Se houver disponibilidade de espaço e se o leitor quiser uma montagem mais sofisticada de localizador, com maior alcance e com um sinal mais fácil de seguir, damos uma segunda versão que emprega um circuito modulado em tom que produz bips.

Obs. A primeira versão está em Transmissor Localizador de FM (TEL194).

 

Os bips podem ser seguidos com mais facilidade e melhor sintonizados num receptor.

No entanto, o circuito de bip ocupa espaço e o transmissor também é maior em tamanho, o que deve ser levado em conta se houver limitações de espaço no local em que ele deve ser instalado.

O princípio de funcionamento é exatamente o mesmo do projeto anterior: um transmissor que emite sinais que podem ser localizados com a ajuda de um receptor.

A diferença está no tipo de sinal que consiste em uma série de bips cuja tonalidade e intervalo podem ser escolhidas pelo montador em função dos valores dos componentes usados.

Os alcances dependem da tensão de alimentação e podem superar 1 Km se a alimentação for feita com 12V e sua localização permitir o uso de uma pequena antena.

Evidentemente, a autonomia na emissão do sinal depende do tipo de bateria ou pilha usada.

Para pilhas pequenas, com alimentação de 6 V, quando o alcance pode chegar aos 200 metros, a durabilidade normal será em torno de 2 a 3 horas para os tipos alcalinos.

Esta autonomia deve ser levada em conta no tipo de trabalho que deve ser feito, dando tempo ao agente de localizar o transmissor antes que suas pilhas se esgotem.

Com baterias recarregáveis maiores, e mesmo alimentação de 7,5 a 9 V, pode-se ter uma autonomia de 6 horas ou mais.

 

 

FUNCIONAMENTO

 

O aparelho pode ser dividido em três blocos que são representados na figura 1.

 

Figura 1 – Diagrama de blocos
Figura 1 – Diagrama de blocos | Clique na imagem para ampliar |

 

 

O diagrama completo do transmissor localizador modulado que opera na faixa de FM ou VHF é mostrado na figura 2.

 

Figura 2 – Diagrama completo
Figura 2 – Diagrama completo | Clique na imagem para ampliar |

 

 

No primeiro bloco temos um oscilador com base num circuito integrado 555 que gera pulsos intervalados numa frequência que pode ser ajustada em P1.

Os valores médios da duração desses pulsos dependem da relação de valores entre R2 e o ajuste de P1, além do capacitor C1. Experiências podem ser feitas alterando-se estes componentes de modo a se obter o funcionamento com o tom e ritmo desejados.

Esses pulsos determinam a cadência dos bips e controlam um segundo oscilador, que é o segundo bloco.

O segundo oscilador gera os tons dos bips e estes tons são determinados tanto por R3 e R4 como pelo valor do capacitor C2. Neste caso também, o montador pode fazer alterações dos valores dos componentes de modo a obter os efeitos desejados.

Na saída do Cl-2, que é o segundo oscilador e corresponde ao pino 3, temos bips intervalados que vão modular o terceiro bloco, que consiste no transmissor propriamente dito.

Para maior simplicidade, já que neste tipo de projeto não temos disponibilidade de espaço, o transmissor usa um único transistor de média potência como oscilador.

A frequência deste oscilador, que é a frequência de transmissão é determinada por L1 e CV1. Podemos usar componentes neste circuito tanto para operar na faixa de FM como na faixa de VHF, conforme o grau de sigilo desejado, e também a disponibilidade de receptor.

Neste ponto é interessante observar que usamos um transistor que na realidade é de áudio, o BD135, mas este transistor oscila bem até a faixa de VHF e consiste, por isso, numa solução econômica e fácil para este tipo de aparelho.

A alimentação do circuito pode ser feita de diversas maneiras e sua escolha depende da aplicação que o leitor tenha em mente.

Podemos usar 4 pilhas pequenas médias ou grandes, se o aparelho for instalado num objeto, caso em que o alcance variará entre 100 e 500 metros dependendo da possibilidade de se colocar antena e também da eventual existência de obstáculos para a propagação dos sinais. Para os diversos tamanhos de pilhas temos apenas diferença quanto à sua duração no aparelho.

Podemos usar 6 pilhas, ou fonte de alimentação de 9 V, ou ainda uma bateria recarregável de 7,2 a 9 V. Neste caso, o alcance do aparelho ficará entre 500 metros e 1 km dependendo das condições locais de propagação e obstáculos e a durabilidade vai depender da capacidade da fonte. O consumo do aparelho nesta versão estará entre 150 e 250 mA, tipicamente.

Finalmente, o aparelho pode ser alimentado com bateria ou fonte de 12 V ou instalado num carro, caso em que teremos o maior alcance, mas neste caso o consumo será bem maior, o que deve ser levado em conta.

