguir os componentes usados neste projeto, mas não negamos que existe certa dificuldade.

O importante é ter antes os componentes em mãos (ou na ponta dos dedos!) antes de pensar em fazer esta montagem.

O trabalho com componentes para montagem SMT é muito delicado. Esses componentes devem ser soldados na região cobreada da placa com um ferro de ponta bem fina, conforme mostra a figura 2.

 

Figura 2 – Trabalhando com componentes SMT
Figura 2 – Trabalhando com componentes SMT

 

 

Obs. SMT é Surface Mounting Technology, ou seja, tecnologia para montagem em superfície enquanto que SMD é Surface Mouting Device ou componente para montagem em superfície.

 

Para segurar o componente na posição de soldagem durante esta operação use uma pinça. Cuidado para não confundir os valores dos componentes, pois capacitores e resistores são iguais na aparência.

Dependendo da origem do transistor pode ainda haver diferença na disposição dos terminais. Certifique-se de que ela corresponde ao desenho.

A placa de circuito impresso de apenas 2 x 2 cm é mostrada de maneira ampliada na figura 3.

 

Figura 3 – Placa para a montagem
Figura 3 – Placa para a montagem

 

Use decalques para fazer esta placa e assim obter maior uniformidade para as trilhas. A bobina L1 e formada por 1 a 5 espiras de fio esmaltado fino (30 a 32) devendo ser obtida experimentalmente em função da faixa de frequências.

Mais espiras levam o transmissor ao extremo inferior da faixa.

A pilha é fixada na placa por uma lâmina de metal na parte superior que faz contacto com o polo negativo e para mantê-la firme pode ser usado um pedaço de fita adesiva ou mesmo um elástico. Não há interruptor para maior economia, de modo que o transmissor entra em funcionamento quando a pilha é colocada.

 

AJUSTE E USO

Para ajustar ligue nas proximidades um receptor para a frequência desejada e vá apertando e afastando as espiras de L1 até obter o sinal. Esta operação é delicada devendo ser feita preferencialmente com um palito, já que a aproximação da mão afeta o circuito.

Obtido o ajuste, é só esconder o transmissor no objeto desejado, lembrando que seus sinais não atravessam objetos de metal.

 

Componentes SMD:

Q1 - BF547 - transistor de RF

R1 - 1,5 kΩ - resistor SMD

R2 - 1 kΩ - resistor SMD

R3 - 22 Ω - resistor SMD

C1 - 1 nF- capacitor cerâmico SMD

C2 - 2,2 pF - capacitor cerâmico SMD

C3 – 1 pF - capacitor cerâmico SMD

B1 - 1,5 V - pilha tipo botão

L1 - bobina - ver texto

 

Diversos:

Placa de circuito impresso, acessórios para fixar a pilha, solda, etc.