Muitos leitores possuem mecanismos de toca-fitas ou tape-decks em bom estado ou ainda toca-fitas de automóveis que não tem a parte eletrônica funcionando normalmente. Podemos aproveitar estes mecanismos num sistema de som auxiliar, usando qualquer amplificador, ou ainda para passagem de fitas para outras mídias, desde que na sua entrada seja utilizado o circuito que propomos neste artigo.

Obs. O artigo é de 1992, mas pode ser importante para aqueles que possuem gravações em fitas e desejam recuperá-las, passando para outras mídias como, por exemplo, Cds.

Com apenas um circuito integrado especial, podemos ter um excelente pré-amplificador para cabeças gravadoras, com ganho suficiente para excitar a maioria dos amplificadores de áudio comum.

Com ele podemos usar qualquer mecanismo de toca-fitas para excitar um gravador estéreo comum obtendo assim, um excelente sistema de som auxiliar.

Na verdade, se o leitor possui um toca-fitas cuja parte eletrônica não funciona mais, poderá adaptá-lo, usando em lugar do circuito original este pré-amplificador estéreo adicional.

Com alimentação de 13,2 V poderemos usá-lo tanto no carro como em casa, com uma fonte apropriada.

Bastante simples em vista do número reduzido de componentes e do integrado de alto ganho, o único cuidado exigido no projeto é em relação ao layout e caixa que deve ser blindada para se evitar instabilidades e captação de zumbidos.

 

CARACTERÍSTICAS

Tensão de alimentação: 9 a 13,2 V

Resistência de entrada: 100 k ohms (tip)

Corrente de consumo: 4 mA (tip)

Distorção harmônica total: 0,1% (tip)

Resistência de carga: 10 k ohms

Ganho de tensão sem realimentação: 80 dB (tip)

Ganho de tensão com realimentação: 35 dB (tip)

Cross Talk: -65 dB

 

COMO FUNCIONA

O circuito integrado LA3160 é fabricado pela Sanyo e consiste num duplo pré-amplificador para cabeças gravadoras em invólucro DIL conforme mostra a figura 1.

 

Figura 1 – O LA3160
Figura 1 – O LA3160

 

No nosso circuito C3 e C4 fazem o acoplamento do sinal da cabeça gravadora a entrada do pré-amplificador. Como os amplificadores com equalização NAB (para cabeças gravadoras) possuem um alto-ganho no extremo inferior da faixa de freqüências, o ruído do Cl também reforçado como ruído de saída.

Desta forma, estes capacitores devem ser os menores possíveis que permitem uma operação sem cortar o extremo inferior da faixa. Para aplicações comuns o fabricante recomenda valores entre 4,7 e 10 uF nesta função.

Os capacitores C5 e C6 são de realimentação e determinam a freqüência inferior de corte. Estes capacitores dependem também da velocidade da' fita. O fabricante recomenda o valor de 47 uF como normal para a maioria das aplicações práticas;

C7, R3 e R5 no canal A e C8, R4 e R6 no canal B, determinam a resposta de freqüência e equalização do pré-amplificador. Para a operação com equalizador NAB, temos a tabela 1 de características obtida pelo fabricante.

 

Tabela 1
Tabela 1

 

 

A finalidade de C11 é servir de filtro para a linha de alimentação. Este capacitor deve ficar o mais próximo possível do pino de alimentação do integrado.

Os capacitores C9 e C10 são de acoplamento do sinal ao circuito externo, passando por R7 e R8 e pelo controle volume (P2).

P1 é o controle de balanço.

Os capacitores C1 e C2 são de proteção do circuito contra pulsos de tensões elevadas que podem ser gerados na forma de transientes dos circuitos de um carro como, por exemplo, ignição.

Se esta for a aplicação do aparelho, estes capacitores devem ser usados.

N a figura 2 temos alguns circuitos possíveis sugeridos para a interligação entre os pinos 2 e 3 no canal A entre os pinos 6 e 7 no canal B. Veja que R1, R2, C5 e C6 são mantidos com valores dados pela tabela.

 

Figura 2 – Equalizações possíveis
Figura 2 – Equalizações possíveis

 

 

MONTAGEM

Na figura 3 temos o diagrama completo de nosso pré-amplificador básico.

 

   Figura 3 – Diagrama do pré-amplificador
Figura 3 – Diagrama do pré-amplificador

 

 

Nesta figura são mostrados os dois canais, já que o circuito integrado é duplo, havendo fonte única para sua alimentação.

A placa de circuito impresso e mostrada na figura 4.

 

   Figura 4 – Placa para a montagem
Figura 4 – Placa para a montagem

 

Observe a necessidade de fios blindados tanto na entrada como na saída de sinal.

Se o amplificador for instalado na mesma caixa não precisamos de jaques para saída mas sim de um simples fio blindado interconectando as placas que devem ter um terra comum. Pode até ser feito um projeto de placa única para esta finalidade.

Os capacitores eletrolíticos devem ter uma tensão de trabalho de 16 V ou mais de dissipação. Os capacitores menores podem ser de poliéster ou cerâmicos. P1 .é um potenciômetro logarítmico duplo.

Na figura 5 temos uma sugestão de controle de tonalidade feito com um potenciômetro duplo.

 

   Figura 5 – Controle de tonalidade
Figura 5 – Controle de tonalidade

 

É claro que esta opção será indicada se o amplificador usado não possuir controle de tonalidade.

 

PROVA E USO

Para provar, basta ligar o circuito a uma boa fonte de 13,2 V ou mesmo 12 V com corrente de pelo menos 2 A, pois também devemos alimentar o mecanismo do toca-fitas. Urna excelente filtragem deve ser prevista principalmente em função do ruído gerado pelas escovas do motor.

Se houver possibilidade até recomendamos que a fonte do motor do toca-fitas seja separada.

O amplificador for alimentado pela mesma fonte deve ter potência compatível.

Ligue o amplificador na saída do pré-amplificador e ajuste seu volume.

A reprodução deve ser normal e os controles devem atuar normalmente, experimente.

Estando tudo em perfeito funcionamento, instale o sistema em caixa definitiva. Se houver roncos ou ruídos verifique blindagens e aterramentos.

Se o toca-fitas estiver muito tempo fora de uso, uma boa limpeza, principalmente das cabeças gravadoras deve ser feita.

Um som baixo e grave, indica que as cabeças estão sujas. Se houver problemas de sensibilidade, verifique também o posicionamento das cabeças do toca-fitas.

 

CI-1 - LA3160 - circuito integrado

P1 - 20 k ohms ou 22 k ohms - potenciômetro

P2 - 20 k ohms ou 22 k ohms – potenciômetro log duplo

C1 e C2 - 1 nF - capacitor cerâmico ou de poliéster

C3, C4, C9 e C10 - 10 uF x16 V capacitores eletrolíticos

C5, C6 e C11-47uFx16V- capacitores eletrolíticos

C7 e C8 - 33 nF (ou 15 nF para gravadores cassete) capacitores cerâmicos ou de poliéster

R1 e R2 - 100 ohms - resistores (marrom, preto, marrom)

R3 e R4 - 2,7 k ohms - resistores (vermelho, violeta, vermelho)

R5 e R6 - 100 k ohms - resistores (marrom, preto, amarelo)

R7 e R8 - 510 ohms - resistores (verde, branco, marrom)

R9 - 1 kohms - resistor (marrom, preto, vermelho)

Diversos: placa de circuito impresso, caixa para montagem, fios blindados, etc.