Escrito por: Newton C. Braga

Publicamos este artigo em 1978. Se bem que alguns componentes, como as bobinas sejam difíceis de obter em nossos dias, a montagem ainda pode ser feita com certa facilidade pela simplicidade do projeto.

Poderíamos começar este artigo ressaltando a utilidade do gerador de sinais na oficina de trabalhos eletrônicos. Entretanto, se fossemos descrever todas as suas utilidades, nosso artigo deixaria de ser sobre o nosso gerador especifico, ocupando todo espaço previsto com apenas uma pequena parcela de sua gama de utilidades.

Assim, em lugar de falarmos de sua utilidade pormenorizadamente, preferimos começar nosso artigo, explicando de maneira resumida o que é um gerador de sinais, para que serve e as características do aparelho que nos propomos descrever.

Um gerador de sinais tem por finalidade produzir sinais de altas frequências modulados ou não, para serem injetados em etapas de RF e FI de receptores de AM, FM, sintonizadores, etc. Tomados como padrão, esses sinais permitem um perfeito ajuste desses circuitos além de facilitarem a detecção de qualquer tipo de falha que eventualmente estes apresentem.

Normalmente os geradores de sinais possuem uma saída que fornece um sinal de baixa frequência (áudio) , que serve para reparação e ajuste de circuitos de baixa frequência, ou seja, amplificadores, pré-amplificadores, misturadores, as etapas de áudio de rádios, sintonizadores, etc.

O preço de um gerador comercial depende do número de faixas de altas frequências, além de outros fatores como os recursos adicionais, a precisão, etc.

O gerador que descrevemos neste artigo apresenta características excelentes que permitem seu uso em qualquer oficina de reparação e montagem de equipamentos eletrônicos. São as seguintes as características de nosso gerador:

- Circuito básico com 3 faixas de frequência: 455 KHz (fixa); 530 à 1.600 KHz; 3,5 à 15 MHz. Com outras bobinas adicionais, e apenas aumento de posições da chave seletora, pode-se ser estendida a gama de operação para além dos 100 MHz.

- Amplitude de sinal elevada (1 V pp)

- Saída de áudio senoidal de intensidade ajustável até 1 V pp com frequência de 400 Hz ou 1 kHz.

- Chave comutadora que permite obter sinais sem modulação ou com modulação. Ajuste da porcentagem de modulação.

- Controles para a intensidade do sinal de áudio e para a intensidade do sinal de RF.

- Alimentação a partir de 4 pilhas comuns com consumo de apenas 1,5 mA.

- Possibilidade de se utilizar bobinas comerciais facilmente encontradas no comércio.

O gerador possui 5 controles e duas saídas em seu painel frontal, podendo ser montado em caixa plástica ou metálica. Optamos em nossa versão por uma caixa plástica utilizada no Rádio Relógio Philco a qual pode ser encontrada nos revendedores autorizados Philco.

Para a realização do projeto na sua totalidade, o leitor pode ter diversas variações.

A escolha da caixa, a disposição dos controles no painel, a confecção da placa de circuito impresso não são críticas de modo que nossas sugestões não precisam ser seguidas à risca.

Os únicos pontos críticos que oferecem um pouco mais de dificuldade para os que não tenham muita experiência com este tipo de montagem refere-se à ligação da chave comutadora de faixa, e da identificação dos terminais das bobinas comerciais.

 

COMO FUNCIONA

O gerador é composto por dois circuitos de funcionamento até certo ponto independentes: um oscilador de altas frequências e um oscilador de áudio (figura 1).

 

Figura 1 – Diagrama de blocos
Figura 1 – Diagrama de blocos

 

 

O oscilador de altas frequências, ou seja, o oscilador de RF é o circuito principal, pois tem por função gerar correntes de altas frequências correspondentes a toda a gama que deve abranger o aparelho.

Por trabalhar em frequências relativamente elevadas, é a parte mais crítica do aparelho já que,fios compridos,podem ser responsáveis por indutâncias e capacitâncias parasitas que instabilizam seu comportamento. O circuito básico da parte de RF é mostrado na figura 2.

