A produção de potenciais elétricos na natureza, é um fenômeno generalizado e detectável. Em tudo que nos cerca, desde corpos inorgânicos a orgânicos, em maior ou menor grau. Nas plantas, a pesquisa dos potenciais tem sido motivo de estudos bastante sérios pois pode revelar coisas ainda desconhecidas a respeito do comportamento e da fisiologia vegetal.

(*) Este artigo é de 1976. Ele retrata as pesquisas de nosso amigo Max Berezovsky com que colaboramos com muitos circuitos e que na época, graças ao livro Vida Secreta das Plantas de Cleve Backster, O Dr Max já faleceu, mas deixou vários artigos importantes sobre pesquisa paranormal. Veja seu perfil no link abaixo:

 http://www.newtoncbraga.com.br/index.php/eletronica-paranormal/7912-gravacoes-digitais-paranormais-pn016 

 

A geração desta forma de energia pode ser um fenômeno de efeito secundário a uma ação mecânica, química, fisico-químico ou biológica.

Podemos encontrar tensões elétricas espontâneas na natureza, desde alguns nanovolts até milhões de volts, com produção de correntes e campos também extremos.

Na produção de energia em cristais submetidos ou não a tensões, reações químicas, bactérias, protozoários, animais, vegetais, correntes aéreas, temos uma enorme faixa de valores com relação a suas características e fins.

A energia elétrica ou é produzida secundariamente, sendo sub produto de alguma atividade, ou então por sistemas (órgãos especializados para um determinado fim); precipita reações químicas, serve de defesa para certos animais, atua na contração muscular esquelética, visceral e na atividade neuro-endócrina, produz descargas elétricas na atmosfera evitando assim a formação de granizo.

Provavelmente está também implicada em outros tipos de fenômenos ainda não explicados.

O potencial elétrico de um determinado material pode permanecer estacionário, o que caracteriza as chamadas cargas estáticas, ou ainda haver um fluxo de cargas produzindo então uma corrente elétrica.

O fenômeno depende da resistência elétrica do material e da rapidez e intensidade com que a carga se acumula.

Em biologia, o fluxo elétrico dificilmente é contínuo, podendo haver concomitância dos dois processos.

Um acúmulo de cargas condiciona um potencial que em determinadas condições é liberado sob a forma de energia cinética. Na célula viva animal ou vegetal, a produção elétrica é idêntica dependendo de reações físico-químicas que consistem no transcurso de íons de potássio (K) para fora da célula, e de só dio (Na) para dentro, quando a permeabilidade celular é alterada por um estímulo interno ou externo

 

Eletroquímica celular potencial de ação de uma fibra muscular cardíaca.
Eletroquímica celular potencial de ação de uma fibra muscular cardíaca.

 

Nos animais superiores, há tecidos especializados na produção e condução aferente e eferente do estímulo (os nervos motores e sensitivos).

Exemplo típico é o que ocorre no funcionamento do coração, onde encontramos vários nódulos geradores de estímulos e tecido condutor que carreia os estímulos até outros pontos onde eles devam atuar.

O fluxo elétrico neste caso e em outros não é contínuo mas, pulsante, regular, periódica e síncrono.

Existe ai uma organização cibernética especializada em produzir e controlar a atividade miocárdica.

Em outros casos existe produção de tensões elétricas oscilantes, irregulares, aperiódicas, como a verificada na encefalografia.

 

 

Figura 2 - Um eletrocardiograma
Figura 2 - Um eletrocardiograma

 

No caso dos vegetais inexiste, pelo que sabemos, elementos ou tecido especializado para produção, condução e efetuação de correntes elétricas.

Não foi encontrada nenhuma formação semelhante a nódulos e nervos destinados a condução e produção automática de estímulos. Contudo, considerando o seu comportamento elétrico, é como se. tivessem, o que realmente é surpreendente!

Toda atividade periódica depende de um sistema projetado com esta finalidade e que atuando sobre um efetor, visa uma determinada função. Este sistema fisico, físico-químico ou eletrônico apesar de poder não ser complexo, visa enviar estímulos ou sinais repetidos para contrair, segregar, abrir, fechar, etc., qualquer estrutura.

Na planta não conhecemos nada disso, desconhecemos para onde vão e o que fazem estes pulsos ora lentos, ora rápidos, simples ou complexos.

