Projetores de slides antigos e de alguns tipos mais simples, não possuem sistemas automáticos para a troca de slides. Com este dispositivo, você pode fazer a troca automática, em intervalos que você determina, numa ampla faixa de valores.

Obs. Este artigo é de 1990 quando ainda eram utilizados os projetos de slides, o que hoje não existe mais, graças a fotografia digital e a existência de projetos sincronizados pelo computador. No entanto, este circuito pode funcionar como um intermitente para outras aplicações que envolvem, por exemplo, o controle de eletro-eletrônicos.

 

Nem todos os projetores de slides possuem recursos automáticos para a troca de slides.

Nestes casos, o operador é obrigado a acionar manualmente o botão de troca de slides (avanço ou recuo) sempre que tiver de passar de um para outro.

Nas aplicações comuns de projeção de fotos, a passagem de um slide para outro, manualmente, não se constitui em incômodo, mas num sistema áudio-visual, ou quando a quantidade de slides é muito grande, em pouco tempo a monotonia da mudança se manifesta, e falhas podem ocorrer.

Para os que desejam um dispositivo automático, descrevemos um projeto bastante simples que permite a troca de slides em intervalos pré-ajustados, numa boa faixa de valores.

Estes intervalos podem ficar entre 15 segundos a mais de um minuto

 

COMO FUNCIONA

A base do circuito é um multivibrador astável que opera como circuito de tempo.

Este multivibrador utiliza dois transistores que atuam como “chaves“ de tal modo que, quando um conduz a corrente o outro não conduz, ou seja, quando um está saturado o outro está no corte.

Os transistores trocam constantemente de estado numa velocidade que depende dos valores dos componentes associados.

Assim, o tempo de condução de Q1 depende do resistor R2 e de C2.

Para Q2 o tempo de condução depende de R1 e C1.

Usando capacitores fixos e um resistor variável (potenciômetro) podemos alterar à vontade a velocidade de troca e, portanto, a frequência do multivibrador.

O multivibrador excita um relé que fará o controle do dispositivo de controle do projetor.

O uso do relé tem a vantagem de isolar completamente o sincronizador do projeto, pois não existe contacto elétrico entre os contatos do relé e sua bobina.

Quando o transistor Q2 estiver conduzindo, o relé será acionado.

Como os transistores ficam constantemente trocando de estado, o relé ficará abrindo e fechando seus contatos em intervalos regulares, realizando a tarefa do operador.

Veja então que temos de fazer com que o tempo de acionamento do relé e, portanto, a condução do transistor, seja bem menor que o tempo que ele permanece desligado, o que corresponde ao intervalo entre as trocas.

O capacitor que determina o tempo de acionamento do relé é pequeno, com valor típico em torno de 47 uF enquanto que o capacitor que determina o intervalo é bem maior, com valores entre 470 uF e 2 200 uF.

Quanto maior o tempo desejado, maior deve ser este capacitor

A alimentação do circuito é feita com 12 V que pode ser obtida a partir de pilhas ou da rede local, o que é mais simples, pois pode ser usada a mesma tomada que alimenta o projetor.

 

MONTAGEM

Na figura 1 damos o diagrama completo do sincronizador.

 

   Figura 1 – Diagrama do sincronizador
Figura 1 – Diagrama do sincronizador | Clique na imagem para ampliar |

 

Na figura 2 damos a nossa sugestão de placa de circuito impresso para esta montagem.

 

   Figura 2 – Placa de circuito impresso para a montagem
Figura 2 – Placa de circuito impresso para a montagem | Clique na imagem para ampliar |

 

Para os que quiserem realizar a montagem em ponte de terminais, a disposição dos componentes é mostrada na figura 3.

 

   Figura 3 – Montagem em ponte de terminais
Figura 3 – Montagem em ponte de terminais | Clique na imagem para ampliar |

 

Além dos cuidados normais com polaridade de componentes e posição de transistores, fazemos a seguir algumas recomendações adicionais principalmente sobre equivalências.

O transformador usado é de 12 + 12 l/ ou mesmo 9 + 9 V (já que após a retificação e a filtragem por C3 a tensão sobe) com corrente de pelo menos 200 mA.

O primário deve ser de acordo com sua rede.

Os transistores admitem equivalentes como os BC237, BC238, etc.

Na verdade, qualquer NPN de uso geral pode ser empregado sem problemas, desde que tenha ganho superior a 100.

Os capacitores eletrolíticos devem ter tensão de trabalho de pelo menos 16 V e seus valores podem ser experimentados conforme os tempos desejados.

O relé é tipo DIL com dois contatos reversíveis para 2 A, mas relés equivalentes de 12 V podem ser experimentados.

O importante é que o relé tenha uma bobina de pelo menos 150 ohms, para poder ser acionado pelos transistores com uma corrente que não os sobrecarregue.

O potenciômetro de ajuste também pode ser alterado. Se Q1 tiver um ganho suficientemente alto, este potenciômetro pode ter valores maiores, como 220 k ohms ou mesmo 470 k ohms.

Com isso, podemos obter intervalos maiores sem precisar aumentar C2.

Os resistores são todos de 1/8 ou 1/4 W e os diodos são de uso geral para D1 e retificadores para D2 e D3. Usando os 1N4002 para todos, o leitor não terá problemas de funcionamento.

 

PROVA E USO

O sincronizador deve ser ligado em paralelo com o controle manual do projetor, como mostra a figura 4.

 

   Figura 4 – Modo de ligação
Figura 4 – Modo de ligação | Clique na imagem para ampliar |

 

Depois de providenciar esta conexão, ligue o projetor e também o sincronizador à rede de alimentação.

Antes de acionar o projetor, ligue S1 do projetor. Você deverá ouvir periodicamente estalidos do relé (coloque P1 no mínimo), indicando que ele está funcionando.

Depois é só fazer a ligação do projetor e verificar se ele funciona de acordo com o esperado.

Altere os capacitores, se quiser outros intervalos de tempo.

Com o sincronizador desligado, o controle manual funciona normalmente.

Por este motivo você pode fazer uma derivação permanente para ligar ao sincronizador.

 

Q1, Q2 - BC548 ou equivalente - transistores NPN de uso geral

D1, D2, D3 - 1N4002 ou equivalentes diodos de silício

K1 - relé para 12 V

S1 - Interruptor simples

P1 -100 k ohms - potenciômetro

R1 - 8,2 k ohms x 1/8 W - resistor (cinza, vermelho, vermelho)

R2 - 4,7 k ohms x 1/8 W - resistor (amarelo, violeta, vermelho)

R3 - 1 k ohms x 1/8 W - resistor (marrom, preto, vermelho)

C1 - 47 uF - capacitor eletrolítico

C2 - l 000 uF - capacitor eletrolítico

C3 - 220 uF - capacitor eletrolítico

T1 - Transformador com secundário de 12 + 12 V ou 9 + 9 V x 200 mA ou mais e primário de acordo com a rede local.

Diversos: placa de circuito impresso ou ponte de terminais, caixa para montagem, cabo de alimentação, fios, solda, etc.