 

Figura 2 – Circuito básico de RF
Figura 2 – Circuito básico de RF

 

 

No circuito original optamos pela utilização de um transistor que pode oscilar em frequências de até mais de 100 MHz. Como, entretanto, uma única bobina não permite que todas as frequências sejam atingidas, temos de utilizar diversas bobinas, cada qual abrangendo uma faixa de frequências, sendo estas comutadas por uma chave seletora.

Neste ponto, o máximo de cuidado deve ser tomado pelo montador tanto na escolha das bobinas como do capacitor variável.

No circuito podem ser usados capacitores variáveis de valores entre 120 a 410 pF, mas conforme a escolha do capacitor o leitor deve ter a bobina correspondente.

Em outras palavras, deve procurar adquirir uma bobina que com o valor do capacitor cubra a faixa de frequências indicada pelo fabricante. Por exemplo, se for usada uma bobina osciladora para a faixa de OM, esta só será coberta se o capacitor variável com a qual ele deve funcionar tiver o mesmo valor que o adquirido pelo leitor.

Se o valor do capacitor for diferente isso não significa que o aparelho deixará de funcionar, apenas a marcação da escala deverá ser refeita, pois a faixa de frequências será ligeiramente deslocada (figura 3).

 

Figura 3 – O circuito ressonante
Figura 3 – O circuito ressonante

 

 

No comércio existem bobinas de FI que normalmente devem ser sintonizadas para operar em 455 kHz, sendo o ajuste feito em seu núcleo. Nos circuitos originais, a frequência de operação é obtida quando em paralelo com a mesma se liga um capacitor de 2 nF.

Este capacitor que será no circuito marcado com Cx é muito importante para o bom funcionamento do aparelho, se bem que existam modelos em que seu uso não seja necessário. Nos ajustes finais do aparelhos ensinaremos como verificar se seu uso é necessário.

O outro circuito a ser analisado é o do oscilador de áudio que tem por função produzir um sinal para modular o sinal de RF do oscilador de alta frequência e também para ser usado em provas externas de circuitos de baixas frequências.

O oscilador de áudio produz um sinal senoidal puro que pode ser fixado em 400 ou 1 000 Hz. Esta forma de onda senoidal nesta frequência é justamente do tipo usado em provas de amplificadores, na verificação de sua qualidade.

Como modulador do sinal de RF, este sinal facilita as provas em sintonizadores e rádios já que em lugar do ”sopro" de RF teremos na saída um som puro muito mais fácil de ser localizado.

Para este circuito optamos por um oscilador de duplo T cujo diagrama é mostrado na figura 4.

 

Figura 4 – Oscilador de duplo T
Figura 4 – Oscilador de duplo T

 

 

A frequência deste oscilador é determinada basicamente pelos valores dos capacitores do duplo T que devem manter as relações de valores indicadas.

Damos no circuito valores para obtenção das frequências de 400 Hz ou 1000 Hz, conforme o leitor deseje. O trimpot permite que esta frequência seja ajustada para o valor correto quando em funcionamento.

Na saída tanto do oscilador de áudio como de RF colocamos dois potenciômetros que permitem uma regulagem da amplitude do sinal.

 

MONTAGEM

Dividiremos a montagem deste gerador de sinais em quatro partes: a elaboração da placa de circuito impresso com 3 montagem do circuito básico; a preparação do painel com a ligação da placa aos controles e saídas, a instalação do circuito na caixa com as provas finais e o uso do aparelho no ajuste de receptores de rádio.

O leitor que se propuser a realização desta montagem deve possuir as ferramentas próprias para os trabalhos inerentes a cada fase da montagem.

Observamos que mesmo o circuito podendo ser montado em ponte de terminais não se recomenda esta configuração pelas frequências elevadas de operação que o tornam relativamente crítico.

 

Circuito Impresso

O circuito da parte que vai montada na placa de circuito impresso mais a fonte de alimentação, controles, e chaves é mostrado na figura 5.

