A maioria dos projetos de amplificadores ou mesmo tipos obtidos em kits não incluem um controle de tom apropriado. Quando muitos temos um controle de tom passivo que antes atenua determinadas freqüências do que as reforça; atuando pois de uma maneira inversa ao desejado. O simples controle de tom que descrevemos pode ser a solução ideal para o projeto do leitor que necessite deste recurso, mas sem perdas e com boa qualidade de áudio.

Os controles de tom normalmente são agregados aos pré-amplificadores nos projetos mais elaborados dai o fato da maioria dos circuitos de amplificadores de potência não apresentar este recurso.

No entanto, muitos leitores às vezes partem de um amplificador de potência como algo definitivo que vão usar de imediato, quando então sentem a falta de um controle de tonalidade.

Uma versão simples, porém não muito interessante é a que faz uso de componentes passivos, uma espécie de filtro passa baixas, conforme mostra a figura 1 que antes atenua os agudos do que reforça, os graves o que pode trazer inconvenientes a qualidade final do áudio.

 

Figura 1 – Controle de tom simplificado
Figura 1 – Controle de tom simplificado

 

O ideal para um projeto simples de amplificador é um controle de tom universal do tipo Baxandall que apresente um certo ganho de modo a compensar perdas no próprio sistema.

O circuito que apresentamos utiliza um único transistor de uso geral e tem uma sensibilidade que permite sua operação com sinais da ordem de 200 mV quando temos então uma baixa taxa de distorção.

A alimentação na faixa de 9 a 18 V poderá ser aproveitada no próprio amplificador já que a corrente drenada não ultrapassa alguns miliampères.

 

O CIRCUITO

O controle de tom é do tipo Baxandall onde a realimentação é retirada do circuito de coletor do transistor através de C6 sendo aplicada à base do transistor via C4.

Os resistores R5 e R6 fixam o ponto de operação do transistor podendo eventualmente ser alterados em função das características da fonte de sinal.

O transistor opera na configuração de emissor comum o que proporciona um bom ganho, se bem que a impedância de entrada não seja muito elevada.

No entanto, fontes de sinal convencionais como cápsulas fonográficas, pequenos mixers, rádios, etc. podem excitar perfeitamente este circuito que até pode proporcionar um aumento de sensibilidade em relação a muitos amplificadores de potência.

 

MONTAGEM

Na figura 2 temos o circuito completo do controle de tom.

 

   Figura 2 – Diagrama do controle de tom
Figura 2 – Diagrama do controle de tom

 

 

A disposição dos componentes numa placa de circuito impresso é mostrada na figura 3.

 

   Figura 3 – Placa para a montagem
Figura 3 – Placa para a montagem

 

 

Lembramos que cabos de passagem de sinais devem ser todos blindados para não haver a captação de zumbidos, o que é válido também para a ligação dos potenciômetros de controle de tonalidade.

Os resistores são todos de 1/8 ou ¼ W com 10 ou 20% de tolerância e os capacitores menores podem ser de poliéster ou qualquer tipo recomendável para áudio.

Os eletrolíticos são para 25 V ou então uma tensão de trabalho pouco maior do que se pretende usar na alimentação.

O controle pode ser instalado na própria caixa do amplificador, ou então em caixa própria que preferivelmente deve ser metálica para servir de blindagem.

Os jaques de entrada são de acordo com as fontes de sinal que se usa normalmente (RCA, por exemplo). Já o de saída pode ser eliminado se o aparelho for ligado diretamente ao circuito amplificador.

Para urna versão estéreo devem ser montadas unidades iguais com potenciômetros de tom duplo, para que haja atuação simultânea nos dois canais.

 

PROVA E USO

O controle de tom é intercalado entre a fonte de sinal e a entrada do amplificador como mostra a figura 4.

 

Figura 4 – Conexão ao amplificador
Figura 4 – Conexão ao amplificador

 

Se houver ronco quando não houver fonte de sinal conectada verifique as ligações das blindagens dos cabos de entrada e saída que devem estar aterradas (ligadas ao negativo da fonte e eventualmente caixa).

Comprovado o funcionamento é só utilizar o aparelho.

 

Q1 - BC548 ou equivalente - transistor NPN de uso geral

P1 e P2 – 100 k - potenciômetros lineares

R1 e R2 - 4k7 - resistores (amarelo, violeta, vermelho)

R3 – 39 k - resistor (laranja, branco, laranja)

R4 - 5k6 - resistor (verde, azul, vermelho)

R5 – 220 k - resistor (vermelho, vermelho, amarelo)

R6 – 39 k - resistor (laranja, branco, laranja)

R7 - 3k9 - resistor (laranja, branco, vermelho)

R8 – 1k - resistor (marrom, preto, vermelho)

C1 - 47 nF - capacitor de poliéster

C2 e C3 - 2112 - capacitor de poliéster

C4 - 10 uF - capacitor eletrolítico

C5, C6 e C7 - 100 uF – capacitores eletrolíticos

J1 e J2 - jaques de entrada e saída - ver texto

Diversos: placa de circuito impresso, botões para os potenciômetros, fios blindados, caixa para montagem (opcional - ver texto), parafusos de fixação, porcas, solda, etc.