Em artigos anteriores relatamos muitas descobertas e avanços da tecnologia relacionados com os seres vivos, incluindo o homem. Sensores implantáveis, nano-robôs e sistemas de comunicação direta com o cérebro são alguns exemplos de coisas fantásticas que estão chegando. De fato, passando de um interfaceamento discreto à longa distância onde o homem apenas manuseava botões agora os equipamentos estão cada vez mais próximos de nós e mesmo entrando em nosso organismo.

 

Celulares que se comunicam com você lendo os movimentos de seus olhos ou percebendo seus mínimos movimentos são exemplos, mas a coisa está indo além passando para o mundo animal e vegetal.

Depois da Internet das Coisas (IoT – Internet of Things), já se fala em Internet das Pessoas (IoP – Internet of People) e Internet dos Bichos...

Chips implantados em vacas monitoram sua posição no pasto, e muito mais.

Mas estão indo além com a Internet das Plantas ou dos Vegetais (IoV – Internet of Vegetables), usando plantas como sensores, ou ainda para se comunicar conosco e com nossos equipamentos revelando coisas extraordinárias. Já escrevemos de forma mais profunda sobre isso em artigos que ensinam a montar circuitos para pesquisar reações de plantas.

De fato, há muitos anos atrás um pesquisador americano chamado Cleve Backster fez pesquisas no sentido de mostrar que as plantas possuem órgãos sensoriais, tendo publicado na época um livro de grande sucesso “A Vida Secreta das Plantas” em que detalhava a possibilidade de plantas comuns terem muito maior sensibilidade do que pensávamos, inclusive ao ponto de reconhecer seus “donos”.

Muito exagero na época, mas os pesquisadores tão agora descobrindo coisas fantásticas que podem levar plantas a atuarem como verdadeiras interfaces sensoriais para equipamentos eletrônicos, por exemplo, IoT (Internet das Coisas, e das plantas) e muito mais.

De fato, pesquisadores de uma universidade americana mostraram que as plantas possuem sistemas sensores que podem perceber variações de luz e de clima de uma forma muito sensível indicando quando a própria planta deve mudar seu metabolismo. Da mesma forma existem sensores que detectam sensíveis modificações ambientes, por exemplo, ligadas à mudança de clima, chegada de chuva e muito mais. Isso está levando a possibilidade de se criar interfaces eletrônica em que os sensores seriam plantas com características especiais.

Imaginem a possibilidade de você ter um vasinho de planta em sua casa ligado a uma aplicação IoT (ou IoV?) sem fio que lhe envia um whatsapp quando alguém que ela não conhece entra em sua casa... Ou ainda deixar sua própria plantinha no vaso cuidar das janelas fechando-se quando perceber que chuva está chegando, ou que está escurecendo.

E indo além, lhe enviar uma mensagem pelo celular quando você está voltando para casa avisando que sua mulher está de mal humor.

E mais que isso, se você fizer algo errado perto de você estará a plantinha inocente do vaso ao lado registrando tudo e informando pelo whatsapp sua mulher...

Logo as plantas vão se interar com o mundo da tecnologia de uma forma que vai torná-las parte de nosso vida, verdadeiros “pets”, que podem fazer muitos coisas, menos andar...

Mais que isso, podemos pensar em simbiose, um dos temas da biônica que envolve a colaborações direta entre criaturas, no caso as plantas e os seres humanos num organismo único interfaceado por tecnologias eletrônicas.

Cuide bem de sua planta, logo ela vai ser muito mais sua amiga do que você possa estar pensando.

(*) A versão original deste artigo saiu numa revista Novitá em 2012, mas atualizamos, com novas descobertas desde então e certamente, a cada dia teremos mais e mais novidades neste campo.

 

Cleve Backster – Autor de A Vida Secreta das Plantas
Cleve Backster – Autor de A Vida Secreta das Plantas