SISTEMAS BÁSICOS DE ALIMENTAÇÃO (Feeders)
A linha de transmissão utilizada para acoplar o transmissor à antena é, as vezes, denominado de alimentador (feeder). Devido a que dois tipos de linhas de transmissão podem ser utilizadas (ressonante e não-ressonante),os métodos de alimentação podem ser divididos em duas classes: sintonizado (ressonante) e aperiódico (não ressonante).
Ambos os tipos de linha de transmissão utilizam meios de acoplar o transmissor a linha, meios de acoplar a linha a antena (incluindo-se, se necessário, um dispositivo casador de impedância) e a antena propriamente dita.
Acoplamento transmissor para linha
Em uma linha aperiódica a ROE é de 1,5 ou menor, e a linha é considerada como apropriadamente "terminada". Para uma alimentador de um simples fio, podem ser utilizados dois tipos de acoplamento do transmissor, como se observa na figura 1. Na posição (A) a linha é acoplada capacitivamente a uma derivação na bobina do circuito de saída do estágio final do amplificador de RF. A derivação é ajustada para a transferência máxima de potência. Se bem, este método tenha a vantagem da simplicidade, produz uma grande quantidade de harmônicos.
Na posição (B) é utilizado um acoplamento de baixa impedância para transferir a energia de RF para a antena. As bobinas que formam o enlace (link) (L2 e L3) podem ser ligadas a uma seção de baixa impedância da linha. Isto permite que a linha de transmissão possa ser instalada a uma certa distância do transmissor. Este método é relativamente simples e eficiente, sendo reduzida a irradiação de harmônicas.
O acoplamento utilizado com sistemas de dois fios dependem em parte se o transmissor tem saída simples ou em balanço (push-pull). Também depende da impedância de entrada do alimentador de dois fios.
Se a impedância é baixa e o circuito de saída é simples (não equilibrado) pode-se utilizar o circuito da figura 1C. Na posição (D) temos uma disposição mais flexível. Este circuito de ligação permite acoplamento a um alimentador de dois fios, de alta ou baixa impedância, desde um circuito de saída de terminação singela.
Quando o circuito de saída do transmissor é balanceada, os alimentadores de dois fios podem ser acoplados capacitivamente ao "tanque" de saída, como se pode apreciar na figura E. Este método é usualmente usado com linhas abertas de dois fios. Na figura F temos um enlace para saída balanceada. As derivações devem ser simétricas em relação a derivação central da bobina.
Transmissor acoplado a linhas sintonizadas
Se é utilizada uma linha de transmissão ressonante, o tipo de acoplamento depende se a impedância de entrada de linha é equivalente a um circuito ressonante série ou ressonante paralelo. O circuito A da figura 2 é utilizado com uma linha que apresenta uma impedância baixa ao transmissor. O enlace extra é para reduzir a irradiação de harmônicos desde a antena.
Uma disposição que poderá ser utilizada tanto para linhas sintonizadas série ou paralela é mostrado na figura 2B. Neste circuito o enlace reduz a irradiação de harmônicos a um mínimo. A exceção do enlace os circuitos da figura 2A e B são idênticos.

Disposição de acoplamento em "Pi"
A disposição em "Pi" é muito versátil e pode ser usada em linhas sintonizadas ou não. Também pode ser usada em circuitos amplificadores do estágio de saída, balanceados ou não em um ampla faixa de impedância de linha. Na figura 3A temos um circuito para acoplar um alimentar de fio singelo. Para um alimentador de dois fios usa-se um dispositivo "Pi" duplo, como se vê na figura 3B.

