Alguns pesquisadores notaram que os sinais de um servidor comum de rede Wi-Fi sofrem flutuações na presença de objetos que se movem, exatamente como um radar em que o efeito Doppler faz com que ocorram alterações de frequência na reflexão de objetos móveis. Dessa observação pode sair uma nova aplicação para os roteadores que podem ser no futuro usados como detectores de presença.

Qualquer sinal de rádio ou mesmo sonoro, quando reflete num objeto que se move, sofre uma alteração de frequência.

É o famoso efeito Doppler (veja mais detalhes mais abaixo) que permite que objetos que se movem, não apenas sejam detectados, como também tenham sua velocidade medida. É o princípio de funcionamento do radar e do sonoro que todos que são da eletrônica estudam.

Pois bem, não é preciso ter um transmissor com os sinais diretamente dirigidos para um ponto e sintonizados numa determinada frequência para se detectar objetos que se movem, ou seja, as perturbações que causam em sinais quando isso ocorre.

Pesquisadores notaram que o sinal de um simples roteador doméstico sofrem alterações quando objetos se movem em sua proximidade e que essas alterações podem ser detectadas.

Assim, os sinais de um roteador podem ser usados para detectar movimentos estranhos numa residência ou em outro local.

Essa ideia de se usar o roteador como um radar é bastante interessante pois praticamente todo o seu hardware poderia ser aproveitado.

Mais uma aplicação da IoT (Internet das Coisas) “embarcando” no próprio roteador uma nova função, bastante importante, por sinal.

IoT, eletrônica embarcada, ou seja lá o que vier junto, pode estar presente das mais diversas formas no nosso dia a dia, sendo imprevisível o que se pode criar neste setor.

 

O Efeito Doppler

 

Um efeito de extrema importância para algumas aplicações que envolvem sons e ultrassons e ondas eletromagnéticas é o "Efeito Doppler".

 

Para efeito de explicação vamos tomar o som como exemplo, mas o mesmo é válido para ondas eletromagnéticas, no caso do Radar.

 

Quando emitimos um som em direção a um objeto que se move, o movimento do objeto faz com que a onda refletida tenha sua frequência alterada, conforme mostra a figura 1.

 


 

 

 

De uma maneira simples de entender, podemos dizer que se o objeto se afasta da fonte emissora, conforme mostra a figura 2, as ondas emitidas são "esticadas" e o som que volta tem um comprimento de onda maior ou frequência mais baixa.

 


 

 

 

Se o objeto se aproxima da fonte emissora, as ondas refletidas têm seu comprimento "encolhido" e com isso o som que volta é mais agudo, ou seja, tem uma frequência mais alta.

Podemos perceber isso facilmente quando um carro em alta velocidade passa por nós buzinando.

Quando ele vem a buzina nos parece mais aguda do que quando ele se afasta.

No momento exato em que ele passa por nós percebemos a transição do som.

Se conhecermos a frequência do som emitido, e medirmos a freqüência do som que volta podemos determinar com precisão a velocidade do objeto em que ele se reflete.

Esse princípio, conforme o leitor poderá ver clicando em Radar é usado também com ondas de rádio, onde o Efeito Doppler também é constatado, para os radares que medem a velocidade de veículos em estradas.