Um instrumento de baixo custo e de grande utilidade na bancada de todo praticante de eletrônica e do técnico é o provador de continuidade. Com ele podemos testar circuitos e componentes de forma rápida e precisa. O provador que descrevemos neste artigo utiliza um circuito integrado pouco explorado e é extremamente simples e compacto.

Provadores de continuidade servem para verificar se a corrente elétrica pode circular ou não por um circuito ou componente, o que permite avaliar seu estado.

 

Obs. Os leitores iniciantes que desejarem saber mais sobre o uso deste instrumento tem em nossos livros Os Segredos no uso do Multímetro, Como Testar Componentes e Curso Básico informações adicionais importantes.

 

Um bom provador de continuidade permite avaliar de forma rápida o estado de componentes como resistores, capacitores, diodos, transformadores, bobinas, alto-falantes, motores, chaves, etc.

O provador que descrevemos neste artigo é muito simples pois usa apenas um circuito integrado e é alimentado por uma tensão de 1,5 V obtida de uma pilha de qualquer tipo.

Isso possibilita sua montagem numa caixa de dimensões bastante pequenas, determinadas principalmente pelo tamanho do alto-falante e da pilha.

A utilidade do aparelho, entretanto, é grande, dada principalmente a sua facilidade de transporte.

O nosso projeto é do tipo com indicação sonora, ou seja, ele emite um som quando há continuidade e só consome energia nesta condição o que significa uma grande durabilidade para a pilha usada na fonte.

 

COMO FUNCIONA

A base do projeto é um circuito integrado LM3909 da National Semiconductor que consiste num oscilador para excitar pequenos transdutores e LEDs podendo funcionar com tensões a partir de 1,2 volts.

O circuito, ao oscilar, pode elevar a tensão de uma pilha para um valor suficientemente alto que excite LEDs comuns, os quais necessitam de tensões de 1,6 a 1,8 volts para acender.

Outras aplicações deste mesmo componente incluem a produção de sinais de áudio (como injetor) e a prova de continuidade, que é explorada neste artigo.

Os capacitores C1 e C2 em conjunto com R1 determinam a frequência de operação do oscilador.

As pontas de prova são ligadas em série com a alimentação de modo que a corrente para o circuito tem de passar pelo elemento em prova.

No entanto, como o consumo do aparelho é extremamente baixo, isso significa que a corrente de prova não pode causar qualquer dano ao componente ou circuito em teste.

Como vantagem desta configuração podemos citar o fato de que, estando as pontas de prova separadas, a alimentação estará cortada e portanto não haverá consumo de energia da pilha.

O transdutor usado é um pequeno alto-falante mas também pode ser usada uma cápsula de fone de ouvido que, pelas suas dimensões menores pode resultar numa montagem muito mais compacta.

 

MONTAGEM

Na figura 1 temos o diagrama completo do provador de continuidade.

 


 

 

 

A placa de circuito impresso para esta montagem é mostrada na figura 2.

 

 


 

 

 

O único resistor pode ser de 1/8 W ou maior e os capacitores eletrolíticos devem ter a tensão de trabalho mais baixa que o leitor encontrar de modo a usar unidades menores.

B1 é uma pilha que terá os fios de ligação soldados diretamente nos seus polos já que a durabilidade é muito grande e, além disso, não é fácil encontrar no mercado especializado um suporte para uma única pilha pequena AA ou AAA.

As pontas de prova são comuns ou mesmo improvisadas com dois pregos grandes e ligadas ao circuito através de fios com até 40 cm de comprimento.

O alto-falante ou cápsula deve ter um tamanho que permita sua instalação numa caixa bem pequena, conforme sugere a figura 3.

 


 

 

 

Para o circuito integrado, os leitores menos experientes podem usar um soquete DIL o que evita o excesso de calor no processo de soldagem.

 

 

PROVA E USO

Basta encostar uma ponta de prova na outra para o teste de funcionamento.

Deve haver a emissão de som pelo transdutor.

Se isso não ocorrer, verifique em primeiro lugar o alto-falante ou a cápsula que devem ser de baixa impedância. Os tipos de cristal não servem.

Experimente um alto-falante comum se tiver dúvidas.

Se o comum funcionar e o que você pretende usar não é porque suas características não se adaptam ao projeto.

Comprovado o funcionamento é só usar o aparelho.

Encoste as pontas de prova no componente ou circuito em prova (o circuito em prova deve estar sempre com sua alimentação desligada).

Se houver continuidade ocorre a emissão de som, caso contrário, o provador permanece em silêncio.

 

 

Semicondutores:

CI-1 - LM3909 - circuito integrado, National Semiconductor

 

Resistor: (1/8W, 5%)

R1 - 1 k ohms - marrom, preto, vermelho

 

Capacitores:

C1, C2 - 1 uF - eletrolíticos - ver texto

 

Diversos:

FTE - alto-falante pequeno ou cápsula de fone de baixa impedância - ver texto

B1 - 1,5 V - pilha de qualquer tamanho

PP1, PP2 - Pontas de prova

 

Placa de circuito impresso, caixa para montagem, soquete para o circuito integrado, fios, solda, etc.