Escrito por: Newton C. Braga

O DIAC, cujo símbolo poderá ser visto na figura abaixo, consiste num dispositivo que apresenta uma característica de resistência negativa no ponto de disparo. Os DIACs disparam com tensões típicas em torno de 35 V, quando então é possível produzir um pulso de alta intensidade e curta duração para o disparo de TRIACs.

 

Símbolo do diac
Símbolo do diac

Os DIACs são os elementos mais usados no disparo de TRIACs, principalmente quando configurados como controles de potência. Como esta aplicação é muito comum, existe um componente que já reúne num invólucro único o TRIAC e o DIAC.

Um exemplo de dimmer usando TRIAC e DIAC, mas que também pode usar um QUADRAC (que será estudado no próximo item) é dado a seguir.

O princípio de funcionamento deste circuito é o controle do ângulo de condução de um Triac. Disparando-o em diversos pontos do sinal senoidal da rede de energia é possível aplicar a uma carga potências diferentes.

Assim, se o disparo for feito no início do semiciclo todo ele pode ser conduzido para a carga e ela receberá maior potência. No entanto, se o disparo for feito no final do semiciclo pequena parcela da energia será conduzida até a carga que operará com potência reduzida.

Na figura abaixo mostramos o que ocorre.

 

Disparo em diversos ângulos de condução
Disparo em diversos ângulos de condução

 

 

Para obter o disparo do triac em diversos pontos dos semiciclos da energia da rede o que fazemos é usar uma rede RC de retardo onde R é variável.

Com R (P1) na sua posição de valor máximo o tempo de carga de C1 até o disparo do diac é maior. Nestas condições dá tempo para uma parcela maior do semiciclo da energia da rede passar e o disparo só ocorre no seu final. Com R na posição de mínimo a carga de C1 é rápida e o disparo do diac ocorre no início do semiciclo. Temos a condição de máxima potência aplicada à carga.

Entre os pontos de máximo e de mínimo pode-se variar linearmente a potência aplicada à carga com um controle total da mesma.

Uma característica importante do circuito, que é importante quando ele é usado para controlar motores é que sendo o controle feito pela parcela do semiciclo aplicado e não pela sua tensão, o torque se mantém mesmo em baixas velocidades.

Conforme a escolha do Triac podemos ter potências diferentes máximas para as cargas controladas. Para isso existem diversas opções utilizando os triacs da série TIC da Texas.

A tabela abaixo dá as opções:

TIC116 - 6 ampères

TIC226 - 8 ampères

TIC236 - 12 ampères

TIC246 - 16 ampères

 

Diacs são elementos de disparo normalmente usados em circuitos com triacs, conforme mostra a figura abaixo.

 

 


 

 

 

Esses componentes entram em condução com tensões que variam entre 20 e 40 V, quando então passam a apresentar baixa resistência, isso em qualquer sentido de polarização.

 

O que Testar

Uma medida da resistência em qualquer sentido simplesmente revela quando um Diac está em curto, mas não revela qualquer característica de seu funcionamento normal. Para um teste completo é preciso usar um circuito que provoque o seu disparo. Por esse motivo, o melhor teste e mais completo é o que faz uso de um circuito de prova.

 

Instrumentos Usados

Provador de continuidade

Multímetro

Circuito de Teste

Traçador de curvas e osciloscópio

 

O teste

Damos a seguir alguns testes básicos que podem ser feitos para revelar o estado de um DIAC.

 

 

Multímetro e Provador de Continuidade

Esse teste apenas revela os casos em que o diac está em curto. Se estiver bom, não podemos ter certeza disso, pois será preciso usar o circuito de teste.

 

Procedimento

a) Coloque o multímetro numa escala baixa de resistências (ohms x1 ou ohms x10 se for analógico ou 200/2000 ohms se for digital). Para os tipos analógicos, zere-o antes de usar. No caso do provador de continuidade, basta colocá-lo em condições de funcionar.

b) Retire o DIAC do circuito e faça a medida das resistências no sentido direto e no sentido inverso.

 

A figura seguinte mostra como essa prova deve ser realizada.

 


 

 

 

Circuito de teste

Um circuito de teste para a prova de Diacs comuns é mostrado na figura a seguir.

 

 


 

 

 

Neste circuito o instrumento tanto pode ser um osciloscópio como um multímetro comum em escala apropriada de tensões DC. A fonte de tensão deve ser ajustável (variac) partindo-se de zero volt/

 

Procedimento

a) Desligue o diac do circuito em que se encontra e ligue-o no circuito de prova. Lembramos que esses componentes não possuem polaridade.

b) Ligue o instrumento de prova na saída do circuito.

c) Alimente o circuito e aumente a tensão gradualmente observando a tensão indicada ou a forma de onda.

 

Interpretação da Prova

Chega-se a um ponto do ajuste em que a tensão cai abrutamente mostrando o disparo do componente. Se isso não ocorrer o diac tem problemas. Com esse procedimento é possível também determinar a tensão de disparo do diac. Repita a prova invertendo o diac para verificar se ele dispara igualmente nos dois sentidos.

 

Prova com o Osciloscópio

Na figura abaixo mostramos com o testar um diac usando o traçador de curvas. Observe que o diodo do traçador é retirado, pois sendo o diac bilateral, devemos testar seu disparo nos dois sentidos.

 


 

 

 

Também é preciso observar que o transformador do traçador deve fornecer uma tensão maior do que a necessária do disparo do diac, normalmente acima de 20 V. Veja que uma simples fonte de tensão alternada (transformador) pode substituir o traçador de curvas em um circuito semelhante (resistor limitador e resistor sensor). Na figura mostramos em (a) o circuito e em (b) a característica de disparo bilateral do diac. Esse circuito foi simulado no Multisim 9 para um Diac comum.