Escrito por: Newton C. Braga

Descrevemos neste artigo a montagem de um sensível provador de continuidade que pode servir para testar uma grande quantidade de componentes e circuitos. Os componentes usados são comuns e baratos e o leitor pode saber muito mais sobre o uso deste instrumento na nossa série de livros “Como Testar Componentes”.

Muitos provadores de continuidade comuns não são sensíveis o bastante para detectar uma resistência algo elevada, o que limita bastante sua aplicação.

O provador sofisticado de componentes que descrevemos tem um diferencial que é um ajuste de sensibilidade.

Temos nele um potenciômetro que pode ser ajustado para testes em que se deseja detectar baixas resistências, médias ou altas.

Com um ajuste preciso da escala desse potenciômetro pode-se até utilizar o aparelho como um medidor de resistência, substituindo o multímetro em aplicações menos críticas.

Na escala mais alta, uma resistência abaixo de 1 M aproximadamente será indicada como presença de continuidade e na escala mais baixa esse valor cai para 10k.

O circuito é alimentado por pilhas e admite dois tipos de transdutores.

Na versão básica usaremos um pequeno transdutor cerâmico ligado diretamente na saída, mas o leitor pode alterar o circuito para utilizar um pequeno alto-falante, caso em que precisará de uma etapa com transistor, conforme mostra a figura 1.

 

   Figura 1 – Usando um alto-falante
Figura 1 – Usando um alto-falante | Clique na imagem para ampliar |

 

 

Como Funciona

O circuito consiste numa etapa comparadora de tensão com uma das portas de um circuito 4093 a qual dispara outra etapa que forma um oscilador de áudio.

A frequência do oscilador de áudio é dada por R2 e C1.

Assim, se houver continuidade nas pontas de prova, conforme o ajuste de P1, o oscilador é disparado.

O sinal retangular deste oscilador é amplificado digitalmente pelas outras duas portas do 4093 que excitam o transdutor.

O circuito é alimentado por 4 pilhas ou bateria de 9 V e tem um consumo baixo na versão com transdutor.

Na versão com bateria de 9 V o consumo é um pouco mais elevado.

 

Montagem

Na figura 2 temos o circuito completo do provador sofisticado de componentes.

 

   Figura 2 – Diagrama do provador
Figura 2 – Diagrama do provador | Clique na imagem para ampliar |

 

A montagem pode ser feita numa pequena placa de circuito impresso com o padrão mostrado na figura 3.

 

   Figura 3 – Placa para a montagem
Figura 3 – Placa para a montagem | Clique na imagem para ampliar |

 

Na montagem observe a posição do circuito integrado e a polaridade da alimentação.

As pontas de prova podem ser comuns ou improvisadas.

Na figura 4 mostramos uma escala para o potenciômetro com as resistências máximas que serão detectadas como continuidade.

 

   Figura 4 – Escala para o potenciômetro
Figura 4 – Escala para o potenciômetro

 

Uma pequena caixa plástica servirá para a montagem do aparelho.

 

Prova e Uso

Ligue a alimentação e encoste uma ponta de prova na outra.

O aparelho deve emitir som.

Verifique se há emissão de som em toda escala do potenciômetro.

Faça testes com resistores de diversos valores.

Para usar lembre-se que o componente ou circuito devem estar sem alimentação alguma.

 

CI-1 – 4093 – circuito integrado

BZ – transdutor piezoelétrico

S1 – Interruptor simples

B1 – 6 ou 9 V – 4 pilhas ou bateria

P1 – 2M2 – potenciômetro

PP1, PP2 – pontas de prova - vermelho e preto

C1 – 47 nF – capacitor cerâmico ou poliéster

C2 – 100 uF x 12 V – capacitor eletrolítico

R1 – 10 k ohms x 1/8 W – resistor – marrom, preto, laranja

R2 – 47 k ohms x 1/8 W – resistor – amarelo, violeta, laranja

Diversos:

Caixa para montagem, placa de circuito impresso, botão com marca para a escala, conector de bateria ou suporte de pilhas, fios, solda, etc.