 

Exemplo de registro da atividade elétrica vegetal.
Exemplo de registro da atividade elétrica vegetal.

 

Ainda mais considerando que nos organismos vivos, quando temos uma atividade motora ou elétrica periódica, ela é permanente, mais ou menos contínua como, por exemplo, no caso do coração, da respiração, do cérebro, do trânsito intestinal, etc.

No vegetal, a atividade periódica é de instalação, o mais das vezes imprevisível, demorada, chegando a ocorrer com intervalo de vários dias ou semanas, com duração também variável, encerrando-se inexplicavelmente de várias maneiras.

A natureza na sua essência e nas suas leis, é econômica, não desperdiça e não comete erros. A manifestação elétrica dos vegetais é tão evidente, berrante, regular e tão precisa que certamente está ali desde que a planta é planta, milhões de anos antes que o homem descobrisse que isto não pode ser acidental. Representa uma necessidade a ser estudada, e entendida em sua plenitude.

Não pensamos que a manifestação elétrica das plantas, decorra de algum dado de sua fisiologia conhecido no sentido físico-químico, fotossíntese, circulação de seiva, abertura ou fechamento dos estômatos, deslocamento dos cloroplastos ou movimentos mecânicos.

A grande variabilidade de traçados, no sentido de se apresentarem por vezes extraordinariamente regulares, outras irregulares; o fato de manifestarem-se da mesma maneira na presença ou ausência de luz e de manterem-se, mesmo em pequenos fragmentos de tecidos, afasta radicalmente a hipótese, que isto decorra da sua fisiologia.

É tão extraordinária a atividade que, especialistas que tem tido a oportunidade de assistir as nossas experiências, diante da manifestação viva dos vegetais, procuram de qualquer maneira uma explicação: citamos o caso de um engenheiro eletrônico de uma grande empresa que quis atribuir esta manifestação a um semáforo situado a três quarteirões de distância!

Já em 1900 num trabalho pioneiro, o cientista BOSE, com poucos recursos, pro curou estudar a atividade motora e elétrica da mimosa- púdica e outros vegetais, detectando uma atividade periódica espontânea.

 

Figura 4 - Câmara Climática de Bose para registrar pulsações do vegetal
Figura 4 - Câmara Climática de Bose para registrar pulsações do vegetal

 

No estudo desta atividade empregamos um registrador de sensibilidade de 1 mV ou 10 mV.

 

Equipamento empregado pelo pesquisador Bose para o registro da atividade elétrica e mecânica do vegetal.
Equipamento empregado pelo pesquisador Bose para o registro da atividade elétrica e mecânica do vegetal.

 

 

Figura 6 - Equipamento usado pelo autor na pesquisa da atividade elétrica vegetal
Figura 6 - Equipamento usado pelo autor na pesquisa da atividade elétrica vegetal

 

A técnica consiste no emprego de dois eletrodos de prata ou aço inoxidável de mais ou menos 1 cm2 de superfície aplicados em oposição sobre os dois lados de uma folha ou outra região do vegetal.

O contacto elétrico é melhorado pela limpeza perfeita do tecido vegetal e pelo uso de soluções, gel ou pastas condutoras.

Os eletrodos também devem ser perfeitamente limpos e o contacto deve ser perfeito porque senão haverá introdução de sinais espúrios e artificiais. O sinal é conduzido a um limitador que impede a passagem de pulsos de altas tensões que como veremos podem às vezes ocorrer.

Temos a seguir um filtro que obsta a passagem de ruídos elétricos do ambiente, principalmente a interferência de 60 Hz da rede doméstica.

Adiante, temos um circuito para determinar apenas as variações de tensão e não as tensões absolutas que existem. Ocorre que sobre a tensão de determinado valor absoluto gerada pelos tecidos e pelos eletrodos, se sobrepõe as variações que nos interessam.

No nosso aparelho podemos selecionar algumas velocidades desejáveis segundo a atividade que observamos.

Quanto ao espécime que escolhemos, usamos vários tipos de plantas, optando primeiramente para os citados em trabalhos anteriores de Backster como Drascena; usamos também plantas aquáticas e ultimamente trabalhamos com o chamado pau d'água ou de ferro, que dá uma ótima resposta.

