Esse assunto tem gerado inclusive briga desde os tempos do orkut , fato que eu tenho a razão.
Antigamente só se faziam alto falantes com duas camadas na bobina. eram feitos para 3,2, 4, 6, 8 ou 16, 25 Ω e etc., enfim... tinham só duas camadas de enrolamento na bobina e pronto.
Modernamente, se fazem com 4 camadas de fio na bobina. talvez para se obter maior ganho.... São bobinas grossas pesadas e mais indutivas pelo que posso crer... mesmo assim, a dita "impedância" com que muitos batem o pé e afirmam teimosamente ser a única grandeza relevante ali é compatível...
O que ocorre: ao usar esses alto falantes em amplificadores antigos ocorrem situações as quais descrevo:
A- em amplificadores de fonte assimétrica com capacitor na saída, geralmente STKs, o som fica um espetáculo, muito ganho, muitos graves, mas com um aquecimento assustador, violentíssimo do amplificador a parecer ferro de passar no dissipador...
B- já nos de fonte assimétrica que não usam capacitor em série com o falante o resultado é "pior" ainda. não se pode abrir um pouco mais o volume, porque racha! ao invés de música temos cráác cráác tráác.
O que se passa? o amplificador convencional não se entende direito com a indutância do falante? O fator de amortecimento do amplificador torna- se inútil ante a suposta tensão gerada pelo retorno do cone? O amplificador acaba interpretando o falante como se fosse um curto? Como são então os amplificadores modernos feitos para esses falantes? qual a diferença que existe entre ambos e o que poderia ser feito, ( se há
solução) para compatibilizar as coisas? já experimentei capacitor em serie e "ajudou" um pouco. qdo vou testar um alto falante para um cliente, geralmente de automóvel, 4 Ω, ponho em serie com ele um grande resistor de fio de 2R2, senão nem é possível ouvi- lo.
Resposta:
Os alto-falantes modernos usam uma tecnologia de construção totalmente diferente. São usados imãs muito mais poderosos e o formato da bobina concentra melhor as linhas do campo magnético de modo a se obter maior concentração das linhas de força.
Isso faz com que eles sejam capazes de reproduzir uma faixa muito mais ampla de frequências chegando aos graves mesmo com cones menores. O resultado disso é um deslocamento da frequência de ressonância que se reflete quando usamos amplificadores antigos.
Os amplificadores antigos possuem bootstraps que mantém a impedância do circuito em função das características dos alto-falantes antigos, onde a ressonância e, portanto, a impedância é dada geralmente para a 1 kHz. Para estes alto-falantes muda tudo daí o comportamento estranho sobrecarregando os circuitos ou ocorrendo distorções.
Uma possibilidade importante seria analisar o circuito amplificador a ser usado, analisar a curva de resposta do alto-falante moderno e eventualmente alterar o boostrap (capacitor e resistor na saída) para as novas características.
Veja que, não casando as características a energia que deveria ser convertida em som não vai para o alto-falante e aí temos o aquecimento constatado pelo leitor.