 

Figura 5 – Circuito completo
Figura 5 – Circuito completo | Clique na imagem para ampliar |

 

 

Neste circuito R5, S1, S2, CV, R10 e os jaques de saída não são instalados na placa de circuito impresso. A fonte de alimentação formada por B1 também é montada na caixa.

A placa de circuito impresso para esta montagem é mostrada na figura 6 e 7 em que temos o lado cobreado e o lado dos componentes. O espaçamento entre os orifícios desta placa permite a utilização de resistores tanto de 1/8 como de 1/4 de Watt.

 

Figura 6 – Lado cobreado
Figura 6 – Lado cobreado

 

 

Figura 7 – Lado dos componentes
Figura 7 – Lado dos componentes | Clique na imagem para ampliar |

 

 

Na instalação dos componentes nesta placa de circuito impresso devem ser observados os seguintes cuidados:

a) O transistor BF494 tem a disposição de terminais dada pela figura 8, enquanto que o seu equivalente o BF254 que eventualmente também pode ser usado tem disposição de terminais diferente, mostrada na mesma figura.

 

Figura 8 – O transistor de RF
Figura 8 – O transistor de RF

 

 

Para o caso de Q1, não há problema, já que tanto o BC238 como o BC548, possui mesma disposição para os terminais. Na soldagem destes componentes, tome apenas cuidado para que o excesso de calor não os afete.

b) Observe a polaridade do capacitor eletrolítica C8. Este componente é o menos critico de toda a montagem. Pode seu valor situar-se entre 50 uF e 220 uF e sua tensão de trabalho pode ser de 6 volts ou mais.

c) Os capacitores C1, C2 e C3 são do tipo de poliéster metalizado devendo ser identificados pelas suas cores. Não há polaridade para ligação. Os valores desses capacitores são determinados pela frequência do sinal de áudio que o montador deseja:

C1=C2=5,6 nF e C3 = nF para 1000 Hz

C1=C2=10nF e C3=22 nF para 400 Hz

d) Os demais capacitores não são críticos quanto à valor e tensão de trabalho. C4 também é de poliéster metalizado, enquanto que 05, C6, C7 e C9 devem ser preferivelmente de cerâmica (disco de cerâmica miniatura).

e) Os resistores podem ser de 1/4 ou 1/8 de watt com tolerância de 10 ou 20%. Não há polaridade para estes componentes e a separação dos furos prevê uma montagem horizontal destes componentes. Identifique-os cuidadosamente pelas cores que determinam seus valores.

f) O trimpot ajusta o ponto de funcionamento do oscilador de áudio sendo montado verticalmente na placa. Uma vez ajustado para 400 Hz ou 1 000 Hz este componente não precisa ser mais tocado. Seu valor também não é crítico podendo ser usados trimpots de 33 a 100 k.

Na placa de circuito impresso podem ser previstos dois ou mais furos para a sua fixação final. Esta pode ser fixada paralelamente ao painel, como feita na montagem original, aproveitando o capacitor variável como apoio, ou então em posição horizontal no fundo da caixa. A escolha fica à cargo do montador.

 

O painel

No painel são fixados os seguintes componentes: R5 que é o controle de intensidade do sinal de áudio e que também serve para controlar a porcentagem de modulação do sinal de RF.

Este potenciômetro conjuga o interruptor S2 da fonte de alimentação. Seu valor também não é crítico já que na ausência do tipo preferencial de 4,7 k ohms (lin ou log) pode perfeitamente ser usado um de 10k.

S1 é a chave que permite a obtenção de sinais de RF com e sem modulação, ou seja, que liga o oscilador de áudio ao oscilador de RF. Trata-se de um interruptor simples que o montador pode optar tanto pelo tipo de alavanca como deslizante.

CV é o capacitor variável cujo valor pode estar entre 120 e 410 pF dando-se preferência aos modelos grandes para rádios, com uma ou duas seções de eixo fino. O tipo ideal seria de uma seção apenas, mas como sua obtenção não é fácil, o leitor pode partir diretamente para o modelo de 2 seções e apenas utilizar uma na ligação. A outra permanecerá desligada. O eixo fino é recomendado de modo a permitir a fixação do botão de sintonia na parte frontal do painel.