Todos eles apresentam, à grosso modo, o mesmo tipo de atividade não havendo diferenças apreciáveis. A escolha recai principalmente para plantas mais facilmente tratáveis do ponto de vista da resistência elétrica, mecânica e vitalidade.

Empregamos algumas vezes outros tipos de tecidos vegetais como frutos, raízes, sementes, também com os mesmos resultados.

Iniciamos testes com outros espécimes orgânicos, como cultura de bacilos láticos e ovos, com indício de atividade elétrica periódica. Com relação ao ovo, Backster informa ter obtido registro de batimentos mais ou menos de 160 por minuto correspondendo provavelmente as batidas cardíacas do embrião, mesmo em ovo não fecundado.

Observamos que a planta jovem e descansada, dá melhor resposta porque a atividade diminui com o tempo e com o trabalho. Logo após a colocação dos eletrodos, observamos uma redistribuição de cargas através da migração de íons o que determina o registro de uma curva inclinada que tende posteriormente ao equilíbrio.

Nos primeiros testes verificamos após aguardar algum tempo para a estabilização, um movimento errático da pena inscritora que, a principio, julgamos sem significado. Em alguns pontos houve o aparecimento de pulsos regulares que atribuímos a interferências externas.

Procuramos isolar a planta da ação de campos elétricos e eletromagnéticos colocando-a numa gaiola de Faraday feita com tela de cobre de malhas bem finas, conectada a uma boa terra, porém esses movimentos apareceram novamente.

As primeiras provas que realizamos foram para averiguar a resposta elétrica frente a estímulos mecânicos, elétricos a variações luminosas.

 

Figura 7 - Alteração dos pulsos elétricos determinada pela luz
Figura 7 - Alteração dos pulsos elétricos determinada pela luz

 

A planta se mostra como um sensibilíssimo transdutor que transforma as variações luminosas em elétricas de maneira peculiarmente própria.

Prosseguindo nossas experiências, procuramos fazer um registro prolongado para determinar as variações espontâneas.

Verificamos o aparecimento de ondulações e pulsos inicialmente de baixa intensidade e irregulares que foram se sucedendo cada vez com maior potencial e com mais constância.

 

Obtivemos assim:

1) Pulsos simples, isolados, espasmos de intensidades variáveis.

2) Pulsos simples de intensidade regular, porém de periodicidade variável.

3) Pulsos simples regulares, de periodicidade extremamente regular quase cronométrica que poderia eventualmente funcionar com sincronizadores de relógios. As frequências mais encontradas são da ordem de 1, 4 e 20 minutos.

4) Ondas compostas, complexas e isoladas.

5) Ondas compostas,.complexas, repetidas. Aqui temos formas de onda repetidas, com componentes de pulsos que lembram o sistema de modulação por pulsos ou sincronismo de TV.

6) Ondas do tipo senoidal, regulares ou amortecidas

 

Registro elétrico de pulsos de grande regularidade.
Registro elétrico de pulsos de grande regularidade.

 

 

Pulsos complexos grandes e pequenos da Drasana.
Pulsos complexos grandes e pequenos da Drasana.

 

A produção de tipos de curvas de ondas e pulsos irregulares ou periódicos por parte de planta parece espontâneo independente de qualquer estimulo ou fator conhecido que controlamos.

Ela pode ocorrer após vários dias ou semanas de espera, iniciando-se geralmente como dissemos, com pequena intensidade e irregularmente, para depois tornar-se bem regular e mais intensa.

Algumas vezes a intensidade é de tal ordem chegando a dezenas de milivolts, tirando a pena escritora do papel com violência. O traçado pode persistir por vários dias seguidos desaparecendo espontaneamente e paulatinamente.

Muitas vezes, a movimentação do eletrodo sobre a folha de alguns poucos milímetros, o choque elétrico e a alteração de luminosidade, ocasiona o desaparecimento do traçado.

Percebemos também que existem alguns pontos determinados na folha, em que se obtém com mais facilidade o registro e que o estímulo de certos locais da folha é ineficaz.

Alguns pontos produzem uma resposta negativa enquanto outros positiva (no sentido elétrico). Deveremos proximamente fazer um levantamento desses locais e elaborar um mapa similarmente ao que se obtém em acupuntura.

