Escrito por: Newton C. Braga

Um rádio transistorizado comum pode ser facilmente adaptado para se tornar um eficiente instrumento de prova para sua bancada.v Se você gosta de trabalhar ouvindo rádio, então você já tem o fundamental para acrescentar um instrumento à sua bancada. Veia neste artigo como isso é simples, e como usá-lo.

Obs. Este artigo é de 1988.

 

Na reparação de amplificadores, rádios transistorizados (AM e FM), pequenos gravadores, sintonizadores, toca-discos, intercomunicadores e muitos outros aparelhos, a utilização de um seguidor de sinais ou um amplificador de prova pode ser de grande ajuda.

É claro que nem todos os leitores possuem este recurso na sua bancada, mas podem acrescentá-lo com a maior facilidade simplesmente aproveitando aquele radinho transistorizado que o acompanha durante o trabalho.

A ideia é simples: aproveitar as etapas amplificadoras de áudio do radinho para usá-las no acompanhamento de sinais fracos dos equipamentos em prova.

Um simples jaque preso na caixinha do rádio facilita a ligação das pontas de prova e não impede que ele seja usado na forma convencional (figura 1).

 

Figura 1 – Uso do radinho como seguidor
Figura 1 – Uso do radinho como seguidor

 

Como fazer a adaptação?

Simplesmente ligamos um jaque tipo circuito fechado no potenciômetro de volume, conforme mostra a fig. 2.

 

Figura 2 – A adaptação
Figura 2 – A adaptação

 

Para fazer esta adaptação, precisamos desligar um dos terminais do potenciômetro de volume.

Este terminal é o que vem do detector (extremo não aterrado) conforme mostra a figura 3.

 

   Figura 3 – O potenciômetro de volume
Figura 3 – O potenciômetro de volume

 

Com este procedimento, o circuito passa a funcionar da seguinte maneira: sem o plugue da ponta de prova introduzido no jaque, este mantém o detector conectado ao controle de volume e o aparelho funciona como rádio, normalmente.

No momento em que introduzimos o plugue no jaque, o detector é desconectado, entrando o sinal externo diretamente nas etapas amplificadoras do rádio.

Podemos preparar duas pontas de prova, conforme sugere a figura 4.

 

Figura 4 – Preparando a pontas de prova
Figura 4 – Preparando a pontas de prova

 

Uma delas é a ponta de áudio ou baixa frequência, que servirá para seguir sinais em amplificadores de áudio, gravadores, intercomunicadores com fio, fazer testes de transdutores como microfones, cápsulas de toca-discos etc.

A outra é a ponta detectora, servindo para provas de RF. Com ela podemos acompanhar o sinal de etapas de FI, RF, osciladores de altas frequências etc.

O uso é simples: basta ligar a garra jacaré no polo comum ou terra do aparelho testado e encostar a ponta no local do circuito em que deve estar presente o sinal a ser verificado.

O controle de volume do rádio serve como controle de sensibilidade. Se o sinal realmente estiver presente, deve ocorrer a sua reprodução no alto-falante.

Na figura 5 damos um exemplo de pontos onde deve ser feita a prova com o seguidor em áudio (ponta de áudio) para um amplificador comum.

 

Figura 5 – Pontos de pesquisa num amplificador comum
Figura 5 – Pontos de pesquisa num amplificador comum

 

Para esta prova deve ser injetado um sinal na entrada do amplificador, que tanto pode vir de um oscilador de baixa frequência (injetor), como pode ser uma fonte de programa tal como um disco colocado no toca-discos, ou se for um gravador, uma fita.

Para a prova de pequenos transmissores ou circuitos de RF potentes, não se recomenda a ligação direta da ponta de prova de RF, devido à possibilidade de haver sobrecarga dos circuitos do rádio e até mesmo a queima do diodo detector.

A sensibilidade obtida para este equipamento de prova dependerá do número de etapas de amplificação e do ganho do rádio usado.

Para usar o rádio normalmente, basta retirar as pontas de prova do jaque.