S3 é a chave seletora de faixa que pode ser de 3 ou 4 polos com 3 ou mais posições. No nosso projeto usamos uma chave de 3 posições porque teremos três faixas de onda. Se o leitor quiser mais faixas, deve adquirir uma chave de mais posições (mesmo número de polos) e obter as bobinas adicionais ou enrolá-las de acordo com as frequências desejadas.

J1 que é o jaque de saída de áudio, sendo utilizado no protótipo um do tipo para fone. O leitor se quiser pode usar um conector coaxial que além de mais prático, permite que a mesma ponta de RF seja usada nesta saída já que J2 é do tipo coaxial, sendo este a saída de RF.

R10.é o potenciômetro que controla a intensidade do sinal de RF. Seu valor pode situar-se entre 4,7 e 22k não sendo este componente absolutamente crítico.

Na figura 9 damos as disposições para o painel no caso da caixa utilizada no protótipo.

 

Figura 9 – Sugestão de painel para a caixa
Figura 9 – Sugestão de painel para a caixa | Clique na imagem para ampliar |

 

 

Na figura 10 damos a disposição dos componentes na sua parte posterior já com as ligações que devem ser feitas à placa de circuito impresso.

 

Figura 10 – Ligações no painel
Figura 10 – Ligações no painel | Clique na imagem para ampliar |

 

 

Observe que para o cabo de saída de RF usamos blindagem. De preferência as ligações a chave S3 tanto da placa de circuito impresso como a bobina devem ser feitas com fios os mais curtos possíveis.

A ligação das bobinas à chave de comutação de faixas é um dos pontos mais críticos desta montagem, já que se houver qualquer inversão o aparelho simplesmente não funcionará. Na figura 11 temos a maneira como essas bobinas podem ser ligadas à chave, para o caso de 3 faixas de operação.

 

Figura 11 – Ligação das bobinas
Figura 11 – Ligação das bobinas

 

 

O. leitor tem duas possibilidades de ligação para as bobinas: pode deixa-las autossustentadas, ou seja, soldar fios aos seus terminais do tipo rígido que manterão as mesmas em posição depois de soldadas ou então confeccionar uma placa de circuito impresso menor somente para as bobinas conforme o sugerido na figura 12.

 

Figura 12 – Placa para as bobinas
Figura 12 – Placa para as bobinas

 

 

Conforme explicamos, o leitor ao adquirir a bobina deve perguntar em que tipo de receptor ela é usada, e se possível consultando um manual de esquemas, verificar o valor do variável com que ela é usada no mesmo rádio.

Se isto for difícil, uma vez montado o oscilador, em lugar de usar as escalas que sugerimos o leitor deve proceder por si própria calibração do gerador comparando-o com um comercial. Para o caso da faixa de FI, entretanto não existe este problema.

Vejamos os cuidados principais na ligação das bobinas e dos capacitores.

a) Faixa de Fl - O leitor para esta faixa pode usar praticamente qualquer transformador de Fl para rádios portáteis de 455 kHz cujo aspecto é mostrado na figura 13.

 

Figura 13 – Transformador de FI
Figura 13 – Transformador de FI

 

 

Em paralelo com o primário deste capacitor deve entretanto ser ligado um capacitor de 2 nF de cerâmica ou outro tipo não indutivo.

b) Faixa de OM - O leitor pode usar uma bobina osciladora para a faixa de ondas médias como as encontradas nos rádios portáteis. Sua aparência é semelhante às de Fl, no entanto possuem um núcleo vermelho que as identifica.

Como a frequência coberta pelas etapas osciladoras em rádios, vai de 455 kHz acima do limite inferior ,da faixa ate' 455 kHz acima do limite superior, ou seja, entre 985 kHz à 2055 kHz, ligamos em paralelo com a mesma um capacitor entre 100 e 220 pF de modo abaixarmos este limite inferior. O valor deste componente deve ser obtido experimentalmente, além de se realizar ajuste em seu núcleo no momento oportuno (figura 14).