MÉTODOS DE ALIMENTAÇÃO
Condições de linha
Certos fatores devem ser levados em consideração, com relação a_ linha de transmissão, entre o circuito de acoplamento entre transmissor e antena. Estes fatores se aplicam nos dois casos; linha sintonizada e linha não sintonizada e dizem respeito a minimização das perdas por radiação, nas linhas.
Uma perda mínima de radiação é obtida quando os campos ao redor dos dois fios que formam a linha, são idênticos, porém, de fase oposta, pois assim, se anularão mutuamente. Nestas condições, se diz que a linha está "balanceada". Se a linha não está balanceada, podem ocorrer grandes perdas por radiação. A perda por radiação é diretamente proporcional a porcentagem de não balanceamento da linha. As causas mais comuns de não balanceamento das linhas são:
a) Extensão ou separação diferente, dos fios
b) Carga diferente nos dois fios. Isto pode ser a antena ou o acoplamento entre um dos fios e superfícies condutores próximas c) Curvas muito agudas na linha de transmissão. Existem vários métodos para balancear as diferentes linhas de transmissão. Linhas abertas e par de linhas blindadas, têm dimensões constantes. Se a linha tem o comprimento de 1 onda é, geralmente, balanceada. Se for utilizada uma linha aberta de extensão maior de 1 comprimento de onda, blocos isolantes de transposição podem substituir os espaçadores. A posição dos fios é invertida em intervalos regulares por meio destes blocos (figura 4A). Isto permite balancear a linha com relação a terra e objetos próximos.
As propriedades de uma seção de linha com 1/4 de onda de comprimento podem ser utilizadas para balancear correntes desiguais nas linhas de transmissão. A seção balanceadora, utilizando uma extensão de linha coaxial recebeu, nos tempos da II Guerra Mundial, o apelido de "bazuca" (figura 4B), que se mantém até hoje, se bem que outras disposições surgiram e que levam o nome de seus autores. A função deste balanceadora de 1/4 de onda serve para igualar a impedância do condutor externo a impedância do condutor interno. Se o desequilíbrio não alcança 10%, pode-se considerar a linha balanceada para todas as aplicações práticas.

Alimentação da antena
Dois fatores importantes devem ser levados em consideração sobre esta questão. Uma antena, no ponto de ressonância, tem ondas estacionárias, apresentando várias impedâncias ao longo de sua extensão. Para uma transferência máxima de energia a impedância no extremo de saída da linha deve "casar" com a impedância de entrada da antena, naquele ponto. Assim, um fator a ser considerado é a impedância da antena. Outro fator é o tipo de antena a ser utilizado. Os métodos de "alimentação" podem ser divididos em duas classes: sintonizado e não-sintonizado (ou aperiódico), correspondendo as duas categorias de linhas de transmissão. Se a extensão não ultrapassa 1 comprimento de onda, uma linha ressonante opera com eficiência relativa. Se a extensão ultrapassa 1 comprimento de onda, uma linha "casada" deve ser utilizada.
Métodos de alimentação sintonizados
Se bem que uma linha ressonante possa ter a mesma construção de uma linha aperiódica, ondas estacionárias estão presentes no tipo ressonante. Se ondas estacionárias estão presentes na antena, com relação ao transmissor, a antena pode ser considerada como uma extensão da linha de transmissão.
Para todos os efeitos práticos existem, dois pontos onde uma linha ressonante pode ser usada para alimentar uma antena de 1/2 onda. Os pontos de alta impedância ocorrem nos extremos da antena, o ponto de mais baixa impedância ocorre no centro da antena. Lembrar que estamos tratando de uma antena de 1/2 onda. Se a antena é de 1/2 onda na frequência de operação, picos de tensão ocorrem nos extremos e pico de corrente ocorre no centro. Se a antena é alimentada em um dos extremos é um ponto de alta impedância, de aproximadamente 2500 Ohms. Em qualquer ponto que seja pico de tensão a impedância será, aproximadamente, esta. Se alimentada ao centro, a impedância é baixa (cerca de 73 Ohms) que também é um pico de corrente neste caso.
Uma linha de extremo aberto, ressonante, pode ter números pares ou ímpares de 1/4 de onda. Se tem um número ímpar de 1/4 de onda, atua como transformador de impedância. Se número par, possui a mesma impedância à entrada e à saída. Qualquer um destes tipos pode ser ligado ao centro ou extremo de uma antena de 1/2 onda.

