Um dos problemas que afligem muitos técnicos é identificar os terminais de um transistor desconhecido, retirado de um equipamento que não funciona, ou ainda adquirido e guardado para ser usado depois de muito, quando já nos esquecemos do que se trata. Nesse artigo mostramos como podemos identificar os terminais de um transistor bipolar NPN ou PNP usando um multímetro comum.

Um multímetro comum do tipo analógico pode ser um recurso de extrema eficiência na identificação dos terminais de emissor (E), coletor (C ) e base (B) de um transistor comum.

Basta termos certeza de que a ponta de prova positiva desse multímetro esta conectada ao pólo positivo da bateria interna nas medidas de resistência que tudo está resolvido.

Utilizamos então um multímetro comum na escala OHMS x10 ou OHMS x1 e procedemos conforme a seguinte seqüência.

 

1. Meça a resistência entre os terminais do transistor, dois a dois, invertendo a posição da ponta de prova, conforme mostra a figura 1. Os dois terminais em que a resistência for alta nos dois sentidos já permite identificar o coletor e o emissor. Isso significa que, o terminal que sobrou é com certeza a base. Já podemos anotar isso. Passamos então à prova que nos permite determinar o coletor e emissor, mas antes se o transistor é NPN ou PNP.

 

 

Medida da resistência entre os terminais, dois a dois.
Medida da resistência entre os terminais, dois a dois.

 

2. Coloque a ponta de prova vermelha no terminal identificado como base. A ponta de prova preta será então conectada a qualquer um dos outros dois terminais. Se a resistência lida for alta (algumas dezenas ou centenas de milhares de ? ou mesmo meg?) é porque o transistor é PNP. Se for baixa, menor do que 10 k ?, é porque o transistor é NPN. A figura 2 mostra como fazer essa prova.

 

Verificação se o transistor é NPN ou PNP.
Verificação se o transistor é NPN ou PNP.

 

 

3. Passamos agora a identificar os terminais de coletor e emissor, já que conhecemos o terminal de base. Se o transistor for NPN, coloque a ponta de prova vermelha na base. Se for PNP, coloque a ponta de prova preta na base. A seguir, meça com a outra a ponta a resistência nos dois terminais restante, anotando os valores. A resistência entre a base e o emissor será um pouco mais baixa do que a resistência entre base e coletor. Essa resistência poderá ficar entre algumas centenas de ? e alguns milhares de ?, para os transistores comuns. A figura 3 mostra o procedimento.

 

Identificação do coletor e do emissor do transistor.
Identificação do coletor e do emissor do transistor.

 

Se nessas duas últimas provas, onde deveríamos encontrar resistências baixas, forem encontradas resistências altas é sinal que o transistor se encontra aberto. Se forem encontradas resistências muito baixas, onde deveriam ser encontrados valores altos, é sinal que o transistor se encontra em curto.

Também pode ocorrer que os valores lidos não coincidam de modo algum com os esperados nesse teste. Nesse caso, o componente não é transistor bipolar comum. Pode ser um FET, um SCR, um regulador de tensão ou qualquer outro componente eletrônico.

Esse teste se aplica a transistores NPN e PNP de pequena potência, baixa freqüência ou RF, média potência, comutadores, média e alta potência e Darlingtons.

 

 

Leia mais:

* Artigos da seção de instrumentação que tratam do multímetro

* Conheça os Transistores Bipolares (ART430)

* Medindo tensões num transistor (INS079)

* Provador de Transistores (ART028)