 

Figura 14 – Ligação do capacitor
Figura 14 – Ligação do capacitor

 

c) Faixa de DC - Pode também ser usada qualquer bobina osciladora para a faixa de ondas curtas de rádios de 2 ou 3 faixas de onda. A faixa de frequências coberta por esta bobina determinará a faixa de operação do gerador, podendo no caso ser feita uma correção de valores com um capacitor de 20 a 100 pF em paralelo com a mesma. Na figura 15 temos a aparência típica de uma bobina deste tipo.

 

Figura 15 – Bobina osciladora
Figura 15 – Bobina osciladora

 

 

Se o leitor quiser poderá enrolar esta bobina, utilizando para esta finalidade um tubo de papelão de 0,5 cm de diâmetro e 4 cm de comprimento. A bobina consta de 20 espiras de fio esmaltado 26 ou 28 com tomada na oitava espira.

d) Para o caso de serem usadas faixa suplementares, o leitor deve enrolar suas próprias bobinas. Atingindo frequências de até 30 MHz, a bobina deve ter as dimensões da bobina de ondas curtas, constando de 10 espiras de fio esmaltado 26 ou 28 com tomada na terceira espira, e atingindo a faixa de VHF, e FM, deve constar de 5 espiras de fio 26 com tomada na segunda espira.

e) A chave seletora deverá ter tantas posições quantas sejam as faixas de onda que o leitor quiser que o gerador cubra.

Observe que as ligações da chave a placa de circuito impresso devem ser feitas com fios os mais curtos possíveis. Será conveniente que as carcaças das bobinas sejam ligadas à massa para servir como blindagem evitando que o sinal gerado seja irradiado a partir do aparelho, já que sua potência não pode ser considerada pequena.

Ainda em relação às bobinas, se o leitor tiver dúvidas quanto a faixa de frequências que possam cobrir, já que haverão pequenas variações em função de cada tipo de montagem, será conveniente utilizar um gerador comercial como padrão para ajuste. Procure algum laboratório ou amigo que possua este equipamento para fazer o ajuste da escala.

Na figura 16 damos um exemplo para escala com a utilização de bobinas comerciais.

 

Figura 16 – Escala sugerida
Figura 16 – Escala sugerida

 

 

Instalação na caixa

Como os controles e as saídas são fixos no painel, e a placa de circuito impresso é presa ao mesmo por meio de separadores, na caixa propriamente dita fixamos apenas o suporte de pilhas. É claro que, se o leitor quiser poderá fixar a placa de circuito impresso na caixa, mas neste caso, o leitor deve cuidar para que os fios de ligação à placa de circuito impresso sejam curtos ou então blindados.

Uma vez instalado na caixa o leitor pode realizar as provas de funcionamento e alguns ajustes de operação. (figura 17)

 

Figura 17 – A ponta de prova
Figura 17 – A ponta de prova

 

 

Completada a montagem, confira todas as ligações. Estando tudo em ordem, você poderá realizar uma prova inicial, utilizando para esta finalidade um radinho comum. (Se você possuir osciloscópio ou puder dispor de um para esta finalidade, as provas e ajuste poderão ser feitos de modo muito mais preciso).

 

a) Prova de áudio

Esta é a mais simples. Ligue o gerador de sinais acionando o potenciômetro no qual é conjugado o interruptor. Coloque este potenciômetro todo para a direita (máxima intensidade de sinal). S1 deve estar aberta. Ligue então na saída de áudio (J1) um fone de cristal ou magnético de alta impedância, devendo imediatamente ser ouvido o som contínuo do oscilador. Ajuste R4 se não houver oscilação alguma.

Se você não dispuser de um fone, ligue ao jaque J1 as pontas de prova e injete o sinal em seu radinho que deverá estar ligado a todo volume numa frequência em que não existe nenhuma estação. O sinal é injetado ligando-se a garra jacaré ao polo negativo do suporte de pilhas e encostando-se a ponta de prova no terminal do meio do potenciômetro de controle de volume, conforme mostra a figura 18.

