Como saber se um transistor está bom ou ruim? Este problema, que o montador pode enfrentar, tem uma solução simples e rápida, se ele possuir um provador de transistores. Não, não se trata de um instrumento caro! Veja neste artigo como, com poucos componentes, você pode montar seu simples, mas eficiente, provador de transistores.

O provador que descrevemos é ultra simples e fornece dois tipos de indicações: além de dizer se um transistor está bom ou não para ser usado num projeto, ele nos permite avaliar seu ganho, ou seja, sua capacidade de amplificação em duas faixas.

E, como característica adicional importante, este aparelho também fará a prova de diodos de silício e germânio (retificadores, uso geral, etc.).

Montado numa caixinha, como sugere a figura 1, este aparelho será, sem dúvida alguma, um grande auxiliar de sua bancada.

 


| Clique na imagem para ampliar |

 

 

O funcionamento exige o emprego de apenas duas pilhas pequenas, comuns, que durarão uma eternidade.

 

COMO FUNCIONA

Um transistor é um amplificador de corrente contínua. Uma corrente contínua fraca, aplicada à base de um transistor, deve resultar numa corrente mais forte entre seu coletor e o emissor, conforme mostra a figura 2.

 


 

 

 

Se a corrente de coletor for 100 vezes maior que a corrente de base, dizemos que o ganho do transistor é 100 ou ainda que ele possui um hFE = 100.

Os transistores comuns, usados nas montagens, podem ter ganhos que variam entre 10 e até mais de 1 000!

Para saber se um transistor está bom, basta então aplicar uma corrente fraca, conhecida, em sua base e verificar se a corrente de coletor corresponde ao esperado.

Ligamos então no coletor do transistor um LED, com um resistor em série, que fixe a corrente que ele deve conduzir.

Em função deste LED e do resistor, podemos então colocar na base do transistor um resistor de valor tal que para um ganho esperado, resulte na corrente que o acenda.

Assim, com um resistor de 100 k, para que o LED acenda, o transistor deve ter um ganho de pelo menos 100 vezes, e para um resistor de 27 k, um ganho de pelo menos 30 vezes.

Mas, o circuito exige ainda alguns outros recursos:

O primeiro é a reversão da polaridade das pilhas: existem dois tipos de transistores, os NPN e os PNP, que conduzem a corrente de modos diferentes, como mostra a figura 3.

 


 

 

 

A reversão para provar transistores dos dois tipos é feita por uma chave H.

Finalmente, temos que pensar num tipo de defeito que é comum nos transistores e que pode dar uma falsa indicação de bom estado. Este problema ocorre com os transistores em curto.

Se ligarmos um LED no coletor do transmissor em curto, ele acenderá mesmo que não exista corrente de base! Ele simplesmente “ignora" a corrente de base!

Por este motivo, usamos dois interruptores de pressão (S1 e S2) para fazer a ligação do terminal de base durante à prova. Assim, se antes de pressionarmos estes botões o LED já estiver aceso com o transistor em prova, é sinal que ele se encontra em curto.

 

MONTAGEM

A montagem é muito simples, já que poucos componentes são usados, conforme podemos ver pelo esquema da figura 4.

 


| Clique na imagem para ampliar |

 

 

A realização prática do aparelho numa ponte de terminais é mostrada na figura 5.

 


| Clique na imagem para ampliar |

 

 

São os seguintes os principais cuidados que você deve tomar com a montagem:

a) O LED é comum, vermelho, e sua ligação deve ser feita com o lado chato ou então o terminal mais curto conectado à chave.

b) Observe a polaridade do suporte de pilhas.

c) A chave S3 é do tipo 2 x 2 (reversível) ou H como também é conhecida. Cuidado com suas ligações.

d) Os resistores são de 1/8 W com os valores indicados.

d) Os interruptores S1 e S2 são do tipo pressão normalmente abertos, como os usados em campainhas.

f) Para a ligação dos transistores que estão sendo provados, utilize garras jacaré. Será conveniente que sejam de cores diferentes para que suas funções sejam diferenciadas:

Vermelho : emissor

Verde ou azul : base

Preto : coletor.

Terminando a montagem, o teste é simples e imediato.

 

PROVA E USO

Coloque as pilhas no suporte e ligue nas garras jacaré um transistor qualquer, seguindo sua disposição de terminais. A chave S3 deve estar na posição correspondente ao tipo: NPN ou PNP.

Se o LED já acender com a ligação do transistor é porque ele se encontra em curto.

Se não acender, pressione primeiro S2. Se o LED acender, o transistor está bom e tem ganho acima de 100. Se não acender, pressione S1. Acendendo agora, o transistor está bom e tem ganho acima de 30.

Se não acender, o transistor está ruim ou então é de tipo que deve ter ganho abaixo de 30 (os transistores da série BC, BD e BF têm todos normalmente ganhos acima de 30).

Para provar um diodo, ligue-o entre as garras C e E do provador.

Se o LED acender, passe S3 para a outra posição. O LED deve apagar.

Se o LED não acender, passe S3 para a outra posição. O LED deve acender.

Se nas duas posições de S3 o LED permanecer aceso ou apagado, então o diodo se encontra em curto. Não será preciso colocar interruptor geral ou retirar as pilhas quando o aparelho estiver fora de uso. Basta manter as garras separadas que ele estará desligado.

 

LED - LED vermelho, comum

B1 – 3 V - 2 pilhas pequenas

R1 – 27 k x 1/8 W - resistor (vermelho, violeta, laranja)

R2 – 100 k x 1/8 W- resistor (marrom, preto, amarelo)

R3 - 220 ohms x 1/8 W - resistor (vermelho, vermelho, marrom)

S1, S2 - interruptores de pressão

S3- chave reversível de 2 polos x 2 posições

Diversos: ponte de terminais, caixa para montagem, garras jacaré, fios, solda, suporte para 2 pilhas pequenas, etc.