As quatro possíveis combinações de alimentação para antenas de 1/2 onda, com linhas sintonizadas, podem ser apreciadas na figura 5. Na posição A, a antena é alimentada no centro. A curva de impedância para este tipo mostra que a impedância da antena Za é baixa neste ponto. A impedância de saída da linha (Zt) também deve ser baixa. Como a linha utilizada tem uma quantidade ímpar de 1/4 de onda, uma impedância baixa de saída resulta em uma impedância baixa de entrada. Isto determina o tipo de acoplamento entre transmissor e linha. Um circuito ressonante série é usado para proporcionar o casamento de baixa impedância. A disposição da figura 5A é também chamada de "alimentação em corrente", porque o ponto de alimentação efetua-se em um pico de corrente.
Na figura 5B a antena é alimentada no extremo, em um ponto de alto Za. Para obter um alto Zt a linha com comprimento par de 1/4 de onda é acoplado ao transmissor por meio de um circuito ressonante paralelo de alta impedância. Este tipo de acoplamento produz condições de linha não-balanceada. Há pouca irradiação desde a linha, desde que a antena tenha extensão física ressonante. Uma antena com extensão muito fora de ressonância produz muitas perdas de irradiação.
A antena, de 1/2 onda alimentada no extremo é mais comum. No passado recebeu o nome de Zeppelin. Hoje, novos nomes, novas disposições (basicamente o mesmo circuito) dominam o "jargão literário", porém, a Zepp ainda é, verdadeiramente a antena original, como se acaba de descrever aqui.
Comparando-se, uma antena com alimentação central é melhor disposição que alimentação no extremo (Zepp). No método de alimentação central, os lados da antena, em relação a linha de alimentação, devem ter extensões idênticas. Mesmo que a antena não seja ressonante, a linha permanece próximo a condição de balanceamento, havendo pouca perda por irradiação. A simetria do método de alimentação central permite que a antena possa ser utilizada em uma ampla faixa de frequência, por não precisar estar próximo do ponto de ressonância para evitar perdas na linha por radiação.
A antena de alimentação central, utilizando uma linha sintonizada com um número ímpar de 1/4 de onda pode ser apreciado na figura 50. A particularidade desta disposição de extensão de linha é sua ação transformadora de impedância. Uma impedância baixa nos extremos dos terminais de saída reflete-se como impedância alta nos terminais de entrada. A antena na figura 5C, é alimentada em um ponto de baixa impedância. A alta impedância resultante, refletida no extremo de entrada torna necessário a utilização de um circuito de alta impedância, ressonante em paralelo, para acoplamento ao transmissor. Se a mesma linha for utilizada por alimentação no extremo da antena, como se vê na figura 5C a alta Za é refletida como impedância baixa de entrada. Por esta razão, utiliza-se um circuito de ressonância em série para acoplar ao transmissor. Como na figura 5B a alimentação no extremo produz uma linha não balanceada que deve ser mantida abaixo dos 10%.
Métodos de alimentação sintonizados
Generalidades
Para todos os efeitos práticos, uma linha não ressonante é definida como possuindo um RCE de 1,5 ou menos. Para obter esta relação tão baixa de onda estacionária a linha deve ser terminada em uma impedância muito próxima de sua impedância característica. A impedância da antena pode variar consideravelmente em relação a este valor e por isto, e muitos casos, um dispositivo "casador" de impedâncias deve ser inserido entre a linha e antena propriamente dita. A impedância de entrada deste dispositivo ajusta-se a impedância característica da linha e sua saída ajusta-se a impedância da antena.
Alimentação por fio simples
A alimentação por fio simples pode 19 ser utilizada como uma linha não ressonante para alimentar uma antena ressonante de 1/2 onda. Para simplicidade de construção, geralmente, não se utiliza um casador de impedâncias. A impedância característica de uma linha desta natureza varia entre 500 e 600 Ohms. Com a impedância da antena varia entre 73 no centro até 2500 Ohms nos extremos, ligando-se a linha em um ponto adequado, ao longo da mesma, pode-se obter uma adequada impedância, resultando em uma linha "linear". Este tipo de ligação é denominado de alimentação fora de centro (figura 6A).