 

Figura 18 – prova de áudio
Figura 18 – prova de áudio

 

 

Uma fez constatado o funcionamento desta etapa, se o leitor dispuser de um osciloscópio e um gerador padrão, poderá proceder ao ajuste final de R4, levando-o a 400 kHz ou 1 000 kHz, fazendo a ligação da maneira indicada na figura 19.

 

Figura 19 – Aranjo para testes
Figura 19 – Aranjo para testes | Clique na imagem para ampliar |

 

 

Ajuste R4 para obter uma elipse na tela do osciloscópio ou então um circulo. 0 gerador deve estar na mesma frequência que deve operar o oscilador de áudio.

 

b) Provas de RF

Para a prova de RF,.ligue o interruptor S1, colocando-o na posição correspondente a saída modulada de RF, e coloque o potenciômetro R5 todo para a direita, assim como R10.

Sintonize o radinho portátil numa frequência em torno de 1000 kHz em que não existam estações operando. o radinho deve estar com pouco mais da metade de seu volume.

Coloque a chave seletora de faixas na posição Fl, e encoste a ponta de prova no coletor do primeiro transistor amplificador de Fl. Se o sinal do aparelho não for ouvido no radinho, deve ser procedido um ajuste do núcleo da Fl. O variável do gerador deve estar todo para a direita nesta prova.

Se não for constatada nenhuma oscilação nesta prova, inverta os fios da bobina osciladora de FI, e se ainda assim não for obtido nenhum resultado, altere o valor do capacitor ligado em paralelo com a mesma.

Uma vez ajustada a bobina de Fl, não precisaremos mais mexer em seu núcleo.

Neste caso também se o leitor puder dispor de um gerador padrão e um osciloscópio poderá diretamente com estes instrumentos levar a bobina a oscilar na frequência correta. Uma vez ajustada, esta não precisará ser medida. A maneira de se ligar o gerador padrão, o gerador de sinais e o osciloscópio é idêntica à prova de áudio,.devendo apenas o gerador padrão se ajustado para operar em 455 kHz.

Feito o ajuste de FI, coloque a chave na posição de OM. Sintonize o radinho numa frequência em torno de 1000 kHz em que não exista nenhuma estação operando. A ponta de prova não precisa ser ligada ao rádio, bastando que este foque próximo do gerador apenas.

Gire o variável até ouvir o sinal do oscilador no radinho. Se isso não acontecer altere o valor do capacitor em paralelo com a bobina osciladora, ou retire provisoriamente o capacitor. Para este caso também se o leitor puder dispor de um gerador padrão e de um osciloscópio poderá fazer a marcação da escala ou o ajuste da bobina com maior precisão.

Para ajustar a bobina de ondas curtas o procedimento é o mesmo, devendo apenas ser usado um rádio de ondas curtas para captação do sinal, enquanto que o ajuste com osciloscópio e gerador de sinais é feito também da mesma maneira usando-se um rádio de ondas curtas VHF, ou FM.

Na escala de ondas curtas um ponto importante a ser assinalado é o correspondente a 10,7 MHz, que é a frequência intermediária de aparelhos de TV, sintonizadores e receptores de FM, além de rádios de UHF.

 

COMO USAR O GERADOR

Uma das aplicações mais comuns para o gerador de sinais é no ajuste de rádios portáteis, rádios em geral, sintonizadores e receptores de FM, etc. O leitor poderá ajustar tanto as etapas de RF como as etapas de Fl. Vejamos como isso é feito.

 

a) Ajuste das etapas de Fl

Acople o gerador de sinais ao receptor a ser calibrado, enrolando em torno do mesmo algumas espiras de fio comum, se este for do tipo portátil, ou então enrolando algumas espiras de fio comum em torno da bobina de antena, conforme mostra a figura 20.

