Este artigo foi escrito em 31-1-1966. Desde então muita coisa mudou, conforme você poderão perceber. O artigo tem apenas valor histórico, fornecendo um panorama sobre a evolução dos motores que hoje tem as versões elétricas nos drones e aviões e a versão iônica que começa a ser usada no espaço (*).

Há mais de 60 anos queimamos gasolina. Até quando durarão as nossas reservas de petróleo?

Pensando justamente nisso, procura-se desenvolver motores cada vez mais eficientes que possa consumir um combustível abundante e barato (**).

O motor atômico, ao contrário do que se pensa, está ainda muito longe de ser desenvolvido. O que existe são tipos intermediários que transformam várias vezes a energia atômica antes de se chegar à força mecânica, o que limita seu uso a navios, submarinos e veículos de muito grande porte.

Até chegarmos ao motor atômico pequeno e seguro que poderá movimentar nossos automóveis, caminhões e outros veículos, teremos de passar muito muitas etapas intermediárias, assim como o próprio motor a gasolina (combustão interna) é uma segunda etapa do motor a vapor.

O que virá depois? É claro que não será vantagem projetar um motor que tenha menor rendimento que o já existente. A tendência inicial é aumentar o rendimento.

Provavelmente, depois do motor a gasolina poderemos ter um motor a gás, mas não de combustão interna. O gás será convertido diretamente em eletricidade que então será usada para alimentar um motor elétrico (***).

Os motores elétricos, como se sabe, são muito mais eficientes na conversão de energia, alcançando 90%, o que significa que se aquecem muito menos e, além disso não poluem.

A maneira como se pode obter eletricidade a partir de uma reação com gases foi recentemente descoberta. Baseia-se em um princípio bastante conhecido na química; a catálise.

Dois gases, ao se combinarem, liberam elétrons. O problema era coletar esses elétrons de modo a gerar uma corrente elétrico. No entanto, o problema foi resolvido e pode nos levar a numa nova fonte de energia de uso prático.

Atualmente (1966), as chamadas pilhas à combustível são empregadas largamente no espaço, na alimentação dos sistemas eletrônicos de satélites.

Dentre em breve será bem possível que os primeiros veículos movidos por tal fonte de energia estejam à venda (****)

Uma outra fonte de energia que promete muito é a formada pelas bio-células, ou seja, pilhas que aproveitam a energia gerada por seres vivos.

Apesar de que neste momento (19660 tais células apresentarem um rendimento muito baixo, é bem provável que no futuro elas tenha rendimento suficiente para encontrar aplicações práticas.

O problema maior está na velocidade com que as bactérias, fungos e outros seres são capazes de metabolizar seus alimentos, produzindo assim a energia elétrica.

Por enquanto, o rendimento é ainda muito baixo, mas pesquisar já estão trabalhando com algas e outros seres que podem produzir muita energia para a alimentação de diversos tipos de dispositivos. (*****)

 

(*) Quando muito jovem, eu ainda não estava completamente sobre a carreira a seguir. Ela se balançava entre a eletrônica, astronomia e a física. Se bem que acabei tendo minha principal atividade na eletrônica, as outras duas ciências não foram abandonadas completamente. Tanto que mantemos esta seção de astronomia em nosso site. Assim, nos anos 60 e 70 escrevi muitos artigos sobre astronomia, publicados desde o jornal da minha escola, até em periódicos de que já tratei na minha biografia. Tenho todos os originais destes artigos que estou colocando a disposição no meu site, tanto pelo valor histórico como pelas informações que contém, que ainda são válidas. Fiz pequenas alterações nos textos quando encontrei alguns pontos que mudaram desde então ou conceitos que hoje são tratados de forma diferente.

(**) Nessa época ainda não se pensava no álcool e em outras formas alternativas de energia.

(***) Já se falava na época da célula a combustível, capaz de converter a energia de uma reação com gases diretamente em energia elétrica.

(****) O artigo é de 1966. As pilhas ou células a combustível já encontram uma gama de aplicações práticas. Veja artigos no site.

(*****) Em 2020, quando recuperamos este artigo, já haviam diversos estudos para se usar plantas e algas na geração de energia, com resultados bastante promissores.