O ponto de antena que casa, aproximadamente, a impedância característica da linha com a impedância daquela, ocorre ao redor na média de um comprimento de 1/2 onda, desde o centro da antena.
Um cuidado que se deve observar quando ligado a linha a antena é que peto menos 1/3 do comprimento de onda, estejam estes elementos em ângulo reto um com relação ao outro, para evitar o acoplamento (indesejável) da antena acoplar-se de modo impróprio a linha. O método "fora de centro" que acabamos de descrever tem aplicações limitadas porque exige um solo altamente condutivo que atua como retorno da linha para o circuito do estágio final de saída do transmissor. Este acoplamento ocorre através da capacitância antena-para-terra e exige que o circuito de "tanque" seja bem aterrado. Outra desvantagem é a perda excessiva de radiação, do fio singelo de alimentação, por não haver condutor paralelo para cancelar o campo de radiação.
Alimentação por fio trançado
Um método de emergência de alimentação central de antena de 1/2 onda pode ser apreciado na figura 6B. Utiliza uma linha dupla, torcida ou trançada, cuja impedância característica é entre 70 e 80 Ohms. A linha na figura 6B é casada a antena. Se ZO é menor que Za, os extremos da linha são afastados para poder dar o casamento correto. Isto se aplica baseado no princípio que aumentando o espaço entre os condutores da linha aumenta a impedância da antena. Este método não é muito utilizado porque podem ocorrer alta perdas na linha trançada, se não for adequada. No passado existia um fio trançado, recoberto de borracha especial, que era muito adequado para este tipo de linhas. Depois a fabricação dos mesmos foi aparentemente abandonada e, por exemplo, a Pirelli, aqui no Brasil sequer responde às consultas que se fazem sobre o assunto. No entanto, para instalação de antenas de 1/2 onda, rápidas, a linha trançada é ótima. Conseguimos "fabricar destas linhas" trançando fio flexível, ng 16 utilizando um simples processo de torção, tomando dois fios esticados em paralelo. Lamentável que não mais exista no comércio este tipo de linha de 75-80 Ohms.
Alimentação com dois fios, utilizando "casamento" delta
Um sistema popular para alimentar antenas de 1/2 onda utiliza uma linha de transmissão, balanceada, aberta. Devido às dificuldades de constrição a linha aberta de dois fios usualmente não tem uma impedância característica para casar com a impedância de entrada da antena. Uma linha, deste tipo, tem uma ZO de 400 a 700 Ohms. Se esta linha for usada para alimentar uma antena de 1/2 onda que tenha uma impedância de entrada de 73 Ohms é preciso inserir um dispositivo qualquer para efetuar o casamento. Um método semelhante ao da abertura já descrito para a linha trançada pode ser utilizado. Neste caso, denomina-se de "casador delta".


Um exemplo prático de um dispositivo delta pode ser apreciado na figura 7. O casamento delta é obtido pelo afastamento dos condutores da linha, quando se aproxima da antena. Consideremos que a linha tem uma impedância característica de 600 Ohms. A impedância no centro da antena é de 73 Ohms. Deste modo, a seção delta deve ter uma impedância de entrada de 600 Ohms para dar uma terminação adequada a linha. Partindo do centro da antena, para qualquer dos extremos, existirá uma ponto em que a impedância será igual a impedância de saída da seção delta. A seção delta será então ligada nestas distâncias, em cada lado da antena (distância a partir do centro da antena).
Do ponto de vista elétrico a seção delta é parte da antena e introduz, portanto, uma perda de radiação, que é uma de suas desvantagens. Outra desvantagem é que precisa ser utilizado um processo de "corte acerto" para determinar as dimensões "A" e "D" da seção delta (figura 7). Como (A) e (D) podem ser variados, o ajuste é difícil. A vantagem da seção delta é que permite a utilização de linhas balanceadas de transmissão. Isto significa que há pouca radiação, o que permite a existência de outras antenas próximas, com efeito mínimo. Na figura 7B podemos apreciar um grupo de antenas utilizando dispositivos delta. A esta disposição dava-se o nome de "parque de antenas" e alguns mais imaginosos denominavam de "fazenda de antenas".
Alimentação de dois fios com "casamento T"
Um método de alimentação que tem algumas vantagens sobre o método de seção delta, é o denominado "casamento T" (figura 8A). A diferença essencial entre o delta e o "T" é na configuração da seção de "casamento". Quando a antena consiste de um condutor tubular, o método "T" é fácil de ser construído em comparação com o delta. Além disto as dimensões do casamento "T' não é tão crítico como o delta.
Um desenho da aparência física de uma antena alimentada por uma linha de dois fios, com casamento "T" pode ser visto na figura 8B. Nesta disposição, são usados isoladores para suportar o conjunto e a linha 'pode ser ligada a seção de "casamento", utilizando simples terminais ou lâminas soldadas. O ajuste da dimensão "A" pode ser ajustada pelas barras designadas por (1) e (2). A perda de radiação da seção "T" é menor que na disposição delta. Porém, deve-se ter em mente que a seção "T' faz parte do sistema irradiante em não do alimentador não ressonante. Isto é importante.
Alimentação por dois fios utilizando dispositivos "J"
Outro método de alimentar uma antena ressonante de 1/2 onda é por meio de uma seção de "casamento" tipo "J" (figura 9).