Falta

 

Figura 20 – Aplicando o sinal
Figura 20 – Aplicando o sinal

 

O variável do receptor deve estar do aberto e o gerador de sinais deve ser ajustado para produzir um sinal de 455 kHz. A chave S1 deve estar fechada de modo a ter-se um sinal modulado em 400 ou 1 kHz, ficando o controle de modulação R5 todo aberto. Inicialmente R10 deve estar em seu máximo, ou seja, com a máxima intensidade de sinal.

Ajuste então com uma chave de fenda não magnética (plástico ou madeira) os núcleos dos transformadores de FI do radinho para obter o máximo de volume no alto-falante. À medida que for sendo feito o ajuste vá reduzindo a intensidade do sinal em R10, de modo a obter assim o máximo de sensibilidade. Retoque várias vezes a sintonia das FI até obter o máximo rendimento.

 

b) Ajuste das etapas de RF (osciladora, misturadora e sintonia)

O acoplamento do gerador ao receptor é feito da mesma maneira que no ajuste anterior, ou seja, enrolando-se algumas espiras de fio em torno do rádio ou de sua bobina. Em alguns casos a ponta de prova nem precisa ser ligada ao rádio, bastando deixá-la nas proximidades, já que o sinal irradiado pode ser facilmente captado.

Abra o variável do rádio que está sendo ajustado (faixa de ondas médias) de modo a sintonizar uma frequência de 1 600 kHz. Sintonize o gerador em 1 600 kHz estando o mesmo com o máximo de intensidade de sinal, modulado em 400 ou 1 000 Hz.

Ajuste então o trimmer existente no variável de sintonia para captar este sinal.

Em seguida, feche o variável, sintonizando uma frequência de 530 ou 550 kHz e ajuste o gerador para a mesma frequência. Ajuste então o núcleo da bobina osciladora para captar este sinal com o máximo de intensidade.

Feitos estes ajustes, repita com cuidados os ajustes das Fl, e novamente estes. O máximo de rendimento é obtido quando os sinais do gerador puderem ser captados com facilidade com um mínimo de intensidade ajustada em R10.

Para ajustar aparelhos de FM, o procedimento é o mesmo devendo apenas ser observado que:

a) as Fl são de 10,7 MHz sendo, portanto, esta a frequência do gerador em seu ajuste.

b) os limites da faixa são 88 a 108 MHz, sendo essas frequências ajustadas no gerador de sinais.

 

Q1 - BC548 ou BC 238 - transistor para uso geral

Q2 - BF494 ou BF254 – transistor de RF

R1, R2, - 100 k ohms x 1/4 W - resistor (marrom, preto, amarelo)

R3, R8 - 10 k ohms x 1/4 W- resistor (marrom, preto, laranja)

R4 - trimpot de 47 k ohms

R5 - 4,7 k ohms - potenciômetro com chave

R6 - 3,3 k ohms x 1/4 W - resistor (laranja, laranja, vermelho

R7 - 15 k ohms x 1/4 W- resistor (marrom, verde, laranja)

R9 - 2,2 k ohms x 1/4 W - resistor (vermelho, vermelho, vermelho)

R10 - potenciômetro de 10 k ohms

C1, C2 - 5,6 ou 10 nF - capacitor de poliéster

C3 - 10 nF ou 22 nF - capacitor de poliéster (ver texto)

C4 - 33 nF - capacitor de poliéster

C5 - 0,02 uF - capacitor de cerâmica

C6 - 0,01 ,uF - capacitor de cerâmica

C7 - 47 pF - capacitor de cerâmica

C8 - 50 a 220 uF - capacitor eletrolítico (ver texto)

C9 - 0,1 ,uF - capacitor de cerâmica

J1, J2 - jaques de saída (ver texto)

CV capacitor variável (ver texto)

S1 - interruptor simples

S3 - Chave de 3 ou 4 polos com 3 ou mais posições (ver texto)

B1 - Bateria de 6 V (4 pilhas em série)

Diversos: caixa do rádio relógio Philco, suporte para pilhas, cabo coaxial, placa de circuito impresso, knobs, fios, parafusos e porcas, ponta de prova, garra jacaré, etc.