Escrito por: Newton C. Braga

Capacitores variáveis são utilizados basicamente em circuitos de sintonia de diversos tipos de equipamentos. Receptores, transmissores, geradores de sinais, osciladores são alguns tipos de circuitos que os usam. Como testar um componente desse tipo, se você tem dúvidas quanto ao seu estado? Como usar o multímetro e o capacímetro no teste? É o que veremos neste artigo.

Comprando um novo ou aproveitando um capacitor variável de um equipamento antigo você tanto pode ter dúvidas quanto ao seu estado como ao seu valor.

Para testar e medir um capacitor variável você tem muitas opções, começando com o multímetro comum que não tenha escalas de capacitância, passando pelo capacímetro e chegando multímetro que tenha escala de capacitâncias. Vamos analisar neste artigo os procedimentos para testar um capacitor variável.

 

Multímetro comum analógico

Começamos com o multímetro comum que não tenha a escala de capacitâncias. Neste caso, o que podemos fazer é apenas verificar se as seções estão em curto, medindo sua continuidade.

A identificação das seções pode ser feita visualmente (Mais informações você pode ter no artigo ART4657)

Sabemos que, as placas móveis não devem fazer contato de modo algum com as placas fixas em todo o percurso da rotação do ajuste, ou seja, quando giramos o eixo do variável. Colocamos então o multímetro numa escala baixa ou intermediária de resistências e fazemos o teste conforme mostra a figura 1.

 

Figura 1 – Verificando a existência de curtos
Figura 1 – Verificando a existência de curtos

 

Na figura temos o procedimento de teste para capacitores de duas seções, tanto do tipo antigo usado em valvulados, como os tipos modernos usados em rádios integrados e transistorizados.

Se em algum ponto do giro o multímetro indicar uma baixa resistência, com o movimento brusco da agulha, isso indica e existência de um curto entre as seções. O capacitor não pode ser usado neste caso.

Capacitores antigos, do tipo usado em valvulados, possuem um parafuso que permite ajustar o posicionamento das placas, pois o contato entre elas pode ser devido a uma alteração da posição. Na figura 2 mostramos esse parafuso de ajuste.

 

Figura 2 – Ajuste do posicionamento das placas móveis
Figura 2 – Ajuste do posicionamento das placas móveis

 

 

Capacímetro digital e multímetro com escalas de capacitância

Um instrumento de grande utilidade em qualquer bancada de trabalhos eletrônicas, principalmente para o profissional de servisse, é o capacímetros. Tipos digitais podem ser adquiridos a preços convidativos consistindo num excelente investimento para bancada. É lógico que hoje temos a opção de muitos multímetros que possuem escalas de capacitância.

Na figura 3 temos um multímetro digital portátil que pode servir não apenas para testar um capacitor variável, como também verificar seu valor.

 

Figura 3 – Capacímetro digital
Figura 3 – Capacímetro digital

 

Assim, basta proceder exatamente como no caso do teste anterior, com a diferença de que podemos medir a capacitância do componente.

Na figura 4 temos um multímetro digital com escala de capacitâncias

 

Figura 4 – Multímetro digital com escala de capacitâncias
Figura 4 – Multímetro digital com escala de capacitâncias

 

 

Para os dois casos, os testes seguintes se aplicam.

a) Teste de curto-circuito – Colocamos o capacímetro ou multímetro na escala que permita ler a máxima capacitância esperada, por exemplo, 2 nF (para capacitores de 20 a 500 pF que são os mais comuns.

 

Ao ligar deve aparecer um valor qualquer de capacitância. Se aparecer -1 o capacitor está em curto. Giramos então o eixo em todo o seu percurso. O instrumento deve indicar valores continuamente. Se em algum instante aparecer -1 é porque existe um curto nesse ponto.

 

b) Determinação de valor – coloque o eixo na posição todo aberto. Deve ser indicado o menor valor possível. Veja que não é zero, pois sempre existe uma capacitância residual que pode ficar entre alguns pF e algumas dezenas de pF dependendo do valor do componente.

 

Fechando gradualmente o capacitor de modo que a capacitância aumenta, veremos os valores aumentarem até o máximo quando ele estiver totalmente fechado. Lemos então o valor do componente.

 

Por exemplo, um capacitor variável comum antigo de rádios de ondas médias costuma ter o valor máximo especificado de 410 pF, conforme mostra a figura 5.

 

Figura 5 – Variável para rádios de ondas médias e curtas valvulado antigo
Figura 5 – Variável para rádios de ondas médias e curtas valvulado antigo | Clique na imagem para ampliar |

 

 

Identificando seções

Muitos capacitores de plástico, usados em rádios antigos de AM e FM possuem 4 seções, sendo duas de baixo valor para a faixa de FM e duas de valor mais elevado para faixa de AM, conforme mostra a figura 6.

 

Figura 6 – Variável quadruplo para a faixas de AM e FM
Figura 6 – Variável quadruplo para a faixas de AM e FM

 

 

Observe que visualmente, os dois setores são iguais. Como então saber qual é qual?

As seções de AM possuem valões de capacitância máxima maiores, da ordem de 100 a 50 pF e as seções de FM possuem valores menores. Veja a figura 7.

 

Figura 7 – As capacitâncias das seções AM e FM.
Figura 7 – As capacitâncias das seções AM e FM. | Clique na imagem para ampliar |