A sensibilidade do vegetal varia bastante de dia para dia, respondendo algumas vezes intensamente a estímulos mecânicos, elétricos ou químicos.

Outras vezes apresenta-se inerte. Em uma prova, conseguimos transferir estímulo mecânico e luminoso de um vegetal a outro, via longos filamentos frouxamente conectados.

Neste ponto queremos chamar atenção para os cuidados que devemos ter para não interpretar erroneamente as respostas introduzidas por nossa manipulação.

Estamos trabalhando com aparelhos de alta sensibilidade e que captam eles mesmos, com muita facilidade, qualquer pequena intervenção física sobre recipientes que contém a planta, pois o contacto de um material bom ou mau condutor, introduz um potencial apreciável.

Qualquer manipulação deve ser feita com registrador desligado ou então ser assinalada.

Tivemos oportunidade, de assistir, em um conhecido programa de televisão, uma gravação americana, que mostrava uma planta covarde, estrebuchando com medo de ser retalhada por uma tesoura metálica, que nada mais era um condutor que tocava o vegetal, introduzindo alguns milivolts!

Em outras série de experimentos, procuramos analisar atividade elétrica do espécime como um todo, mudando o lugar do eletrodo ou colocando pares dos mesmos, em uma mesma folha.

As diferenças de resultados referem-se, principalmente, às condições locais de condutibilidade, adaptação eletrodo-folha, e pequenas diferenças do material dos eletrodos.

Na mudança de local dos eletrodos, frequentemente, observamos durante um período maior ou menor um movimento irregular, quase que errático da pena, como que, se adaptando ao traumatismo ocasionado pela pressão, embora suave das platinas.

Quando aparecem, os pulsos regulares repetidos quase sempre são bem posteriores a colocação dos terminais de captação.

Bem no início, antes desta irregularidade, nós temos, como já vimos, uma curva de redistribuição de cargas iônicas de deslocamento gradativamente menor.

Um fato bastante interessante que observamos, foi o seguinte: numa determinada ocasião em que obtivemos uma precisa cadeia de pulsos, bem regulares, resolvemos isolar a folha da planta através do corte de pecíolo esperando que houvesse interrupção do registro.

Isto não aconteceu a regularidade persistiu. Cortamos então metade da folha, permanecendo 50% conectada ao aparelho, mantendo-se ainda o traçado.

Por fim, deixamos uma pequena porção circular de tecido do tamanho exato dos eletrodos (2 x 2 cm) ,e a atividade se manteve por 5 dias quando então foi se amortecendo até desaparecer o que correspondeu a completa desidratação e amarelecimento do espécime.

Até agora não pudemos notar nitidamente uma resposta da planta no sentido paranormal como aconteceu com Backster, que teria observado uma reação telepática do vegetal ao experimentado.

No, transcorrer de um traçado espontâneo, obtivemos com frequência pulsos abruptos e violentos, ondas majestosas e lentas sobressaindo-se à linha básica, as vezes, lisa ou denteada, mas não conseguimos relacionar isto com nenhuma mudança de condição local como luz, temperatura, trepidação mecânica ou nossa mudança de comportamento ou intenção.

No entanto, outras poucas vezes, observamos uma sinalização deste tipo que nos pareceu coincidir com uma batida de porta a distância ou apito de fábrica.

Isto não pode ser provocado artificialmente, porque a planta, evidentemente, não representa um sistema de causa e' efeito em relação aos estímulos programados e aplicados.

Mesmo em relação a choques elétricos ou picadas, a planta não dá respostas homogêneas em relação a intensidade e velocidade.

Realmente, diante de outras situações mais complicadas de entender, a planta teve um comportamento diferente em cada vez, ou reagiu como por exemplo no caso da entrada do investigador ou outras pessoas estranhas no laboratório.

No caso do pesquisador, a planta às vezes emite um pulso ou, como numa outra ocasião, inicia uma série de oscilações. De outra feita, a entrada de uma determinada pessoa interrompeu por alguns minutos o traçado de uma curva senoidal que vinha fazendo.

 

Figura 10 - Cessação dos pulsos possivelmente por entrada de pessoa no laboratório
Figura 10 - Cessação dos pulsos possivelmente por entrada de pessoa no laboratório

 

Pensamos que uma determinada resposta, depende do estado anterior à esta observação.