Consiste o dispositivo de uma linha de transmissão alimentando uma antena de 1/2 onda, através de uma seção de 1/4 de onda curto-circuitado. Uma seção de 1/4 de onda curto-circuitado atua como transformador de impedância. No extremo aberto está presente uma impedância alta, que deve ser ligado ao ponto de alta impedância da antena. A impedância da linha é relativamente baixa quando comparada com o extremo aberto da seção de "casamento". Em consequência, as linhas são ligadas próximas ao extremo curto circuitado do dispositivo "J", com facilidades de ajuste para obter o melhor rendimento. A antena com dispositivo de casamento "J" é muito utilizada em unidades móveis onde a simplicidade de operação é importante. Cumpre fazer notar aos nossos leitores que atualmente proliferam cem antenas, senão milhares de tipos de antenas e dispositivos de balanceamento ou casamento de impedâncias. Porém, basicamente, os tipos aqui descritos são o que se poderia dizer de "solidamente" adequados para transmissão, baseados em larga experiência em condições severas de comunicações.

Alimentação de dois fios utilizando casador de pontas (stub).
Um método de alimentação que utiliza seções de uma linha de transmissão ligada a uma linha não ressonante que, por sua vez, é ligada a antena, é conhecido como "casamento de pontas". O dispositivo consta usualmente de uma seção de 1/4 de onda de uma linha aberta ou curto-circuitado, se bem que pontas mais longas podem ser utilizadas. Na figura 10 temos dois destes tipos. Na figura 10A é do tipo de pontas abertas e no 10B, de pontas curto-circuitado.
Se uma linha não ressonante de 600 Ohms é usada para alimentar centralmente uma antena de 1/2 onda, com a impedância de 70 Ohms, o dispositivo deverá ter uma impedância de entrada alta e uma impedância de saída baixa, como se vê na figura 10 A. Um extremo de.um dispositivo de 1/4 de onda é ligado aos terminais de baixa impedância da antena. Pelo que já vimo, Cima linha de 1/4 de onda atua como um transformador de impedância. A impedância ao longo destas pontas cresce até um máximo no extremo aberto. Em um ponto ao longo desta extensão a impedância casa com a impedância da linha. No caso que estamos tratando, isto ocorre a uma curta distância dos terminais de antena e a linha de transmissão as pontas nesta posição.
O dispositivo de 1/4 de onda, curto-circuitado pode ser usado, como em 10A para alimentar uma antena de 1/2 onda, no extremo. Já em 10 A a linha é ligada ao dispositivo próximo ao extremo de baixa impedância. Isto leva a um certo desequilíbrio ao carregar-se a linha de transmissão. Isto não deve exceder de 10%.
Se a linha não puder ser próxima da antena para que se possa usar dispositivos de 1/4 de onda, poderão ser usadas "pontas" mais longas. Por exemplo, pontas abertas e números ímpares de quarto de onda de extensão podem ser substituídos por pontas de 1/4 de onda, como se vê em 10A. Na figura 10B qualquer número ímpar de comprimentos de 1/4 de onda podem ser substituídos. O casamento de impedância com a linha é efetuado na última seção de 1/4 de onda do dispositivo.
O método acima descrito tem o inconveniente de limitação da frequência de operação e a antena deve estar próxima da ressonância para que funcione adequadamente. Isto é importante em antenas de alimentação central, onde o ponto de corrente de baixa impedância pode tornar-se um nodo de alta impedância. Isto deve estar presente quando se busca determinar qual o tipo de casador de impedância que se pretende usar.
Alimentação de dois fios utilizando casador "Q"
No dispositivo descrito acima a linha de alimentação é ligada a derivações na pontas e posição exata é determinada experimentalmente. O método de casamento "Q" elimina a necessidade de determinar a impedância correta, por derivações. O dispositivo de casamento "Q" é uma seção aberta de 1/4 de onda, colocado em série com uma linha de transmissão não sintonizada. Possui um impedância de entrada que casa com a impedância da linha e uma impedância de saída que se casa com a impedância de entrada da antena.
Como ZO é a impedância característica da linha e Ca, a impedância terminal da antena, teremos:

Onde Zq é a impedância característica da linha utilizada na seção de casamento. Por exemplo: se um linha de 600 Ohms é usada para alimentar uma antena com uma impedância de entrada de 70 Ohms, teremos:

Se uma seção de 1/4 de onda de uma linha com impedância característica de 205 Ohms é inserida entre a linha de transmissão e os terminais de antena, obtém-se um casamento perfeito.
A disposição "Q" permite que qualquer tipo de linha pode ser utilizada para a seção de casamento, desde que possuam a impedância necessária. A seção de 1/4 de onda de casamento pode possuir dielétrico sólido ou ar. Porém, a proporção que frequência de operação se afasta da frequência de ressonância da antena, o rendimento do dispositivo cai rapidamente.
Para diminuir este efeito a impedância pode ser "casada" em duas etapas, em lugar de uma. Isto requer duas seções de 1/4 de onda. No exemplo dado acima, uma seção de 1/4 de onda de 205 Ohms é usado para casar uma linha de 600 Ohms para uma antena com impedância de 70 Ohms. Utilizando duas seções, seleciona-se uma impedância intermediária, e a impedância característica da primeira seção é determinada pela fórmula já apresentada. Por exemplo: a primeira seção casa uma linha de 600 Ohms a uma impedância de 300 Ohms. Temos, assim:

A impedância característica da primeira seção é 425 Ohms. A impedância de entrada é 600 Ohms e a impedância de saída, 300 Ohms. A segunda seção de 1/4 de onda deve ter uma impedância de entrada de 300 Ohms e uma impedância de saída dem 70 Ohms. Sua impedância característica deverá ser:

A segunda seção poderá então ser ligada diretamente aos terminais de antena. Como foi dito anteriormente, não existem limites nos tipos de linhas utilizadas para formar uma seção de "casamento".
Alimentação por linha coaxial
Os cabos coaxiais utilizando dielétrico sólido, podem ser construídos com a impedância característica igual a impedância de entrada de uma antena alimentada no centro. Isto, sem dúvida, facilita ao extremo a questão de linhas de alimentação para antenas com alimentação central, que são, genericamente, chamadas de "double" (dublê). O condutor interno é ligado a uma das "pernas" da antena e o condutor externo (quase sempre malha metálica) é ligada a outra "perna". Esta disposição introduz um certo desequilíbrio e, por isto, é utilizado um dispositivo para restaurar o equilíbrio, denominado popularmente de "bazuca". Se o cabo coaxial não possuir a impedância que permita o casamento direto com a antena, é possível utilizar a disposição de "pontas de dois fios", Outro método é o uso de seções "Q" de linha coaxial. Também podem ser usadas linhas coaxiais abertas para alimentar a antena. Isto se utiliza muito em certos tipos especiais de transmissão.
Casamento artificial da linha
Os sistemas de casamento são utilizados porque qualquer desequilíbrio entre a linha de transmissão e antena podem ocasionar ondas estacionárias que diminuem a eficiência da transferência de energia desde o transmissor para a antena e, no caso de transmissores com semicondutores, podem até ocasionar a destruição destes. Como as linhas de transmissão tem constantes distribuídas é possível substituir estas constantes distribuídas da seção da linha, com bobinas e capacitores para obter o casamento de impedâncias. Estes métodos utilizando grupos de bobinas e capacitores denomina-se de "casamento artificial".
A principal vantagem de uma linha artificial sobre um trecho da linha de transmissão, são, na questão de casamento de impedância é o pequeno espaço ocupado pelas constantes agrupadas (bobinas e capacitores). Bobinas e capacitores, envolvidos em material a prova de intempéries podem ser instalados diretamente nos terminais de entrada da antena. O principal uso deste tipo de "linha" é baixar as frequências, onde uma seção de linha equivalente teria extensão física excessiva.
Na figura 11 temos várias linhas artificiais. Nas posições (A) e (B) são utilizadas linhas de alta impedância para alimentar uma antena que tenha uma entrada de baixa impedância. As bobinas são divididas igualmente entre os dois condutores da linha para manter o equilíbrio da mesma. Na posição "C" e "D" a linha de baixa impedância é utilizada para alimentar uma antena ressonante que tem uma impedância de entrada elevada. Neste caso também as bobinas são divididas para preservar o equilíbrio da linha, com os capacitores colocados apropriadamente como se indica na figura 11.