 

 

MONTAGEM

A disposição dos componentes numa placa de circuito impresso é mostrada na figura 3.

 

Figura 3 – Placa para a montagem
Figura 3 – Placa para a montagem | Clique na imagem para ampliar |

 

 

Temos as seguintes opções para a bobina conforme a frequência, todas enroladas com fio de 18 a 22 sem forma, com diâmetro de 1 cm:

Faixa de 50 MHz e 80 MHz (VHF inferior): 5 ou 6 espiras

Faixa de 80 a 110 MHz (FM): 4 espiras

Faixa de 110 a 150 MHz (VHF superior): 2 ou 3 espiras

Para a faixa de VHF superior será conveniente diminuir o valor de C5 para 4,7 ou mesmo 2,2 pF.

Os capacitores usados neste projeto devem ser todos cerâmicos, exceto C1, que é um eletrolítico, e C2 que também pode ser de poliéster.

Os resistores são de 1/8 W e R7 dependerá da tensão usada na alimentação. Para tensões até 6 V use 47 ohms. Para tensões maiores use um resistor de 100 ohms x ½ W.

O transistor, para tensões acima de 6 V deve ter um radiador de calor apropriado.

A antena é ligada ao coletor de Q1 ou então a uma tomada feita na bobina L1. O montador deve escolher a tomada ou posição de ligação da antena em L1 de tal forma a obter maior estabilidade e alcance.

A antena nada mais é do que um pedaço de fio comum encapado flexível ou rígido de 40 cm de comprimento a 1 metro.

O trimmer CV1 pode ser de qualquer tipo ou valor, desde que sua capacitância máxima fique na faixa de 20 a 50 pF.

Recomendamos que os circuitos integrados sejam montados em soquetes, pois isso facilita a sua troca em caso de queima e também evita que eles sejam afetados pelo calor durante o processo de soldagem: os soquetes são soldados antes e os circuitos integrados encaixados depois.

E importante observar a polaridade ou posição tanto dos circuitos integrados como do transistor, pois uma inversão acidental não só impede o funcionamento normal do aparelho como também pode causar sua queima.

O aparelho, da mesma forma que o anterior, deve ser instalado em uma caixa de plástico ou madeira de dimensões apropriadas. Nunca use caixa de metal.

 

 

AJUSTES E UTILIZAÇÃO

Para ajustar este transmissor, o procedimento é o mesmo indicado no projeto anterior: ligue nas proximidades um receptor numa frequência livre da faixa de FM, ou da faixa escolhida, e ajuste CV1 de modo a obter o sinal mais forte.

Afaste-se com o receptor para certificar-se de que o sinal captado é o fundamental e não uma harmônica, que logo desaparece.

Ajuste P1 para obter o intervalo desejado para os bips emitidos.

Para usar, basta instalar o aparelho na forma desejada.

Se for colocar num carro, cuide para que a antena não fique rente a partes metálicas. Use a própria alimentação da bateria, retirando-a de um ponto favorável da fiação.

Um local apropriado para instalação é sob o veículo, com a antena estendida por baixo, mas sem tocar no chão.

As oscilações do objeto protegido em movimento podem provocar pequenas fugas de sintonia, mas isso é normal neste tipo de projeto. Com a conexão da antena numa tomada da bobina pode-se reduzir bastante este efeito.

No entanto, o montador deve procurar a melhor posição de conexão da antena, para que isso não ocorra.

Alterações nos componentes dos osciladores podem ser feitas no sentido de obter intervalos e tons para os bips da forma que seja mais agradável para quem vai seguir os sinais.

Os sinais podem ser seguidos com a ajuda de um receptor dotado de uma antena direcional, como no projeto anterior.

 

 

Lista de Material

 

Semicondutores:

CI-1, Cl-2 - 555 - circuito integrado, timer

Q1 - BD135 - transistor NPN de média potência

 

Resistores: (1/8 W, 5%)

R1, R5 - 10 k ohms

R2 - 100 k ohms

R3, R4 - 22 k ohms

R6 - 4,7 k ohms

R7 - 47 ohms para alimentação até 6 V e 100 ohms para alimentação acima de 6 V

P1 - 1 M ohms - trimpot

 

Capacitores:

C1 - 10 uF x 16V - eletrolítico

C2 - 47 nF - cerâmico ou poliéster

C3, C4 - 10 nF - cerâmicos

C5 - 10 pF - cerâmico

C6 - 100 nF - cerâmico

CV1 - trimmer - ver texto

 

Diversos:

L1 - bobina - ver texto

Placa de circuito impresso, caixa para montagem, soquetes para os circuitos integrados, radiador de calor para o transistor, fios, solda, etc.

 

 

 

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