Existiria uma resposta evidente quando a planta estivesse num determinado estado elétrico procedendo um determinado tipo de curva, como no caso da senóide.

Assim, acreditamos porque existem períodos que podem levar dias em que a planta está praticamente "adormecida" e apresentar uma linha básica quase reta não respondendo nem mesmo a grandes provocações.

Observamos ainda outra vez uma parada de ondulações senoidais alguns instantes após tocarmos a uma certa distância um disco. As ondulações retornaram alguns instantes após cessar música.

 

Figura 11 - Possível ação de estímulo sonoro (música) sobre os pulsos
Figura 11 - Possível ação de estímulo sonoro (música) sobre os pulsos

 

Várias ideias e conclusões podemos expressar após o que apresentamos.

Evidentemente, trata-se de uma linguagem da planta no sentido de mensagem e comunicação - linguagem em si ou efeito secundário de um sistema de comunicação que ainda não entendemos.

E não dizemos linguagem e comunicação no conceito corrente. Poderia tratar-se de mecanismo de integração e controle entre as várias porções do organismo ou vários organismos interligando sistemas químico-físico-biológicos. Certos traçados são complicados e assemelham-se à informações transmitidas através de radio-fotos.

Algumas vezes, conjeturamos que os traçados contariam o essencial e supérfluo da vida da planta, de toda espécie, ou ainda, transmitiria a todos os seus tecidos informações sobre sua matriz ou campo organizador no sentido de desenvolvimento, manutenção e regeneração.

Outra hipótese que levantamos seria de que a planta, funcionaria como um transdutor, convertendo uma variação de energia, que não conhecemos, em outra que registramos.

Necessitaríamos analisar e procurar traduzir através da técnica de modulação de pulsos ou conversão digital-analógica, as mensagens, transformando-as em sinais de áudio ou TV, e assim averiguarmos de que ponto do universo se origina.

Assim como no reino animal entre os grandes e pequenos animais, através da biônica, o engenheiro procura encontrar as soluções teóricas e práticas que a natureza desenvolveu através de milhares de séculos e as aplica nas técnicas da mecânica, física e eletrônica.

Provavelmente, também através de uma biônica vegetal, podem ser encontradas respostas e técnicas aplicáveis não somente a problemas de ordem material do homem mas também em outros da medicina, sociologia e parapsicologia.

E fascinante lembrar que no vasto reino das plantas, encontramos cada espécie produzindo através de uma química própria, substâncias extremamente ativas na fisiologia específica, de determinados órgãos de outra espécie e mais particularmente do homem.

Uma digitalis purpurea, por exemplo, produz um princípio ativo que atua e beneficia o coração dohomem; a rawolfia serpentina produz uma substância que age sobre o sistema circulatório determinando uma normalização da pressão sanguínea; a quinina, outros alcaloides extremamente potentes, hormônios, etc.

Para nós isto não é acidental, mas ao contrário programado pela natureza das coisas. Cada espécime com uma função dirigida e apontada para outra através de um mediador, uma substância ou mesmo através de uma mensagem.

Não teríamos somente produtos químicos ativos, porém, também mensagens de outra natureza. As plantas podem estar repletas de informações, não só sobre nosso coração e sistema circulatório, como também sobre a matéria, o espírito e a história das coisas e que nos transmitem sem cessar, sem nenhum egoísmo;

As plantas talvez possam ensinar advertir, alertar sobre nossa vida presente e futura. Necessitamos aprender a ouvi-las e entender sua linguagem.

A diferença entre a planta e o homem, está em que o primeiro levantou suas raízes do solo, tornou-se livre levando consigo suas reservas de energia, foi procurar alimentos mais adiante, organizou um sistema nervoso e um cérebro que localizou, coordenou e alinhou funções que talvez antes estivessem disseminadas homogeneamente em todos os tecidos e ao derredor.

Com isso, o homem ganhou em liberdade, porém perdeu de outro lado, filtrando e bloqueando quase tudo sobre si e de seu meio. É possível que ele possa recuperar algo, perguntando de algum modo àquilo que sobrou nos seres aparentemente inertes.

 

 

Artigo originalmente publicado em 1976