Além das baterias de uso automotivo, cada vez mais se propaga o uso de baterias de menor porte e mesmo pilhas recarregáveis. São baterias chumbo ácidas usadas em carros, inversores e alimentação de emergência, baterias seladas em sistemas de iluminação de emergência e nobreaks, e pilhas e baterias de NiCad empregadas numa ampla gama de equipamentos eletrônicos.
Veja neste artigo como funcionam os carregadores de bateria e como usá-los corretamente. Para carregar uma bateria ou pilha que admita esse processo, basta fazer circular uma corrente elétrica apropriada no sentido oposto àquele que corresponde à corrente que ela fornece, conforme mostra a figura 1.

Assim, basta ligar nos terminais de uma ou mais baterias/pilhas uma fonte de alimentação com limitação apropriada de corrente e deixar a corrente fluir por um tempo determinado. Esse tempo de carga depende de diversos fatores, podendo variar entre poucas horas (para a chamada carga rápida) até 16 horas para a carga normal.
Um carregador simples de pilhas e baterias consiste portanto numa fonte que tenha uma limitação de corrente, a qual é ligada diretamente nos elementos que precisamos carregar, conforme ilustra a figura 2.

Um carregador sofisticado já consta de circuitos de temporização, con- trole da intensidade da corrente e até mesmo seleção do tipo e processo de carga, conforme o tipo de bateria que esteja sendo carregada. Alguns tipos possuem até sensores que podem perceber quando a carga da bateria está completa, desligando assim o circuito.
Circuitos
De acordo com a figura 3, o carregador mais simples consiste em um bloco retificador ligado à rede de energia através de um transformador (em alguns casos nem o transformador existe) e um resistor limitador de corrente.

Um tipo de carregador improvisado, que serve para baterias de carro é o formado por uma lâmpada limitadora de corrente e um diodo retificador, veja a figura 4.

Se bem que numa situação de emergência, ligado a uma bateria de carro, esse circuito possa fornecer energia suficiente para a partida, seu uso não é recomendado em condições normais. O que ocorre é que a maior parte da energia vai para a lâmpada e não para a bateria.
Observamos, ainda, que esse circuito deve ser usado com a bateria completamente desconectada do carro, pois os componentes sensíveis do circuito do automóvel podem ser danificados pela sua corrente e tensão. Os carregadores são diferentes conforme as baterias carregadas sejam simples ou pequenas células de NiCad, ou baterias de carro ou moto. Analisemos os dois tipos:
Carregadores de NiCad
Estes podem ter o formato mostrado na figura 5, sendo dotados de encaixes para as pilhas recarregáveis. Estes carregadores podem ser usados para carregar pilhas do tipo AAA, AA, C e D e até baterias de 9 V.

O tempo de carga é normalmente gravado na própria pilha, ficando tipicamente entre 12 e 16 horas para os tipos comuns. Um outro tipo de carregador desta família é o usado para carregar as baterias de telefones celulares que possuem um plugue para encaixar neste aparelho, conforme o tipo, ou ainda uma base onde o aparelho é apoiado durante o processo de recarga.
Também temos nesta categoria de circuito que fornece correntes entre 20 e 500 mA, os carregadores embutidos em aparelhos como telefones sem fio, notebooks etc.
Carregadores de Baterias Automotivas
Neste caso incluímos os carregadores de baterias para carros e motos que precisam de uma corrente maior de carga. Na figura 6 temos o circuito típico de um carregador econômico que pode ser usado para carregar baterias de carro em até 12 horas.

Este circuito consiste de um transformador que abaixa a tensão da rede a qual é retificada por um diodo e depois filtrada por um capacitor eletrolítico.
O resistor de 10 ohms limita a corrente de carga. Em alguns aparelhos encontramos um seletor que permite trocar de resistores neste ponto conforme desejarmos cargas lentas ou rápidas. O LED serve para indicar que a corrente está passando pela bateria que está sendo carregada. O problema mais comum deste tipo de carregador é a queima do diodo ou do transformador. Na figura 7 vemos o aspecto da montagem que não precisa usar placa de circuito impresso, dado o número reduzido de componentes usados.

Nota: Artigo publicado na revista Eletrônica Total 146 de 2010.