Este artigo tem valor histórico. Escrevi em 1966 quando as células solares ainda eram pouco eficientes e caras não sendo usadas em outras aplicações senão como sensores ou para gerar pequenas quantidades de energia. Vejam como eu já pensava à frente, falando de coisas que hoje já existem. Mantive o texto original, com algumas pequenas alterações.

A maior fonte de energia conhecida, e à nossa disposição, é sem dúvida a estrela mais próxima de nós, o sol.

Toda a vida na terra depende dele, diretamente ou indiretamente da luz que nos envia.

As plantas só conseguem sintetizar os alimentos com a ajuda da luz solar, enquanto os animais só vivem comenda plantas ou outros animais.

A quantidade de energia que incide sobre a terra é fantástica, o que tem atraído a um bom tempo a atenção do homem, preocupado em resolver o problema do esgotamento das fontes naturais não renováveis de energia.

Muitos métodos foram desenvolvidos para aproveitar a energia irradiada pelo sol, mas todos são muito caros e pouco eficientes.

O mais conhecido, e talvez o mais antigo, consiste no uso de espelhos côncavos capazes de concentrar a luz em um único ponto que então se aquece atingindo temperaturas elevadíssimas.

Dependendo do tamanho do refletor e, portanto, da quantidade de energia colhida pode-se ter calor suficiente para derreter um pedaço de ferro.

No Japão foi apresentado recentemente um fogão solar de uso doméstico que possui no ponto de concentração da luz (foco) um recipiente para cozinhar arroz.

O sistema é útil apenas quando há muito som, pois bastará uma nuvem ou que o tempo esteja nublado para que ele não funcione. Além disso, o seu preço não é dos mais compensadores.

Existe ainda o projeto de um grande refletor que aqueceria uma caldeira com água. O vapor sob pressão seria usado para movimentar geradores de eletricidade.

 

Já existem um gigantesco gerador solar que aquece tubos com óleo que são levados a um sistema que aquece água gerando energia. O sistema tem capacidade de fornecer energia para uma pequena cidade, funcionando num deserto dos Estados Unidos.

 

O problema maior é a necessidade de se guardar a energia para usar à noite o que exigiria o uso de bancos de baterias.

Um segundo processo que para ser o mais eficiente e também o mais caro (Na época) é a bateria ou célula solar.

A pilha solar (célula solar) é um dispositivo semicondutor capaz de converter energia luminosa (luz) diretamente em eletricidade (energia elétrica).

Uma das grandes vantagens deste dispositivo sobre os refletores é que ele sendo plano, facilita sua instalação em painéis. As naves espaciais e satélites já usam amplamente esses dispositivos como fonte de energia.

Uma usina geradora de energia elétrica com tal tipo de dispositivo, hoje ainda seria muito cara.

Mais eficientes que todos os métodos anteriores, mas ainda não desenvolvido é o que imitaria as própria plantas usando a clorofila. Já usado pela natureza há milhões de anos, foi aprovado pela sua eficiente nas plantas. (Estudos atuais estão levando a possibilidade de se obter energia elétrica da clorofila.)

Quando recebe a luz solar, a clorofila libera elétrons que são não entram nas reações químicas que ocorrem. Seria muito interessante criar algum mecanismo que os captasse e os usasse na forma de corrente para alimentar um circuito externo.

Quem sabe um dia conseguiremos. Uma floresta, além de nos fornecer o oxigênio que precisamos para viver, também nos daria a eletricidade que precisamos para nossos aparelhos.

 

Escrito em 28/1/1966

Reeditado em 2018